Me Deixe Entrar Em Seu Coração-Prapai e Sky

☁︎37☁︎

O arquiteto havia passado o dia inteiro com os três irmãos, descobriu coisas incríveis sobre cada um deles. Queria poder guardá-los em um potinho.

Phupha era o mais velho e tinha 11 anos, queria ser um policial para fazer o que os oficiais do acampamento faziam, resgatar crianças de pessoas ruins. O garoto não gostava muito de doces, mas gostava de comer caramelos macios igual aqueles que Sky havia dado para seus irmãos, parecia ter um significado enorme para ele, porque Sky viu quando os olhos do garoto se encheram de lágrimas quando mastigou o caramelo.

Pete era o irmão do meio e tinha 09 anos, era muito estourado e brigão e por isso tinha várias cicatrizes de brigas que havia se envolvido com os homens maus. O garoto amava pão e ficou muito feliz quando Sky lhe deu dois pães com presunto e queijo. O arquiteto percebeu um grau elevado de imperatividade no garoto, ele não conseguia parar quieto e sempre se empolgava quando começava a falar de alguma coisa e tinha que ser freado pelo irmão mais velho para que todos pudessem entender o que ele falava.

Uea era o mais novo e tinha 07 anos, era um garotinho doce e sempre pensava nos irmãos como seus portos seguros. O garotinho gostava de coisas doces e havia se deliciado com os chocolates que Sky distribuiu para as crianças. O garotinho era quieto e suas ações eram meigas e calmas, ele parecia um poço de calmaria entre os irmãos e gostava de desenhar, o arquiteto havia prometido que o ensinaria a desenhar algumas casas e até mesmo desenhar flores, porque ele amava flores.

Depois de conhecer esses pequenos detalhes das crianças, Sky brincou com eles por quase a tarde inteira, almoçou com eles e depois pediu para que eles o ajudasse a dar banho nas crianças menores juntos com os outros voluntários. Pete todo imperativo, mais se molhou do que ajudou a dar banho nos menores. Tudo se tornou engraçado, quando as crianças maiores brincaram com as mangueiras de água, até mesmo Phupha entrou na brincadeira. As crianças do acampamento adoraram Sky e o arquiteto se sentiu tão bem estando no meio daqueles sorrisos inocentes.

Depois de muita bagunça, as crianças maiores tomaram banho e foram alimentadas. Sky ajudou os voluntários a colocarem as crianças para dormir em um galpão cheio de beliches confortáveis e bem quentinho para que elas não passassem frio, fez tudo isso sendo seguido pelos três irmãos. Depois de colocarem as crianças para dormir, Sky pegou Pete no colo e o colocou na parte alta da beliche e o cobriu, colocou Uea na cama e Phupha deitou ao lado do irmão o abraçando e o arquiteto cobriu eles.

— Dorme bem — Beijou a testa de Pete — Se precisar de mim, eu vou estar na tenda maior — Falou para Phupha — Dorme bem garoto — Beijou a testa de Uea — Você também — Acariciou os cabelos de Phupha e sorriu para ele.

— Obrigado, por cuidar deles — Sky concordou e beijou a testa de Phupha.

— Boa noite — Acenou enquanto saía do galpão.

O arquiteto pegou suas coisas no caminhão e foi rapidamente tomar um banho, estava faminto. Sky encontrou Prapai na tenda dos voluntários, o moreno vestia outra roupa e conversava confortavelmente com os outros voluntários do acampamento. O moreno quando viu o acastanhado se aproximar, se levantou e foi até ele.

— Você parece cansado — Falaram ao mesmo tempo e riram logo depois.

— Conheci três meninos incríveis hoje, quero que os conheçam amanhã — Prapai sorriu aos ver os olhos de Sky brilhar e concordou beijando demoradamente os lábios do arquiteto.

— Vamos comer!

***

Prapai encontrou Sky cercado de crianças e com um menino no colo. O arquiteto parecia ensinar desenhos simples para as crianças que achavam fascinante os lápis de cor que haviam ganhado. O empresário se aproximou e se sentou ao lado do noivo no chão do galpão.

— Uea, esse é o meu noivo, aquele que eu te falei — O garotinho de forma tímida falou um "oi" bem baixinho e escondeu o rosto no peito de Sky.

Prapai achou aquela reação adorável e quis apertar as bochechas do garoto. O empresário sorriu para o garotinho e pegou uma folha e começou a dobrar. Sky olhou atento para o que o noivo fazia e ao ver um passarinho tomar formas nas mãos do moreno, cutucou Uea para que ele visse e o garotinho se ajeitou no colo do arquiteto para ver os toques finais da ave de papel azul. Prapai ofereceu o tsuru para o garoto e ele pegou em suas mãozinhas pequenas, os olhinhos redondos brilharam alegres com aquele papel dobrado.

— Obrigado P' — Sorriu mostrando sua janelinha adorável e Prapai bagunçou os cabelos castanhos avermelhados com carinho.

— Eu sei fazer uma estrela, quer que eu faço uma para você? — Uea concordou freneticamente. Prapai sorriu pegando uma folha amarela. 

— Oi Phupha, já comeu? — Sky perguntou para o garoto que se aproximava, o garoto concordou e se sentou ao lado do arquiteto — E Pete?

— Aqui! — O garoto entrava no galpão com uma flor em mãos — Que flor é essa P'Sky?

— É uma magnólia — Pete sentou em frente a Sky — Vem aqui — Segurou o rosto do garoto e colocou a flor atrás da orelha dele — Cuidado para não perder — Acariciou a bochecha dele.

— Olha o que o P'Pai fez para mim — Uea mostrou o passarinho de origami — Você quer um, irmão? — Perguntou para Pete — E você? — Perguntou para Prapai.

Os dois olharam para o moreno que dobrava um papel amarelo, ambos tiveram o mesmo pensamento sobre Prapai—Ele parecia indefeso—Quando Sky falou sobre ele, imaginaram um homem barbudo e de cara feia, mas Prapai era totalmente ao contrário, parecia gentil, tinha lábios grossos e a pele brilhava com o sol que entrava pela janela do galpão, e agora ele esboçava um sorriso gentil e carinhoso em direção aos garotos.

— Posso ensinar vocês a fazerem, o que acham? — Pete concordou pegando uma folha verde.

Phupha pegou uma folha laranja e esperou o empresário começar. Prapai começou a dobrar a folha e explicava calmamente para os garotos como fazer, o moreno sorriu ao ver Pete rir gostosamente quando seu passarinho começou a tomar forma.

O empresário olhou para o arquiteto e viu um brilho diferente em seus olhos, seu coração se aqueceu com aquele olhar.