(Narração)
— Sim, eu chego aí em menos de dez minutos. — Cora disse ao atender sua melhor amiga no telefone. — Estou quase pronta.
— Mas preciso te falar algo!
— Você me fala quando eu chegar se não, eu vou me atrasar! — Ela desligou.
A mulher procurou pela sua bolsa e pegou as chaves do carro, saindo de seu apartamento. Desceu até a garagem pelo elevador e correu o mais rápido que pode para não se atrasar. Entrou no veículo e deu partida, dirigindo feito uma doida pelas ruas da cidade.
O trânsito estava absurdo, mas ela daria um jeito de chegar na hora certa. Cora estava cheia de compromissos hoje, mas não podia perder o batismo da sua afilhada de jeito nenhum. Ela amava a bebê e não perdia oportunidades de ficar o mais próxima dela possível.
Quando chegou ao seu destino, saiu do carro e viu que havia chegado bem na hora, então Cora ficou tranquila. Conferiu o seu vestido pelo vidro das janelas e foi caminhando até a igreja. Observou toda a decoração e tudo estava muito bonito. Como sempre, era algo apenas para os amigos mais próximos e a família, sem chamar muita atenção da mídia. O rostinho de Julie ainda não havia saído em nenhuma notícia pois Bill e Emily preferiam assim, na verdade, todos achavam o melhor. Emily também não queria ser uma figura pública, mas foi meio inevitável quando virou esposa de Bill e foi vista ao lado dele grávida diversas vezes.
Cora saiu cumprimentando alguns amigos e conhecidos, mas não encontrou sua melhor amiga em nenhum lugar. Nem todo mundo ainda havia chegado, então decidiu procurar por Bill e Emily, que deveriam estar por ali em algum lugar.
— Aí, nossa me desculpa! — A mulher falou se apoiando na parede, quando tropeçou em alguém.
— Cora?
Ela ainda estava de costas para o rapaz quando perdeu o equilíbrio novamente, pois ela sabia quem estava ali... reconheceria a voz dele entre milhares. Não teve reação e muito menos soube o que fazer, seu coração acelerou e seu peito ardeu numa sensação completamente estranha mas ao mesmo tempo tão familiar. Cora sentiu um misto de emoções e tudo aquilo não parecia real, era como se o mundo tivesse parado.
— Kaulitz. — Ela se virou para o rapaz.
No momento que viu que não era uma alucinação ou um sonho, começou a soar frio. As borboletas no estômago voltaram e ela sentiu como se tivesse voltado há anos atrás, quando o viu pela primeira vez naquela boate.
Ele usava tranças nos cabelos que agora estavam tingidos de preto. O estilo não tinha mudado muita coisa, apesar de ele estar usando uma roupa mais formal. Mesmo com poucas mudanças no seu visual, ainda era o mesmo Tom. Ainda tinha aqueles olhinhos de cachorro pidão, porém estavam mais tristes dessa vez. O sorrisinho dele não tinha mudado nada e nem o jeito que ele sempre estava com as suas mãos nos bolsos. Ele estava bonito para caralho, como sempre.
Quando Tom viu o rosto dela, ficou completamente paralisado. Cora estava ainda mais linda do que já era em dois mil e oito. Dois anos se passaram e ela continuava perfeita. Seu cabelo havia crescido, estava saudável e aparentemente muito feliz. Ela o olhava no fundo dos olhos, causando arrepios e frios na sua barriga. Seus batimentos estavam descompassados e ele sentiu um arrepio em sua espinha.
Os sentimentos que eles escondiam bem lá no fundo, vieram à tona com toda a força. Os dois achavam que seria fácil ver o outro pessoalmente, mas tudo continuava a mesma coisa. Não existia todo aquele papo de superação que Tom e Cora diziam para todo mundo, nada havia mudado.
Como podia um sentimento continuar vivo e ardente, mesmo após tanto tempo que nem sequer se viram outra vez? Eles estavam confusos, não sabiam explicar. Era estranho agir como desconhecidos quando na verdade se conheciam muito melhor do que qualquer outro ali.
— Oi. — O rapaz se aproximou.
— Oi. — Ela forçou um sorriso.
— Você está aqui, finalmente! — Emily apareceu. — Ah... e viu o Tom.
— Bem, eu vou falar com o Bill... até mais, Cora. — Ele saiu dali.
— Por que não me avisou que ele estaria aqui? — Cora cruzou os braços.
— Eu tentei avisar que a família do Bill viria, mas você desligou na minha cara!
— Espera, então a família toda está aqui?
— Sim, está. — Emily segura a mão da amiga. — E Tom é o padrinho de Julie também.
— Em!
— Desculpa, mas ele é irmão do meu marido e você é minha melhor amiga... não conseguimos pensar em mais ninguém.
O batismo de Julie começou e Tom estava ao lado de Cora, próximos demais. Era desconfortável para os dois, mas ao mesmo tempo era bom ter a presença do outro ali. Eles mal conseguiam focar em nada que estava nos arredores. Tom sentia o cheiro da mulher ao seu lado e tinha que ignorar todas as partes do seu corpo implorando para que eles se tocassem. Cora tentava a todo momento manter o máximo de distância que era possível de onde estavam, tudo que queria era fugir dali.
O tempo passou rápido demais e após o batismo de Julie, várias pessoas começaram a se aproximar para poder tirar fotos com a família. Emily e Bill eram tão felizes juntos, dava para ver o amor que sentiam um pelo outro só no olhar deles. A bebê dos dois era linda e Bill sorria ao ver a sua esposa segurar a filha nos braços enquanto as pessoas bajulavam as duas.
Cora e Tom observavam essa cena de longe, sentindo a felicidade dos dois. Eles se entreolhavam e se perguntavam se pensavam a mesma coisa...
— Ainda não tiramos fotos com os padrinhos. — O fotógrafo chamou.
— Ah, claro. — Cora foi até o casal de amigos e parou do lado de Emily.
Tom fez a mesma coisa, ao lado de seu irmão. Depois de tirar as fotos, o fotógrafo pediu a Cora que segurasse Julie no colo para tirar uma foto apenas dos padrinhos com a bebê. Tom se aproximou das duas ainda sem jeito e sorriu para a foto.
— O casal brigou antes de vir? — O fotógrafo brincou. — Cheguem mais perto.
Tom colocou a sua mão no ombro exposto de Cora e a mulher tremeu com o toque. Parecia que tinha sido atingida por uma corrente elétrica quando um arrepio percorreu o seu copo. Tom sentiu a pele macia da garota e o cheiro dela o deixou inebriado, era exatamente o mesmo cheiro que sentia ao acordar abraçado com ela todas as manhãs.
— Vocês fazem um lindo casal. — O homem abaixou a câmera.
— Na verdade, não somos um casal. — Cora disse.
— Mas deveriam... o olhar dele entrega tudo, moça. — O fotógrafo sorriu.
*notinha da autora*
oi besties, como foi o final de semana??
amo vocês!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Na melodia dos corpos - Tom Kaulitz
FanfictionNa procura de uma vocalista para a banda, Tom acaba sendo hipnotizado por uma garota que tinha a voz mais marcante que já ouviu na vida. A paixão que os dois sentem um pelo outro vai acabar sendo inevitável, mas tudo precisa ficar em segredo por con...