XXXI - Seus olhos, o que eles viram?

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— Mansão Splendorman —

Após o encontro com Splendorman e Sally, Natallie esteve mais incrédula sobre o palhaço. Além de já terem os problemas diários com o fato de ele ser extremamente controlador, a jovem sentia que havia algo mais sobre ele... Algo mais profundo e muito, muito pior. A jovem esteve "seguindo" as regras da casa, continuando com suas afrontas para com Splendorman — Coisas simples como não aparecer no horário previsto, dormir tarde e vagar aonde não deveria, procurando alguma coisa a mais, é claro. —, em nenhum momento fora agredida de novo, mas sabia que estava brincando com a sorte e bom humor do palhaço assim, talvez as coisas acabassem ruins, mas quem se importa?

"Ao menos tenho comida, banhos quentes e uma cama de verdade agora." Pensava consigo, enquanto explorava os imensos corredores da mansão. Se antes eles eram totalmente psicodélicos e poluídos de coisas, agora eram praticamente a mesma coisa, como se andasse em um labirinto de folhas por horas e horas. Natallie queria de fato descobrir se havia algo à mais com Splendorman, algo que poderia destruí-lo e que lhe ajudasse a cumprir a promessa que teve com Sally, e para isto teria de fazer a pior e mais tenebrosa coisa que jamais teria feito — Interagir com os outros membros da casa.

Não demorou muito para encontrar um outro proxie que flutuava em um dos cômodos com seu longo vestido esbranquiçado e cabelos louros que também flutuavam ao vento um pouco. Percebeu a exuberância de cortes em seus braços e pulsos, junto com a ausência de um olho, provavelmente retirado em uma crise ou algo parecido. Seu vestido branco lhe dava destaque para um imenso corte na garganta, que estava coberto por uma fitinha azulada. Era Sadie, a garota que tomava conta de sadia 24 horas por dia.

Natallie entrou no quarto sem cerimônia, parando ao lado do espectro e ficando em silêncio, com um semblante bem sem graça. Ela definitivamente não sabia como puxar assunto, muito menos como conseguir as respostas que queria, a final, em sua vida toda ela só ficou em silêncio e baixando a cabeça até explodir.

— Do que você precisa, Clockwork? – Questionou a loura sem ao menos olhar para trás.

— Ah eu só... Queria te perguntar umas coisas...

— Você... Quer descobrir o que? – Ela olhou para trás, com um semblante depressivo. Parecia séria, falando como se cada segundo da Natallie falando com sigo fosse lhe matando aos poucos... Talvez ela realmente não quisesse ser incomodada.

— Olha, eu tô sabendo que você já sacou que não vim aqui pra tomar cházinho, então só me conta logo como você conheceu o Splendorman que os abusos dele estão demais, tá?

Sadie ficou em silêncio, a observando. Não movia um único músculo enquanto fazia isto. — ...Eu não diria, mas... Ele machucou a Sally. Ele a fez lembrar... Daquilo. Então acho que posso ajudar.

Natallie se sentiu aliviada, por um segundo pensou que a garota não fosse lhe ajudar.

— Eu... Conheci o Kagekao após eu ter morrido. — Ela parecia bem mais triste agora — Ele... Era mais que um amigo para mim. — Ela fitou Natallie seriamente com seus olhos cor de mel.

•••

— Olá Sadie. – Disse o encapuzado, se aproximando da mesma com uma cestinha na mão, ambos estavam em cima de um edifício abandono.

— Ah, oi... – Respondeu timidamente, de cabeça baixa.

— Eu trouxe um vinho ótimo para dividir com você.

Ressentimento - Slenderman  Onde histórias criam vida. Descubra agora