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Prapai sentiu dor nas primeiras duas semanas, mas toda a dor parecia se dissipar apenas com um sorriso carinhoso e um olhar preocupado que recebia do noivo. Sky esteve ali com ele todo o momento e segurou sua mão em cada madrugada difícil, até mesmo descobriu que o arquiteto cantava bem pois dormiu tão bem ao ouvi-lo cantar depois de uma noite conturbada e dolorosa.

Amava o homem que havia escolhido para sua vida e se sentia o mais sortudo do mundo por ter dito que aceitava fazer panquecas com calda de chocolate pelo resto de sua vida, era algo que valia muito. Se sentia imensamente amado e gostava daquela sensação, era quente e aconchegante, como um carinho na bochecha.

— Voltei! — Sorriu animado tirando uma pequena mochila das costas.

— Que isso? — O moreno perguntou se ajeitando na cama.

Prapai sorriu confortável vendo o acastanhado tirar da mochila um monte de pacotes de doce e dois sacos da hamburgueria que eles sempre comiam. Sky tinha um sorriso grande nos lábios e andava saltitante até o móvel ao lado da cama, ele puxou a pequena mesinha embutida ali e colocou em frente à Prapai e tirou os lanches dos sacos colocando em cima da mesa.

— P'San me disse que vai te dar alta amanhã — Sorriu dando a notícia — Vamos comemorar da melhor maneira possível!

— Se empanturrando de gordura e açúcar? — Perguntou risonho ajudando o noivo a colocar as coisas em cima da mesa.

— Eu pedi seu hambúrguer favorito, aquele saudável e cheio de salada — Apontou para um dos hambúrgueres que estava enrolado em um guardanapo de papel na cor verde — P'San disse que você pode comer...

— Para de falar do médico, por favor — Fez uma careta engraçada arrancando uma risada do noivo.

— Amor...Ele é tão...

— Eu vou te jogar pela janela — Ameaçou apontando um canudo para ele — Suco de laranja? — Riu achando graça da pequena jarra que ele tirou da mochila — Como você colocou tudo isso nessa mochila?

— Segredo! — Sorriu pequeno terminado de arrumar tudo.

Prapai estava mais apaixonado do que no começo do relacionamento. Droga. Sky era tão perfeito e único, estava fazendo daquela situação ruim e desesperadora, uma das melhores coisas que ele já havia feito na vida. O moreno achou que estaria sozinho ali, teve medo de Sky fechar o coração para não sentir nada e simplesmente não aguentar a pressão do incidente e ir embora, mas ele estava ali. Com ele e por ele.

Não conseguia imaginar sua vida longe daquele arquiteto instável e sorridente, parecia certo estar ali. Era certo. Não conseguia entender como Pat podia ter traído alguém tão doce, adorável e amável como Sky, era quase um pecado saber que aquele desgraçado não soube valorizar alguém tão puro e especial como Sky. Prapai não conseguia entender como alguém conseguia fazer mal com o acastanhado, ele tinha uma alma infantil e uma inocência que exalava por todos os poros, queria poder transferir toda a dor, medos e inseguranças do arquiteto para si, não era justo vê-lo sofrer a cada crise e não era justo que suas inseguranças o impedisse de ser feliz.

— Por que está me olhando assim? — Perguntou sorrindo com as bochechas levemente coradas.

— No dia do pedido de casamento, eu só disse que aceitava fazer panquecas com calda de chocolate pelo resto da vida — Sky não entendeu o porque aquilo de repente, mas prestou atenção — Eu não disse o quanto te amava, não disse que minha vida não tem mais sentido se não for ao seu lado. Pode parecer algo bobo e sem sentido, pode até me chamar de louco e tarado, mas eu não me arrependo de ter ficado três meses amando você sem nem ao menos ter te conhecido realmente. No começo eu pensava que só queria repetir o ato selvagem e intenso, nos encaixamos tão bem e eu nunca havia me sentido tão bem fazendo algo tão sujo e carnal, mas pareceu certo quando nos encaixamos. Eu fiquei com dor na minha pélvis por duas semanas — As bochechas de Sky coraram violentamente e o moreno levou um tapa na coxa — Para mim valeu a pena todas as vezes em que você rejeitava meus recados e não queria almoçar comigo, mas não resistiu aos doces que eu te enviava. Te ganhei pela barriga e não teve mais volta — O arquiteto concordou segurando a mão do CEO — Quando você passou a ficar em casa, eu me senti tão completo e pareceu tão certo quando você inconsciente me agarrava no meio da noite e embolava as pernas na minha, pareceu certo no meio da madrugada eu ser a conchinha menor — Sorriu acariciando o rosto do arquiteto — Pareceu certo eu amar você, querer tomar todas suas dores e suas inseguranças, segurar suas mãos e te abraçar para não cair. Pareceu certo viver para te fazer feliz, é isso que é certo, amar você é te fazer feliz e eu estou disposto a fazer isso pelo resto da minha vida — Beijou as mãos de Sky — Quero ter uma casa grande com um quintal enorme, ter dois gatos e um cachorro, sete peixinhos e cinco filhos. É o que eu quero, e desejo muito que você aceite essa loucura comigo!

— Dois gatos, um cachorro, sete peixinhos e cinco filhos? — O moreno concordou — Vamos adotar?

— Vamos, quatro meninos e uma menina — Ele estava aceitando sua loucura?

— Eu quero ter tudo isso com você, mesmo que seja uma loucura, eu quero — Sorriu grande fazendo os olhos sumirem se tornando dois risquinhos.

Se amavam tanto, pareciam que iam explodir de tanto amor. Queriam cometer loucuras juntos e por mais louco e sonhador que fosse, queriam fazer dar certo. Era uma promessa.

Me Deixe Entrar Em Seu Coração-Prapai e SkyOnde histórias criam vida. Descubra agora