Parte 2

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Talvez o agora seja o meu presente futuro, pois o futuro está no passado, e o passado também é o meu presente. Outrora ates da viagem à Marte, — penso eu que seja importante relatar nesse texto que talvez não chegue no futuro pois seja dissolvido pelo tempo, já que, sabendo do futuro nunca soube de existência de um texto de escrituras sobre uma história tão estranha e significativa como a que relato aqui que fosse encontrado por quaisquer arqueólogo ou historiador, necessário que eu deixe os detalhes, pois tudo aqui também se conecta com o futuro, ou talvez seja coisa da minha cabeça, talvez eu realmente morri, até mesmo antes de ir para Marte e assim nunca fui a lugar algum —. Tive paixões, além de breve atrações românticas e momentânea, a primeira paixao importante por uma garota do colégio (importante pois fora a primeira das vezes que senti aquele misto de emoções confusas que somente paixões podem proporcionar, mas a segunda e mais avassaladora onde me descobri foi resumida a um primo distante e brasileiro, parente de minha mãe que é filha de brasileiros. Meu pai não gostava muito do Brasil constantemente, ele dizia que as coisas não faziam sentido por lá, já eu gostava, devo dizer que essa paixão foi impossível, embora eu tenha dado uns beijos escondidos em Jardel, meu primo brasileiro, que era um homem atraente e charmoso um ano depois de nosso retorno a Inglaterra ele se casou, e ainda nos convidou para o seu casamento no Brasil, eu pensava tanto nele que não suportaria a ideia de vê-lo casar e antes de viajar para o seu casamente inventei uma doença. Devo dizer, foi uma jogada de mestre, como meu pai já não gostava da ideia da viagem decidimos que ficaríamos em casa, unindo o útil ao agradável.
Anos depois apaixonei novamente por um outro garoto, nesse momento já entendia mais sobre paixões, não era algo que me abalava ou me descontrolava, esse era um militar e prestava serviço no local onde eu já empenhava o estagio no Instituto de Viagens Intergalácticas, nos conhecemos perto do meu ultimo ano de formação, ele era um ótimo piloto de aviões-jatos, e eu costumava treinar minhas técnicas no ar com ele, logo após eu matava aulas de Oceanografia para fumar cigarros, não que eu gostasse de fumar cigarros, pelo contrario eu não podia ter nenhum vicio, mas eu gostava dele, de sua presença, gostava de ver ele fumar e o modo como a sua garganta se movia durante as tragadas do ruivo Davidson McAulay.

— Para Marte?! — disse Davidson

— Shhh — falei tapando o seu lábio — Ninguém pode saber, é ultra secreto. Eu só queria que você fosse o primeiro a saber... Depois vira a publico, é claro, mas eu fui um dos selecionados.

— Wes realmente é um cara foda.

— Sim, ele é um ótimo comandante. Se não fosse por ele eu não iria, mas ele sabe minha paixão para além do mundo.

— Você não parece muito empolgado de verdade — disse ele após tragar seu cigarro e soltar a fumaça pelo nariz.

— Demorei a sentir isso de novo — retorqui

— O quê?

— Me apaixonar — falei melindrado — A ultima vez eu tinha 14 anos era só um adolescente babaca que caiu no papo de um brasileiro mais velho.

Ele lançou a cabeça para trás e deu uma gargalhada.

— Prometo que estarei bem aqui, lhe esperando O.k? — disse ele

— Contarei sobre nós aos meus pais quando voltar dessa viagem, caso eu sobreviva. — falei rindo em tom jocoso — Sabe não tem problema...

— O quê?

— Você querer outras pessoas deram anos de viagem. Entao... não problema.

— Eu sei me controlar.

Ele deu um riso novamente e me puxou para seus braços, aproveitei para pegar seu cigarro do qual eu apenas enchia a boca de ar fumacento e lançava o mesmo sem tragar - como se aquilo evitasse danos no pulmão, é o que sempre pensamos

— Temos de comemorar — disse ele

— Talvez — respondi incerto

— Ah, qual é Isac Cole?... Se anima, vamos sair hoje a noite e depois transar no resto dela.

Eu ri e o empurrei devagar, ele me puxou para seus braços de novo pegando o cigarro de meus dedos.

— Vou te comer. — acrescentou ele

— É mesmo? Eu acho que... Eu quem vou comer você.

— Nãão, eu vou te comer de modo com que você não vai esquecer.

— Para com isso David — murmurei envergonhado — Você sempre diz isso..

— E você esquece?

— Não — sussurrei rindo lhe roubando um beijo.

Ele deu um sorrisinho orquestrando sua gloria, eu fiquei envergonhado pois não gostava de quando ele se gabava de tal forma, mas eu já devia ter acostumado com sua postura de se achar o máximo, no fundo eu sabia que Davidson McAulay era o máximo!

Einar - Amar, Sangrar E MatarOnde histórias criam vida. Descubra agora