A vida é um jogo

Capítulo 15

Ellen pisou no acelerador e como se estivesse fazendo uma costura no tráfego ela ia ultrapassando os veículos,deixando para trás o aglomerado de carros lentos que aumentavam seu nervosismo.
O combinado com Patrick era de que estaria na casa dele bem cedo. Ela que havia combinado com Kate que se encontrariam cedo,pois ela iria lhe fazer companhia,nem havia aparecido e muito menos atendido suas ligações.Estava com Eric.
Minutos depois,ela aproximou seu carro da entrada da mansão e atravessou o portão. Patrick estava lhe esperando na entrada,devidamente arrumado para uma reunião logo cedo.

- Me desculpe...me desculpe. - Ellen já foi falando descendo do carro. - Fiquei esperando pela Kate e o trânsito estava terrível.

- Tudo bem. - ele concordou,mas mesmo assim verificou as horas em seu relógio de pulso. - Agora vamos rezar que eu não pegue esse trânsito terrível.

- Não precisava ter me esperado. - ela comentou subindo um lance de escadas.

- Precisava sim. - ele sorriu e quando ela chegou a sua frente,tocou em seu braço. - Bom dia,como foi sua noite?

- Não consegui conciliar o sono. Não paro de me perguntar se a qualquer minuto vou sair voando como Dorothy,em O Mágico de Oz.

Patrick abriu um meio sorriso,um pouco confuso.
Ele a fitou por vários momentos até que ela, por fim,quebrou o silêncio.

- Deseja alguma coisa,que precisou me esperar?

Quando os olhos dele se estreitaram, Ellen entendeu que a frase não fora apropriada.

- Quero dizer... há algo que eu possa fazer por você?

As palavras sugestivas a fizeram se contrair.

- Cuida essas perguntas,Pompeo. - ele disse baixinho,como se fosse um segredo.

- Olha só,são... - ela olhou para seu pulso e relógio que tinha os ponteiros parados. - Droga... Olha Dempsey,ainda é cedo e eu não quero começar meu dia escutando suas gracinhas,então pare por aqui.

- Você que foi bem sugestiva.

- Você que é um idiota. - Ellen revirou os olhos. - Vai falar porque me esperou,ou não?

- Tenho uma coisa para você. Vamos até o meu escritório.

Ellen seguiu ele,em silêncio.
Quando chegaram na porta do escritório ele deu espaço para que ela entrasse primeiro e entrou em seguida fechando a porta.

- Eu quero que use algo.É uma jóia que passou pelas gerações femininas da minha família,considere como um anel de noivado.

Patrick enfiou a mão em uma das gavetas e pegou uma pequena caixa aveludada, abriu a tampa,revelando um anel a ela.
Ellen sentiu os joelhos bambearem ao fitar o enorme diamante,nunca tinha visto uma
pedra preciosa tão grande,tão ofuscante. Tão perfeita!
Ela sentiu um nó de emoção se formar em sua garganta.

- Nossa, é lindo. - ela balbuciou,sem conseguir dizer mais nada.

- Deixa eu colocar no seu dedo. Quero que use a partir de agora.

Ellen fechou suas duas mãos.
A situação estava errada do começo ao fim,há muito tempo ela havia sonhado com um amor onde nenhum sacrifício fosse grande demais. Onde o que importasse acima de tudo fossem os sentimentos do outro,a segurança e a confiança.
Sentindo a necessidade de escapar,a necessidade de respirar ela caminhou até a janela que estava aberta,seus olhos se perderam pelo imenso gramado.