[Regina]
Senti algo na minha garganta e, no mesmo instante, o desespero tomou conta de mim. Meu corpo começou a se debater involuntariamente, e cada movimento fazia a dor aumentar de forma excruciante. Ao longe, comecei a ouvir uma voz pedindo que eu me acalmasse, mas o pânico nublava minha mente, me impedindo de entender direito. Finalmente, abri os olhos e vi Emma me encarando com uma intensidade que, de algum modo, fez com que eu me acalmasse um pouco.
No entanto, o tubo na minha garganta me fazia sentir como se estivesse engasgando. Logo, um homem com um jaleco branco – o médico, certamente – se aproximou rapidamente e começou a remover o tubo da minha boca. A sensação de alívio foi instantânea, mas quando tentei falar, minha garganta protestou com uma dor insuportável. Percebendo minha tentativa frustrada de me comunicar, o médico me olhou com gentileza e disse calmamente:
— Não faça isso. Você ficou alguns dias entubada, e o tubo machucou sua garganta. Falar vai ser um pouco doloroso por um tempo — ele explicou com suavidade, antes de sorrir levemente. — Quer um pouco de água? — perguntou ele. - Assenti com a cabeça, sentindo minha boca seca. Emma, sem hesitar, pegou um copo d'água e gentilmente colocou um canudo nos meus lábios. Tentei me mexer na cama, mas me arrependi no mesmo instante, pois uma dor aguda atravessou meu corpo. O médico, percebendo meu desconforto, advertiu — Calma. Não se esforce. Tente se mover o mínimo possível.
Ainda estava confusa, minha mente embaralhada, tentando entender como havia ido parar naquele leito de hospital. A última lembrança clara que eu tinha era a de estar rendida, sob o controle de Zelena, presa em uma espiral de dor e medo. Minha mente buscava respostas, mas tudo estava envolto em névoas, como se minha própria memória tivesse sido arrancada à força.
Olhei para Emma, querendo desesperadamente entender o que havia acontecido, mas ao tentar falar novamente, minha garganta protestou com a mesma dor lancinante. Frustrada, fechei os olhos por um instante, tentando me concentrar. Por mais que minha mente vagasse, uma pergunta latejava com força: o que aconteceu depois?
O médico informou que precisaria me avaliar naquele momento e começou a fazer perguntas simples, me orientando a responder com piscadas: uma vez para "sim" e duas para "não". Aos poucos, ele testou meus membros inferiores e superiores, verificando minha resposta a estímulos. Quando perguntou sobre o nível da minha dor, eu pisquei rapidamente, e ele ajustou a morfina para aliviar o incômodo que me consumia.
Então, com um tom mais grave e cuidadoso, ele falou sobre a gravidade do que havia acontecido.
- Você praticamente morreu... e se não fosse pelo seu cunhado ter te socorrido no acidente... nós não conseguiríamos te trazer de volta - ele disse seriamente, mas tudo o que eu conseguia pensar era de que acidente ele estava falando? No entanto, a pior parte veio em seguida, pois ele olhou pra Emma que segurou a minha mão com mais força e quando ela assentiu, ele continuou - Regina, sinto muito... mas você perdeu o bebê – Devido ao meu estado, realmente seria um milagre se esse bebê tivesse sobrevivido, mas ainda assim parecia que o meu peito havia sido esfaqueado diante da dor da perda, mas não havia terminado, Emma tentou disfarçar as lagrimas que já caiam do seu rosto quando ele continuou - E... devido aos danos, as complicações do acidente... nós tivemos que fazer uma histerectomia total, ou seja, você não poderá mais gerar uma criança.
Meu coração afundou. Senti como se o ar tivesse sido arrancado do meu peito. Emma, que estava ao meu lado, não disse nada, não fez nenhum gesto dramático. Mas eu podia ver no seu olhar, na sua postura rígida, que ela também estava devastada. Mesmo assim, ela se manteve firme, ali comigo.
Suas mãos encontraram as minhas, e, enquanto minhas lágrimas escorriam silenciosamente pelo meu rosto, Emma as enxugava com o maior cuidado, sem uma palavra, mas com todo o amor que eu precisava naquele momento.
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A Prostituta (G!p)
FanfictionEmma está solitária, mas sua vida muda ao conhecer Regina, uma mulher misteriosa e quente, que luta pra criar sua filha Evie de apenas 7 anos sozinha, tudo está perfeito, Emma achou que havia encontrado sua mulher dos sonhos até que descobre a profi...