Capítulo 13

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Mais um corpo foi colocado sobre a superfície metálica e gélida, logo sendo coberto por um pano fino e branco. Mais um que havia morrido em circunstâncias suspeitas, pensou o homem contemplativo, enquanto permanecia ali, quieto, usando a máscara e o jaleco emprestados por sua amiga para esconder seu rosto. O nome Dr. Jung Won, que ganhava destaque no crachá falso que tinha em mãos, nem de longe era parecido com seu verdadeiro nome.

O homem tirou as luvas e saiu da sala, sem esperar que os verdadeiros enfermeiros saíssem. Não gostava nem um pouco daquela cena, mórbida demais. Do lado de fora, sentada em um pequeno banco, Jina esperava por ele. Ela suava frio. As mãos trêmulas e os batimentos desregulados entregavam que a médica já não aguentava mais toda aquela pressão diariamente. O crachá, que permitia a ela livre acesso à ala VIP do hospital, estava jogado no chão. Algo que fizera depois de discutir com o seu superior.

— Jina, você está bem? — O homem se agachou, ficando na altura da morena e tocando delicadamente seus ombros — Ei, fale comigo! Quer que eu te traga um chá?

— Não. Não precisa, Jordan. — Ela sorriu, encarando os olhos escuros do rapaz. — Vá, você tem que ir, não posso mais encobrir você. Entende isso? É arriscado.

— E não é arriscado você fazer o trabalho sujo dessa gente? Jina, você acha que é importante para eles? Não! Você não é! No momento em que vacilar, será que nem aquele corpo frio ali dentro. Não seja burra.

— Mas estou viva, não estou? Fora que recebo bem, então pare de pensar que pode opinar algo na minha vida. E não, não me chame de burra, peço que me respeite, ouviu?

— Sim, senhora. — O mais novo revirou os olhos, ficando de pé.

— Jordan, você não devia se arriscar assim. É sempre só você. Tem uma colega, não é? Yu-na? Se não estou enganada. Então, porque só você tem que pôr sua cabeça a prêmio! — Jina estava irritada e não se esforçava para disfarçar.

— Yu-na se arrisca muito mais do que você pensa. Ela tem família, Jina. E mesmo assim, diariamente, fica perto daqueles desgraçados, lado a lado, buscando informações. Então, sim, Yu-na tem a cabeça a prêmio, tanto quanto eu.

— Eu sou sua família, Jordan. Sou sua amiga.

— Sei disso. E agradeço por me ajudar. E não peço que entenda meus motivos. Quero justiça, Jina, justiça. E se eu tiver que me disfarçar de enfermeiro, médico, coveiro, qualquer coisa, eu o farei. Farei sem hesitar. — As palavras saíram de maneira ríspida. Jina só soube encarar o rapaz com preocupação e receio — Desculpe se estou te decepcionando.

— Jordan, você não... — Quando ela pensou em ficar de pé, e tocar no rosto delicado e juvenil, a médica escutou gritos chamando por seu nome, acompanhado do som das rodinhas da maca que entravam em atrito com o chão.

— Doutora, precisamos da sua ajuda. Agora! — O enfermeiro frisou assim que percebeu que a médica continuava paralisada, enquanto ele mantinha a ferida hemorrágica pressionada.

Sem pensar mais, ou dizer algo, Jina correu em direção ao paciente que havia chegado. Deixando Jordan e sua insistência em derrubar os esquemas da Kiire Joks, para trás.

 Deixando Jordan e sua insistência em derrubar os esquemas da Kiire Joks, para trás

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