Parte 7 - dispenso a ajuda

198 37 5
                                    

Tao breve, ao longo de quatro dias o som da corneta Gjallarhorn ecoou vindo dos mares, onde dois barcos Dracares aportaram-se. Os mesmo que saíram rumo a inserção retornavam à costa. Espiei ao ouvir o som, e um amontoado de moradores já se uniam no cais para receber os guerreiros, muitos já festejavam, outros demonstravam tamanha aflição. Abandonei meu posto no ferreiro, e me guiei junto de Sigurd até o cais onde os barcos já se aportavam e tripulantes já desembarcaram, alguns sendo carregados feridos em macas improvisadas feitas de madeira e tecido, outros brutalmente deformados de brigas, ossos da face afundado, narizes quebrados, dentes faltantes, dedos e orelhas mutiladas. Kalef passou por mim, tocou meu ombro, seu nariz carregava resquícios de sangue seco, Ana e Einar logo atrás, Einar que estava com uma faixa sangrenta feita de tecido nos ombros por cima da camisa de linho e um poncho nos ombros feito de lã, notei os nós de suas mãos, inchados esmagados e avermelhados, já Ana estava com o supercílio e o lábio cortado além de um caminhar manco. A abracei de modo imediato, ela deu um leve gemido a soltei preocupado por ter a machucado, mas estava feliz por saber que ela estava bem e viva! Notei Basim parar ao lado de Ana a tocando no ombro e logo a embarcação estava vazia.

— E o Arne? — pergunto sentindo um temor na resposta.

— Guerreiro que morre e batalha vai para Valhalla. — Resmungou Einar e os homens ecoaram um grito de guerra em seu encalço.

— Você o matou! — retorquiu Ana com voz baixa e com um olhar odioso.

— Fiz o que foi necessário. Não ouse me contrariar novamente — disse ele firmemente a Ana.

Nina se aproximou e um pequeno círculo de conversa fora se formando no meio do cais atrapalhando a passagem, Einar de certo não queria estar ali, ele queria passar para não dar continuidade naquela conversa, mas o interpus.

— É verdade? — o interroguei — O que Ana disse?

— Claro que não — disse ele após tossir um riso evasivo, mas meu olhar dizia muito sobre minha descrença em suas palavras então ele desembestou a falar — Ele já estava morto, eu so...

— So não quis salvá-lo — disse Ana.

— De novo não... — disse Basim como se aquela discussão já tivesse acontecido

— Ela é so uma mulher, novata e guerreira. — disse Einar a encarando. — Nao está acostumada com mortes.

— Mas eu vi — retorquiu Ana bruscamente. — Eu vi o que você fez Einar, e seus homens podem não acreditar em mim, por ser mulher ou novata, mas sei que vi.

— Fiz o que devia ser feito. — disse ele me empurrando para o lado de modo brusco.

Passou por nós irritado, seguindo adiante, Basim meneou a cabeça olhando para Ana e depois a negou sutilmente um gesto um tanto evasivo, eu olhei para Einar que passava solitário aos montes de pessoas que ali estavam aglomeradas, chorado ou ajudando aqueles que ainda estavam vivos e até mesmo comemorando e já enchendo seus canecos pelo retorno de sobreviventes.

— E Will? — perguntou Nina.

Ana a lançou um olhar um tanto descontente.

— Conto a vocês quando eu puder me sentar, minhas pernas estão me matando.

Assim fizemos caminhamos com Ana, eu a servindo de apoio para que ela não se apoiasse tanto em sua perna ferida, até a taberna, onde outros homens já se reuniam comemorando e festejando a batalha, para eles a inserção fora algo revigorante e podia escutar eles dizerem que haveria um retorno, que aquilo não ficaria barato, seja lá o que “aquilo” significava. Ana se sentou, esticando as penas na qual levantou sua calça e revelou uma escoriação em sua canela, estava bem pulsante e vivo, o taberneiro nos serviu um copo de hidromel a cada um, este por conta da casa pelo retorno dos guerreiros, nos sentamos, Nina e eu apresentamos uma certa Ansiedade.

Einar - Amar, Sangrar E MatarOnde histórias criam vida. Descubra agora