IV - Em baixo de seu nariz

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Zalgo estava deitado em seu sofá feito de corpos desfigurados. Ele parecia deveras contente em ver Slenderman novamente. Seu sorriso não era macabro, parecia malicioso e doce, de uma forma muito estranha. Ele fez um gesto com sua mão negra, balançando seus longos dedos com longas unhas para que a criatura esguia viesse mais para perto.

— Que surpresa agradável! Um rostinho bonito por aqui... – Zalgo sorri novamente, deitando de barriga e balançando seus pezinhos ao ar.

— Eu vim te pagar. – Os cadáveres de crianças caíram do "céu", se juntando a massa de corpos agonizantes ao chão de Zalgo.

— Me pagar? Muito gentil de sua parte mas... – Ele deitou de costas, com uma mão atrás da cabeça e a outra a frente, checando suas garras. — Achei que tivesse deixado bem claro que esse trabalho todo é inútil pra mim... Você sabe disso, né, Slendy? – Ele olhou o homem esguio, soltando um sorriso sacana de lado.

— Não importa, é a única forma de eu pagar. – Ele cruza os braços — E você de fato adora o caos que eu produzo na terra. Você não ousaria erguer um dedo contra mim.

—.... Oh. Hahaha... Você é muito corajoso pra dizer isso. – Ele levantou e começou a rodear Slenderman — O que você realmente quer, Slendy? Você não vem aqui à toa...

— Sem rodeios dessa vez? Impressionante, Zalgo. Deve estar realmente curioso. – Ele ajeitou a gravata enquanto Zalgo o rodeava. Aquela proximidade o deixava bastante desconfortável. — Tem uma certa... Fundação rodeando os meus proxies. Eu não gosto disso.

— Ah... E você quer que eu dê um fim neles pra você? – Zalgo cochichou, colocando ambas as mãos nos ombros de Slenderman, que apenas se afastou dele.

— Não. Sei que você está interessado neles... Ou até assustado? – Zalgo fechou as mãos, que tentavam relar em Slenderman novamente.

—... Muito corajoso. – Ele sorriu novamente, ficando em silêncio depois disso.

— Eu só quero informações, Zalgo. Não vim aqui te provocar.

— Muito bem. Eu posso... Te dar informações, mesmo após ter sido rude comigo. – Ele saiu andando, logo, a criatura foi atrás dele. A massa de carne no chão se transformou em um tipo de "televisão", a mesma da vez em que assistiram a luta de Splendorman e Offenderman.

Não demorou para que a televisão mostrasse um humano com um jaleco branco. O humano começou a ter fortes dores de cabeça, colocando ambas as mãos lá.

— Está vendo? Olhe bem, pois incrivelmente, não consigo manter o contato por muito tempo... Eles são de um lugar chamado... "SCP". No começo eu não fiquei nem um pouquinho interessado neles... Eles são tipo personagens de Scooby Doo, correndo atrás de fantasmas que são os proxies. Apostei minha xícara de florzinha que eles iriam morrer na primeira semana, e perdi! – Ele agora parecia deveras irritado.

— Eles... Capturam proxies? – Slender questionou, parecia muito surpreso. — Isso não...

— Não é possível? Pois é, é possível sim senhor. – Ele suspirou, revirando os olhos — Ele capturou alguns proxies poderosos já... E estão atrás dos seus... A final, você é útil o suficiente para deixar que seus proxies chamem a atenção. – Ele apontou para a cara de Slenderman, que apenas cobriu o rosto com as duas mãos, em decepção.

Ressentimento - Slenderman  Onde histórias criam vida. Descubra agora