Capítulo 16

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Já estava no meio da tarde quando Ellen voltou da casa da amiga de Dalva,como a outra não estava se sentindo muito bem, Dalva ficou lá mais um tempo.
Depois de organizar seu quarto da maneira que gostava,a dançarina desceu e resolveu aproveitar daquela solidão no lado de fora.
Qual não foi sua surpresa!
Patrick Dempsey regando flores?
Os óculos escuros que ele usava cintilaram sob o sol e um sorriso curvou em seus lábios antes de ele voltar a molhar as plantas com uma mangueira.

Ellen meneou a cabeça,quando o cachorro dele rosnou em sua direção.

- Zeus, quietinho amigão. - Patrick disse fechando a mangueira.

- Você deveria manter esse monstro preso.

Ele pigarreou.

- Ele talvez não estava gostando de você estar me espionando.

Ellen sabia que deveria estar com o rosto em brasa e odiou ter sido pega em flagrante. Ele riu do seu jeito.

- Isso não é nada engraçado. - ela disse. - Agora sério,Patrick. Esse cachorro não gosta de mim,por favor deixe ele no canil. - ela  mantinha o olhar fixo no cachorro.

Patrick sorriu mais ainda ao ver uma
expressão aborrecida cruzar aquele rosto perfeito.

- Meu Raio de Sol,ele é dócil.

- Dócil nada e eu não gosto que você me chame assim.

- Todos os casais usam apelidos. Tenho certeza de que já pensou em alguns
para mim.

Certamente,pensou ela,mas nenhum que pudesse ser repetido em voz alta.

- Não,não pensei em nenhum,até porque não gosto de apelidos.

- Não gostou desse. - Patrick caminhou até ela. - Talvez,princesa...boneca...
Ellen fechou a cara, furiosa.
- Ellie....
Ela sorriu.
- Ah,desse você gostou.

Ellen arqueou uma sobrancelha tentando esconder seu sorriso. Mais dois passos em meio as pedras molhadas, Patrick estava a sua frente.
Ela respirou fundo tentando ignorar o cheiro maravilhoso que vinha dele,mais suave que pela manhã,mas mesmo assim sentido no ar.

- Zeus,vem aqui. - Patrick chamou o cachorro  que atendeu prontamente.

- Nem pense...DEMPSEY...

Ellen tentou correr,mas escorregou,ele foi rápido o suficiente para segurar a mão dela,mas não para impedir que ela caísse com o corpo todo no chão.

- Aiii...

- Não precisava ter corrido. - ele resmungou.

- Droga,está doendo.

Ela se sentia pesada,muito dolorida para protestar quando ele lhe pegou no colo,mas ainda tinha o seu orgulho.

- Você não precisa me carregar.

No entanto, Patrick fez exatamente isso, enquanto subia os degraus de pedra que levavam a entrada lateral da mansão.
Com uma mão na maçaneta e ainda a  mantendo em seus braços,ele abriu a porta  e carregou ela para o interior.
Agarrada firmemente ao pescoço dele, Ellen sentiu uma estranha sensação invadir o seu interior e levou um tempo para conseguir descrever o que sentia em palavras,era como se tivesse esperado durante a vida inteira para que aquele homem a carregasse em seus braços para o interior daquela mansão e a fizesse se sentir daquela maneira.
Erguendo o braço que suportava as pernas femininas,ele ligou um interruptor,lá dentro já estava mais escuro,as luzes se acenderam,iluminando a sala.
Os olhos azuis de Patrick brilharam enquanto ele estudava os traços delicados do rosto de Ellen.

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