14 - Tensão

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Enid

Eu senti algo se remexendo no colchão e logo acordei. A claridade do quarto era mínima, graças às cortinas de cor azul escuro.
Olhei em volta, me recordando do local onde eu estava.

Estava na casa dos Addams.

Esse quarto em específico me trouxe algumas memórias de quando eu era mais nova.

Sempre que meus pais brigavam comigo ou "discutiam" entre si, eu vinha para cá. Era como um refúgio.

Wednesday e sua família, sempre me ajudaram muito. Principalmente no último ano do colegial.

Era engraçado como a garota "zero sentimentos" havia se tornado tão importante em minha vida.

Mortícia e Gomez, também sempre foram muito gentis e amorosos comigo. Pugsley também não era diferente.
Eles eram, e ainda são, como uma segunda família para mim.

E Wednesday, essa garota simplesmente mudou minha vida de cabeça para baixo.
Quem diria que em algum dia eu estaria tão próxima de uma assassina em série.

Por falar na garota, onde ela estava?

Lembro-me vagamente de ter dormido junto a ela no andar debaixo da beliche, também recordo-me dos pesadelos. Mas aonde ela estava agora?

Pego meu celular na cômoda, o mesmo marca "08:27".

Ela com certeza já estaria no andar inferior da casa.

Então, após me arrumar, eu desci as escadas abaixo, chegando na cozinha.

- Bom dia minha margarida colorida! - Gomez disse vindo em minha direção e logo em seguida me abraçando.

- Margaridas são brancas. - Pude escutar Wednesday, ela estava praticamente resmungando enquanto tomava seu café.

A morena estava de pernas cruzadas enquanto lia seu jornal.

- Você entendeu, foi apenas uma expressão. - o mais velho disse olhando-a vagamente.

- Que expressão mal colocada.

Pugsley que também estava no cômodo, veio em minha direção e me abraçou desejando um bom dia.
Obviamente eu retribui o ato.

- Enid querida! Já está acordada? Mas que ótimo. - Mortícia disse vindo até mim.

- Não mamãe, ela ainda está dormindo. Apenas é sonâmbula. - Wednesday debochou mais uma vez.

- O que você tem hoje? - eu a questionei rindo.

- Bom dia, para você também, Sinclair.

- Ah, mas não pode ser possível. - eu disse revirando os olhos. - Bom dia Wednesday.

Após isso eu depositei um leve beijo no topo de sua cabeça.

Todos os outros três nos olhavam com certo espanto. Mas logo voltaram a "agir normalmente".
Isso deve ser decorrido ao fato de não estarem acostumados com a garota tendo tanto "contato" com outras pessoas. Principalmente quando se fala de contato físico.

- Que cara é essa? - eu perguntei para a mais baixa que continuava lendo o jornal, ela parecia entretida à princípio, mas depois notei que havia um incômodo.

- Parece que os tais "casos mistério" de dois anos atrás voltaram a ser investigados. - a garota disse indicando aspas com os dedos. - Foram um dos poucos casos nos quais eu não deixei indícios de suspeitos, como provas e etc.

- E por que isso soa tão ruim? - eu questionei, aquilo não cheirava bem.

- Segundo alguns investigadores, como Xerife Galpin, Delegada Christina Rogers e o advogado James Rivera, os últimos assassinatos ocorridos em Washington, tenham envolvimento do assassino dos casos de dois anos atrás ocorridos em Oakland. - Wednesday explicou. - Parece que os crimes indicam sinais de obsessão por necrofilia e tortura. Uma lista de suspeitos será liberada amanhã à tarde.

A Dupla Quase Perfeita - Wenclair (autoral)Onde histórias criam vida. Descubra agora