VII - Estrangulado por uma Víbora

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Tobias havia ficado extremamente conturbado após o que Tim havia lhe dito... Como ele ousa desistir? Ele peitou Slenderman! Eles todos, caso se juntassem, poderiam fugir de lá, foi o que ele pensava consigo. Seus pensamentos foram interrompidos por Natallie, que estalou os dedos à frente de sua face, o despertando.

— O Slender quer falar com você.

— Pra q-que eu perd-deria m-m-meu tempo? – Questionou ele, desinteressado.

— Pra você não perder sua vida? Se é que ela vale, não é? — Ela suspira, cruzando seus braços — Você estava reclamando demais hoje...

—... V-Vou lid-dar com i-isso logo. – Ele se levantou e foi até o escritório de Slenderman, enquanto Natallie o observava com um olhar que poderia ser descrito como o meio termo entre pena e descontentamento.

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O jovem abriu a pesada porta de madeira bruta, dando de cara com aquela imensa sala em formato de cúpula. Não era muito diferente do resto da casa, só não havia tanto lixo no local. Havia somente uma mesa próxima a uma gigantesca janela de vidro... Lá estava Slenderman, olhando para fora.

— Tobias... Já deve imaginar o porquê de eu der te chamado aqui, não é? – A criatura virou para ele. A porta atrás de Toby, de alguma maneira, bateu, fazendo o garoto dar um pulo. Estava nervoso, com o coração há mil... Mas com toda a sua coragem, ele se colocou à frente, encarando a criatura.

—... Sim.

— E... Você sabe bem que o que fez era errado, não é? Me diga... O que você fez? – Ele serviu uma xícara de chá para si.

—... V-Vai dire-reto ao ponto. – Slenderman tomou um pouco do chá, mas deixando a xícara na mesa após isso.

—... Tobias. Você sabe que não deveria fugir, não é? Você... Me deve muitas coisas. – Ele começa a andar lentamente pela sala – Você me deve sua vida. Você estaria morto sem mim, e sabe disso. Você... É minha propriedade. O mínimo que deveria fazer é me respeitar. Ficar quietinho em seu canto como um bichinho.

Toby cerrou os punhos. —... Não. NÃO! ISSO NÃO É VIVER!!!! – Ele berrou puramente — N-NÃO TE D-DEV-VO NADA!!! VO-VOCÊ AO ME-ENOS SE ENX-XERG-GA?! OLHA A SI-SITUAÇÃO A-A-AQUI! SEUS P-PROX-XIES D-DORMEM N-NO CHÃO SU-U-UJO!!! ELES N-NÃO TEM O Q-QUE C-CO-OMER, ELE-LES ROUB-BAM E T-TE-ENTAM SE MATAR!!! Q-QUALQUER CO-OISA É ME-E-ELHOR!!

Slenderman ficou plenamente o observando berrar, como um gato observando um ratinho minúsculo e inferior.

— EU-ME-SINTO SUF-FOC-CADO!!! NÃO D-DÁ PRA V-VIVER AS-SIM!!! TEM G-GENTE A-APODREC-CENDO AQUI!!! A MORTE É MEL-LHOR QUE ISSO! — Ele colocou as mãos em sua cabeça, tendo novamente as fortes dores de cabeça. — VOCÊ-TEM NOÇÃ-ÃO Q-QUE P-P-PRA VIV-VER PRECI-ISAMOS ENCH-CHER O C-CU DE RE-REMÉDI-DIOS?! POR SU-UA CULPA!! VO-VOCÊ FAZ ISSO!!!

—... Não há nada de errado com meus proxies, Tobias. Você está equivocado. – O rosto de Toby ficou vermelho de raiva. — Não seja tão sensível e egoísta. Todos estão completamente bem aqui... Até permiti um fogão à lenha, uma bela geladeira funcional e um banheiro com água refrescante para tomarem banho.

Ressentimento - Slenderman  Onde histórias criam vida. Descubra agora