VI - Arrastado para o inferno

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Como combinado por Kagekao, todos passaram a noite na tal estrutura soterrada. Parecia um postinho de saúde, que fora abandonado e infelizmente, soterrado por um deslizamento. A noite não foi tão tranquila quanto o esperado. Jane não conseguiu dormir por ter se culpado sem parar, Sadie não conseguiu pregar o olho por preocupação com seus mais novos perseguidores, assim como Kagekao, e Toby... Bem, ele fumou pelo menos cinco cigarros devido seu Tourette que atacou.

O postinho também não era um lugar, todos er m deveruito confortável. A instabilidade dele fazia-os pensar que em um momento ou outro tudo viria simplesmente à baixo, a final, a única saída não soterrada era uma janela, cuja vista era magnífica: Um céu totalmente estrelado, com uma bela lua crescente.

—... Toby... Você não está dormindo, não é? – Questionou Jane, com uma voz suave.

—... N-Não. – Rogers estava encostado em um armário de madeira, de olhos fechados e com os braços cruzados. —... Não e-est-tou b-brav-vo. D-Desculpe.

—... Haha... Nunca pensei que fosse ouvir você me pedindo desculpas.

— Eu-Eu mudei. – Seus olhos castanhos se abriram, fitando a colega. Dava a impressão de que as estrelas brilhavam em seus olhos.

— Você não acha que somos uma família ou algo assim, não é?

— Isso... S-Seria ridículo. – Ele olhou para baixo, balançando seus pés levemente —... Mas eu ad-dmito q-que... Me sinto m-mais à v-vontade... Com vocês. – Ele olha novamente para a jovem. Seus olhares se cruzam. Jane, que estava deitada em um tapete surrado decide se sentar, colocando a mão em seu pescoço.

— Sabe, Toby, depois do que o Jeff fez comigo, eu... Só procurei vingança. Abandonei a faculdade, meu emprego... Eu só servia para visitar os túmulos dos meus familiares e perseguir Jeff. Daí o Splendorman me levou pra casa dele e tentou fazer aquela coisa idiota de terapia... – Ela sorri de canto, rindo um pouco — E depois daquilo, eu só estava muito alucinada. Eu... Fiquei feliz em ter essa... Coisa. – Toby arqueou sua sombracelha — Quer dizer, essa vidinha. Eu acho que... Me deixei levar um pouco e cheguei a considerar vocês uma família. No fundo eu sabia que você não eram minha família de verdade, mas gostei de ter essa impressão, ao menos por um tempo. – Ela coloca a mão no peito — Meu coração só... Dói muito ao pensar que isso tudo foi culpa minha.

Toby revira os olhos, bufando. Ele se aproxima dela e coloca sua mão em seu ombro. Jane até se assusta um pouco, pois ele jamais encostava nela. — Não é s-sua culp-pa. Eu n-não faço ideia d-do que tá acontecendo, ok? E... – Ele abraça suas próprias pernas, novamente com seu olhar distante — Eu... Q-Quase me d-dei-ixei levar com é-essa s-situação t-tamb-bém.

Por um momento, ambos ficaram em silêncio, Jane sequer sabia bem o que dizer.

— Jane. Eu... Q-Quero c-continuar v-vivendo com vocês. – Ele colocou a mão novamente sobre o ombro da moça — Eu não v-vou voltar aque-ele infe-erno. Eu quero viver... Com ao m-menos v-você.

Jane arregalou os olhos — Wow. Então... Eu sou sua amiga? – A jovem deu um sorriso tosco. Quando foi a última vez que sorriu assim?

— N-NÃO ABU-USA! – Toby bufou, retirando a mão de Jane e cruzando os braços.

— Ugh, e lá vai ele de novo ficando PUTO por motivo nenhum! Eu sabia que era bom demais pra ser verdade! – Ela empurrou o rosto de Toby

Ressentimento - Slenderman  Onde histórias criam vida. Descubra agora