capítulo 42-dança comigo?

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Eu passei a noite toda acordado só chorando e nem percebi que já tinha amanhecido.

Levantei da cama na força do ódio, já que eu queria ficar trancado no meu quarto o resto do dia.

Fui tomar um banho e depois que saí fui me vestir.

Eu nem comi porque eu não sentia fome nenhuma, eu só peguei as minhas coisas fui pro meu carro e saí.

Quando cheguei na delegacia Gusttavo me chamou dizendo que queria falar uma coisa importante pra mim, mas eu o ignorei e fui pra minha sala.

Depois de um tempo Natália entrou.

- porque você tá assim Luan? - ela disse passando as mãos nos meus cabelos.

- eu quero ficar sozinho. - respondi olhando pro chão.

- é por causa daquele beijo? - quando ela disse isso meus olhos se encheram de lágrimas ao lembrar da promessa que fiz pra Bruna e que eu tinha quebrado ela com a Natália.

- é que eu me sinto culpado por não poder te corresponder e por quebrar a promessa que fiz pra Bruna. - disse quase chorando.

- você sabe dos meus sentimentos por você e sabe também que eu só quero o melhor pra você, eu só não quero te ver sofrendo desse jeito. - ela segurou meu rosto e me fez olhar pra ela.

- o problema é que quando eu tô com você, eu lembro dela. Eu só tô mau porque me sinto preso à ela, e o problema é que eu quebrei a maldita promessa várias vezes com você, o que acabou comigo porque eu sinto que eu tô enganando vocês duas. - lágrimas escorreram em meu rosto ao lembrar das noites que tive com Natália.

- eu te amo e vou fazer o possível e o impossível pra recuperar aquele Luan alegre, que amava uma farra, eu posso devolver sua sorte no amor, é só dizer que aceita.

- minha sorte no amor eu perdi no instante que eu perdi a Bruna. - olhei nos olhos dela e fiquei pior quando vi que ela estava quase chorando.

- eu não vou desistir de você tão fácil - ela limpou minhas lágrimas e saiu.

Passei o resto do meu dia trancado na minha sala e dormindo o que eu não dormi na noite passada, mas sempre eu fechava os olhos eu via ela na minha frente.

Horas depois:

Eu tava em casa, mas cada canto me lembrava dela. Então decidi ir pro barzinho que eu tava ontem.
Me arrumei e fui pro carro.

Mesmo tendo se passado dois anos pra mim era como se fosse ontem que ela tinha ido embora. Minutos depois cheguei lá e fui para a mesa 6, a mesa que a gente sempre ficava.
Bruna dizia que o número 6 era o número da sorte dela.

Depois que ela foi embora eu não me sentava na mesa 6 porque era como se eu estivesse revivendo o passado e no final eu sempre saía pior.

Voltar naquele lugar sozinho era como voltar no tempo, só que ao invés de estar feliz eu estava triste.

As horas foram se passando e a saudade aumentando cada vez mais.

Eu estava com uma sensação estranha, minha boca estava seca, meu coração batia mais forte e meus olhos se enchiam de lágrimas sem motivo algum, como na noite passada.

Era como se fosse um pressentimento, como se algo fosse acontecer.

Os clientes foram todos embora e parecia que só restava eu ali. Decidi ir embora pois já estava ficando tarde, fui no balcão e paguei a conta e saí.

Depois de caminhar um pouco eu comecei a sentir um cheiro familiar, era o cheiro dela, o que me fez chorar.

Percebi que tinha uma pessoa em uma das mesas atrás de mim e quando me virei tive a melhor surpresa da vida.

Minhas lágrimas se transformaram em um sorriso ao rever a pessoa mais linda desse mundo. Ela me viu, ficou meio sem jeito e tentou me ignorar.

Fui até ela ainda sem acreditar que ela tava na minha frente.

- eu não esperava te encontrar aqui. - sorri pra ela mas ela só me encarou.

- eu também não. - ouvir sua voz e vê-la na minha frente novamente era como um sonho.

- como você tá agora? - ela me olhou e pareceu querer dizer algo mas não disse nada, apenas desviou o olhar. - eu queria te falar que eu ainda te quero.

- eu... - ela começou falar mas parou quando uma lágrima escorreu em seu rosto.

- se você precisar de tempo eu te espero, eu ainda te amo. - disse enquanto limpava a lágrima de seu rosto.

Nossa música começou a tocar e foi impossível não chorar.

- eu senti sua falta - ela disse com os olhos brilhando e pegando na minha mão.

- você ainda me ama?- ela se afastou e ficou me olhando mas não falava nada. - porque você me olha e na diz nada? - perguntei passando minhas mãos em seus cabelos.- nossa, seu cabelo tá tão diferente.

- é que... - ela parou de falar e desviou seu olhar.

- foi todo mundo embora e só tem a gente aqui, escuta a nossa música tocando, a música que a gente deu nosso primeiro beijo, que eu te fiz aquela surpresa. - quando disse isso ela derramou uma lágrima, fechou seu olho, abriu e voltou a olhar pra mim. - dança comigo? - estendi minha mão e Bruna ficou olhando com os olhos brilhando.

Ela pegou na minha mão e se levantou.
Puxei ela, juntando seu corpo ao meu.

O desejo que eu tinha de beija-la era enorme que acabou sendo impossível controlar. Fomos nós aproximando enquanto estávamos presos no olhar um do outro, quando nossas bocas estavam quase se chocando, Bruna virou o rosto e se afastou de mim.

- isso não é certo. - ela disse olhando pra mim.

- mas porque? Aqui dentro você ainda é minha e eu ainda te amo. - peguei ela pela cintura e com minha outra mão segurei seu queixo, fazendo com que ela olhasse para mim.

- é que eu te vi ontem beijando a Natália. - era isso, eu tava sentindo aquelas coisas estranhas ontem porque meu coração tava me avisando que ela estava perto.

- eu não posso negar o beijo, mas eu não queria, ela me pegou de surpresa e eu já tava meio bêbado...

- você acha que eu acredito nessa sua desculpa? Fica tranquilo que eu vou deixar vocês dois serem felizes, eu não sou como a Luíza. - ela saiu de perto de mim e foi até a mesa.

Meu coração parou naquele momento. Era como se tivesse perdido minha alma, meus sonhos, meus planos foram todos pro ralo.

Bruna me olhou pegou sua bolsa e foi embora, me deixando ali sem coração e sem vida. Ela foi embora levando toda minha felicidade e meus sonhos, deixando lágrimas para trás.

Fiquei ali parado por alguns minutos mas decidi ir embora. Já não valia a pena querer voltar com quem não quer nem tentar.

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