XII - Esquecida pelo tempo

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— Tem certeza de que é aqui?

— Claro que sim, este é o endereço que consta na ficha e no sistema. Ela não pode ter se mudado.

— Ah, cara... Mas tipo, ela mal é uma adulta, que tipo de garota jovem moraria sozinha num lugar desses?

Os três policiais haviam chegado a moradia de Sabrina Mors. Constava que ela seria prima de Janie Mors, a garota que havia desaparecido do hospital. Por alguma razão, de todos os arquivos, a fundação S.C.P não havia ido atrás dela. Parecia até que haviam propositadamente a esquecido... O local que a jovem morava era deveras peculiar — Um único sobradinho, em uma ruazinha próxima à beira de um rio assoreado. Os outros sobradinhos ao lado pareciam abandonados... De fato, o lugar parecia ser perigoso, e muito. Sabrina não tinha nada mais que 21 anos.

Não demorou para que dois saíssem do carro, deixando apenas Marcelo lá dentro. — Porque eu preciso ficar aqui?

— Bem, Marcelo... Você é o mais rápido. Se, por algum motivo ela fugir ou algo parecido por estar escondendo alguma coisa, precisamos que alguém a pegue. – Respondeu Cris, acalmando os ânimos do colega, que obedeceu de mal grado.

Cris e Jessie puseram-se a subir a escada de concreto bruto, cuja tinta branca estava já descascando. Os corrimões ao lado certamente poderiam dar a algum desavisado tétano e a porta da frente, incrivelmente era de madeira bruta. Era do tipo de portas antigas, cuja madeira era esculpida em pequenos detalhes e até desenhos decorativos. Os detalhes lembravam camas de princesas em contos de fada, porém, a tinta azulada também descascada não acompanhava bem os belos detalhes. Jessie deu algumas batidas na porta, a qual fez o típico estrondo que um velho móvel coberto de cupins faria.

Não demorou muito a se ouvir alguns passos — Muito provavelmente devido ao piso de madeira antiga — e então, um súbito silêncio. Ambas policiais sabiam exatamente o porque daquilo.

— Não se preocupa, a gente é mesmo da polícia, garota. Viemos falar sobre a sua prima, a Janie.

Novamente, um silêncio. Logo, ouviu-se as fechaduras se abrindo na porta, pareciam ser ao menos três delas pelos sons. A porta abriu-se lentamente e uma jovem revelou o rosto. Era pálido e redondo, com grandes olheiras em baixo de olhos verde escuro. O cabelo era negro e estava desgrenhado, amarrado em um coque rápido. A jovem vestia uma blusa azul escura e longa. Comparando com o espaço dentre a manga e seu pulso fino, dava-se para ver que a jovem havia de fato, perdido bastante peso.

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A casa por dentro não era tão diferente do lado de fora. A maioria dos móveis estava empoeirado, haviam algumas sacolas e embalagens espalhadas pelo chão e o estado das paredes era o mesmo que de uma mansão de filme de terror. As três se encontravam em uma sala, sentadas em velhas poltronas. Realmente, parecia que a jovem havia invadido a casa, pois não era possível que vivesse em um local tão... Antiquado.

— Muito bem, senhorita Sabrina... — Cris tirou um caderninho e um lápis de seu bolso

— Uh, pode me chamar de... Mors. Só Mors. Não... Não gosto de Sabrina. – Ela coça a nuca, olhando para baixo. Sua perna não parava de bater.

— A senhorita está bem? – Questionou Jessie, o que fez a jovem olhá-la com uma certa surpresa.

— Ah, sim, sim, sim. É que... – Ela coloca a mão na nuca — Eu... Eu não recebo visitas, principalmente da polícia. E-Eu... Eu fui atrás por meses daquela organização e eles não me ajudaram de maneira nenhuma!

Ressentimento - Slenderman  Onde histórias criam vida. Descubra agora