Parte 9 - Bravura

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Eu tomava um fôlego, e mais um gole de hidromel, os olhos de Styrbjorn me cercavam me esperando parado perto da porta do quarto de Einar, já Einar retornou para salão sentado ao longe em uma cadeira do outro lado observando-me com aquele mesmo olhar indecifrável de quando me vigiava fazer coisas erradas, outros homens se divertiam, alguns mais bêbados adormecidos no salão, estavam festejando algo e comentando suas reclamações sobre o fim das Incursões na Europa, que muitos nórdicos estava se convertendo ao cristianismo e que a falta da incursão lhes assolava a pobreza e dificuldade no plantio. Queria que Nina estivesse aqui, de certo ela teria alguma ideia, mas ela já havia ido embora junto de Kalef que retornou ao salão e ele também me encarava, por alguma razão sentia que ele Einar estavam aprontando alguma coisa. Styrbjorn deu um assovio, indicando que eu entrasse logo para o quarto, olhei para Einar desesperado.

Devo admitir que eu era um tremendo burro, afinal o que eu estava fazendo? Por que aceitei? Estava sendo protagonista de uma história que não era minha. Tomei coragem.

Passamos pela cortina de tecido, que era a nossa única fonte de privacidade. Será que podem ver nossas silhuetas? Penso eu. Se vissem que diferença fazia? Eles faziam sexo o tempo todo até mesmo em locais públicos sem vergonha em serem vistos. Eu queria fazer uma cerimônia, enrolar para evitar, mas nada iria anular o fator que iria acontecer.

— Quer beber mais um pouco? — falei lhe oferecendo minha bebida.

Ele já estava bêbado, mas eu queria o deixar mais, esse era o meu plano inicial que deu errado, torná-lo exaurido de bebida para que ele não fizesse nada comigo, mas o estranho tio de Einar não bebeu o suficiente. Talvez aquilo fosse mais rápido do que eu pensava, ou não, tomara que ele não seja daqueles que demoram quando bebem.

Ele me olhou com seus olhos bravos e deu um tapa na minha mão, fazendo o restante da bebida voar em seguida me puxou violentamente pelo braço, tentei o empurrar, mas ele me agarrou beijando meu rosto enquanto eu tentava me esquivar de seus lábios nojentos para que não tocassem minha boca, seu cheiro de suor com álcool era pior que de um porco no chiqueiro. Dei a ele uma esquiva bruta o empurrando e uma cotovelada que acertou sua boca e logo o sangue despencou revelando um sorriso de dentes tortos e vermelhos de sangue, ele ficou irritado ao ver o sangue, avançou em cima de mim enquanto eu me agitava em seus braços grandes e fortes tentando escapar e ambos caímos sobre a cama baixa de Einar, seu corpo pesado em cima do meu me fazia sufocar enquanto tentava me virar de bruços, ele puxou a gola de minha camisa rasgando o linho cru e segurou meus braços e meus cabelos girando meu corpo, em seguida senti ele enfiar sua mão dentro de minha calça puxando a mesma revelando minhas nádegas para fora, puxou meu cabelo fortemente, inclinando minha cabeça e dei um grito sutil.

— Não e-eu, não, não quero — falei melindrado quase chorando meu desespero.

Naquele instante meu pânico sucumbiu, eu não queria mais aquilo não queria fazer aquilo. Me agitei e minha mão escapou da sua lhe acertei outra cotovelada me virando de volta, ele atónito me olhou assustado, agora seu nariz sangrava.

— Seu Alojamento de homens sujo, eu vou comer você até  não aguentar mais e depois vou cortar sua garganta — disse ele abaixando suas calças ficando nú e novamente avançou em cima de mim.

Naquele instante lhe acertei um chute em minha defesa e gritei um “não!” que parecia ter saído de minha alma, ele segurou meu pé no segundo chute que tentei acerta-lo e escorreguei até o pé da cama com um puxão que ele me dera, e novamente ele tentou me virar de bruços, mas acertei outro chute e seu corpo molenga foi para trás, seus olhos arregalaram e ele deu um resmungo ficando imóvel, subi minha calça me encolhendo e preparando mais um chute, sentia meu coração tamborilar feito uma gaiola de pássaros selvagens, ele deu outro resmungo, ainda imóvel, era como se tivesse engasgado, achei ter acertado seu estomago até que o sangue vazou de sua boca, uma enorme quantidade como se estivesse vomitando e só então vi a lamina da espada em seu peito, a lamina subiu rasgando sua barriga até seu peito e em seguida seu corpo se dobrou para frente, e Einar estava parado atrás empunhando a espada sangrenta. Empurrou com o pé o corpo pesado de sua lâmina.

Einar - Amar, Sangrar E MatarOnde histórias criam vida. Descubra agora