Capítulo VII

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— Vocês piraram de vez? — Eu e Cora ouvíamos os gritos de Bill pelo telefone que estava no viva voz.

— Não foi por mal, porra! — Tom se justificava. — Nós dois só estávamos indo ao mercado perto daqui. Como eu ia adivinhar que mil paparazzis iam estar por perto?

— Tom, você quase expôs a Cora. — Ele diz. — Imagine se em alguma foto aparecesse o rosto dela? E mais polêmica ainda você ter batido no cara!

— Ele machucou ela e eu acho que deveria ter batido mais.

— Bill, não foi culpa dele. — Tento explicar. — Eu quem dei a ideia e quase coloquei tudo a perder, me desculpe.

— Bom, agora já foi. — Escuto a respiração de Bill. — Por favor, vocês precisam ser profissionais. Precisamos ficar longe de mais escândalos após isso.

— Está bem. — Digo.

— Eu jamais pediria isso pois eu conheço o irmão que tenho. — Ele suspira mais uma vez. — Mas Cora, Tom pode passar a noite aí? Aqui na porta do hotel está lotado de paparazzis e acho mais arriscado ele sair para procurar um lugar para dormir.

— Claro, ele pode passar a noite aqui. — Respondo.

— Por favor tenham juízo. — Bill desliga o telefone.

Tom revira os olhos e guarda o telefone no bolso. Ele estava visivelmente nervoso e era a primeira vez que eu via ele dessa forma.

— Ei. — Coloco minha mão sobre a dele.

— Eu tô bem. — Ele segura minha mão. — Só vamos tentar esquecer esse assunto, pode ser?

— Sim, claro. Está com fome?

— Uhum.

— Espero que goste de macarrão instantâneo. — Sorrio.

— Não poderia existir cardápio melhor. — Ele sorri de volta.

Caminho até a cozinha e coloco água para ferver. Vou até meu quarto e coloco um short e uma blusa mais confortável. O short era curto e eu estava sem sutiã por baixo da blusa... sim, era de propósito. A noite estava quente, então prendo o meu cabelo.

Voltando para cozinha com a água já fervendo, abro os copinhos de macarrão e despejo a água, tapando para cozinhar em seguida. Pego os garfos e volto para sala.

— Sabor carne. — Estendo a mão para Tom.

— Você é uma chef e tanto. — Diz enquanto come.

— Eu sei. — Me sento ao lado dele.

Nós comemos e conversamos um pouco sobre diversas coisas. Conheci lados mais sensíveis de Tom que eu nem imaginava que ele tinha. Ele me contou mais sobre sua infância com Bill e me disse o quanto foi complicado e que sofreram muito com bullying na escola.

Ele também me contou como a banda surgiu e o quanto eles queriam uma voz feminina para estarem completos e satisfeitos. Fiquei feliz de ter sido escolhida a dedo pelos irmãos Kaulitz, as vezes ainda nem acredito nisso.

Também contei mais sobre a banda que tive e um pouco sobre a minha infância, que também foi complicada pela falta de um pai e as necessidades que eu e minha mãe passávamos. Mostrei a Tom o retrato de minha mãe e disse o quanto ela cuidou bem de mim e me apoiava em tudo que eu queria fazer. Ele disse que nós duas éramos extremamente parecidas e nossos olhos eram bonitos demais.

Gostava de ver o jeito que ele contava sobre a vida dele. Ele via o lado bom das coisas tristes e isso era bom, ele não era um pessimista.

Toda vez que ele sorria ou mexia em seu piercing, me dava uma vontade imensa de beija-lo. Sabia que deveria me controlar, mas Tom parecia ter algo que me fazia esquecer o que a palavra controle significava.

Na melodia dos corpos - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora