FIM DA PARTE I

157 17 8
                                    

Olhei para Einar assustado, ele estava dando a cara a tapa, colocando seu corpo a mostra e tudo o que minha mente imaginou foi ele sendo atingido por uma lança bem no peito, já que ele não estava usando escudo algum, apenas seus dois machados na mão.
Olhou para nós com um olhar confuso. Deu um sinal para Kalef que se levantou melindrado mas aos poucos caminhou até ele confuso.

— Ah — resmungou Kalef. — Pode ser uma armadilha?!

— Não, o barco do clã da Serpente já está aportado. — resmungou Einar.

Me ergui curioso para ver o que estava acontecendo. Aos pouco feito bicho curiosos foram saindo um a um da mata e das moitas, seguindo Einar. Ao nos aproximar, Basim e Kalef seguiu para um lado junto de uma tropa de homens começou uma divisão de formação militar curiosa.

A neblina da manhã na verdade era  fumaça misturada com o orvalho, segui os passos de Einar e entramos em Valkahem que estava deserta, parecia-se uma vila fantasma que qualquer coisa sairia dos escombros de casas distruidas, algumas ainda em chamas com os telhados de palha se queimando infinitamente.

— Nira — gritou um homem após reconhecer o corpo de uma garota no chão.

Ela estava morta, ensanguentada, seu choro de lástima se estendeu, todos presente deram uma breve parada silenciosa vendo sua dor enquanto ele gritava por ela. Aos poucos outros corpos foram surgindo no chão, e o pavor dos homens fora se tornando nítido em suas faces amedrontadas e enrijecidas, como num filme de horror.

Confesso que até mesmo eu estava horrorizado, corpos desmembrados, poços de sangue sob o chão terroso que o solo não absorveu e pedaços de carne ou ossos humanos espalhados.
Haviam destruído tudo, Valkahem por completo, as casas, as pessoas, tudo! Havia escombros espalhados, como se tivesse acontecido uma guerra, um cenário fúnebre e assustador. No fim de uma vila de casas surgiu uma mulher, grande parruda, forte, Einar parou diante dela.

— Tia? — Murmurou.

— Einar — sorriu o içando pelo pescoço.

Ela tinha os cabelos longos e uma coroa circular na cabeça, bracelete no bíceps levemente musculosos e uma cara carrancuda e quadrada. Estava com o rosto pintado de vermelho, e tinha uma aura amedrontadora. Se aproximou de Einar o abraçando, um grupo de homens surgiu e Einar cumprimentou um a um, seus primos presumo.

— O quê aconteceu?

— Encontramos somente três sobreviventes, duas mulheres um homem. Eles disseram que o clã do Urso e os Mckoi entraram em conflito após a morte de Troells, travaram uma batalha aqui, mas já haviam destruído tudo. Ficaram com medo após matarem a mãe de Frigg e ela revelou a eles través de suas visões que você estava vivo e viria para dizima-los. Malditos McKoi perseguem nossa família desde que nossos descendentes pisaram em Wissex!

— Frigg, ah pela barba de Odin!

— Ela está viva. Vem...

— Avise a Kalef que preciso que ele vá para Rolfsten. — disse Einar a um dos homens que saiu às pressas atrás de Kalef.

— Passamos por lá Einar, não há nada lá — disse Birna — Vim em quatro barcos e deixei um aportado lá caso fosse lá primeiro, mas... Não há nada, tudo destruído, pessoas mortas...

Seguimos a tia de Einar, alguns animais, porcos gansos, cavalos estavam soltos por Valkahem, andando para lá e para cá. Alguns homens foram já se prontificando a pegar os animais para que os mesmos não fugissem para longe e aprisiona-los em cercados improvisados.
Caminhamos um pouco até o coração da vila, o grande salão, parcialmente destruído, o telhado de palha queimado, paredes abertas fazendo a claridade do dia entrar, e neblina de cortina de fumaça que fazia até os olhos lacrimejar.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 29 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Einar - Amar, Sangrar E MatarOnde histórias criam vida. Descubra agora