3 - A proposta

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Estive pensando a respeito do meu aprendizado, embora eu já falasse como eles, e até mesmo conseguisse conversar em nórdico antigo muitas das coisas as vezes eu não entendia e por isso me perdia nas palavras tendo que fazer uma rápida interpretação, principalmente naqueles que falavam com extrema sagacidade e rapidez. Isso me fez lembrar a primeira vez na qual viajei para o Brasil, embora meu pai não gostasse devo admitir que fomos diversas vezes, e eu treinava meu português com minha mãe antes de ir, se eu ainda não soubesse a complexidade do nórdico de longe essa língua era menos difícil que o português que até hoje pouco entendo. Outra tarefa mais difícil do que aprender outros idiomas era fazer o uso do Arco-e-Flecha, isso me fez pensar que talvez Einar tivesse razão a respeito, eu podia ser medianamente bom com os machados, com a espadas ou lança, mas não era bom com Arco e flecha, mesmo que não fossem tão utilizados assim, mas presumo desde já que nem todos devam ser bons com todas as armas e esse pensamento foi o único que me fizera me conformar.

A neve havia caído durante a noite toda e Rolfsten estava coberta de uma camada fina de branco, logo pela manhã, ao nascer do sol, os barcos haviam zarpados do porto rumo a inserção.
Nina me vigiava ao longe, sentada em uma pedra costurando, enquanto a pequena Sigrid filha de Einar estava adormecida em um cesto de fibras recheada de cobertas e peles quentinha, enquanto eu após tentativas fracassadas em caçar um esquilo corria atrás do mesmo pelo campo brevemente pastoril, logo com o inverno rigoroso sumiram quase todos os bichos, até finalmente desisti voltando até Nina carregando um semblante frustrado em meu rosto. Joguei o arco e as flechas no chão me sentando ao seu lado no chão gelado.

— Realmente Einar tinha razão, eu não estou preparado, mal consigo fazer uma tarefa simples como caçar, atirar em alvos em movimento é mais difícil. — Falei me afogando na minha angústia. — Não vou conseguir peles para Ana e ela ficará angustiada.

— Eu acho que ela não ficara angustiada, e também acho que ela não precisa de pele alguma.

— Como não? — disse eu espiando a pequena criança adormecida que suava entre os fios dos cabelos ruivos avermelhados, puxei uma das cobertas a fim de fazê-la tomar uma brisa refrescante.

Pelo menos ela está bem aquecida, pensei.

— Ela é a mesma Ana de sempre não gosta de ver ninguém se sentindo inútil, talvez ela só não quisesse que se sentisse inútil.

— Ah — lancei um punhado de neve para o ar — Ajudou muito Ana — Reclamei. — acha que ela encontrará Will?

— Espero que sim, afinal acho uma loucura ela ajudar em inserções sem ter tido uma pista de Will, esquecemos de perguntar isso a ela. E acho bem-feito que Einar tenha lhe vetado, estão colocando suas vidas em risco a troco de quê?

— Somos como eles. — Dei os ombros

— Não, não somos.

— Como vai dizer isso ao seu filho? — respondi e ela me lançou um olhar pensativo — Para eles é um orgulho, são rústicos, bárbaros e é isso, matar ou morrer lutando. Como vai criar seu filho aqui?

Por um momento foi como se ela tivesse se esquecido de sua gravidez e se lembrado após eu indagar.

— Penso nisso, você realmente não acha que matar ou morrer lutando é exagerado de mais?

— Nãããão, eu acho que gosto desse novo mundo. — Respondi — Digo, é como viver no inicio de tudo, eu acho que realmente tenho gostado dos cultos aos deuses, e posso sentir em meu coração os mesmos como Freyja todas as sextas, ou Thor nos relâmpagos e trovejos.

Ela riu, eu estava caçoando.

— Você está perdendo a sanidade.  — Respondeu empurrando minha cabeça.

Einar - Amar, Sangrar E MatarOnde histórias criam vida. Descubra agora