Capítulo X

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Eu estava no camarim sentada enquanto duas pessoas faziam meu cabelo e um maquiador a minha maquiagem. Já estava quase pronta enquanto Bill estava do meu lado terminando a produção e os meninos esperavam impacientes.

— É pra hoje? — Tom pergunta.

— Vocês são muito apressados. — Digo após ficar pronta, caminhando até ele.

— Parando para pensar agora... se for para ver você nessa saia e bonita desse jeito, eu esperaria bem mais.

— Você é muito bobo. — Sorrio.

— Vamos pessoal! — O diretor chama. — Vamos começar as gravações.

Eu e os meninos vamos andando até a o cenário. Eu e Bill já tínhamos ensaiado várias vezes então já sabíamos o que fazer. A música se chamava "Fetisch", que significava fetiche em alemão. Ela falava sobre uma garota que atraia a todos, enfeitiçando os garotos e os deixando depois.

Na primeira cena, os meninos estariam sentados numa mesa de bar, quando eu entro e todos atraem o olhar para mim.

— Em 3... 2... 1... ação! — O diretor da o primeiro take.

Tentei agir da forma mais natural possível e acho que consegui. Sai andando sem olhar para nenhum deles, mas jogando charme mesmo assim.

— Isso, Cora! — O diretor diz. — Sem olhar, bastante autoconfiança!

Gravamos mais takes e eu confesso que estava adorando tudo aquilo. Iríamos gravar cenas minhas sozinha com cada um dos meninos, nas quais eu apareceria para eles como uma ilusão.

Gravei com Georg, depois Gustav e foi muito divertido e engraçado pois eles não eram atores tão bons assim. Eu pude sentir o olhar de Tom fuzilar os meninos toda vez que eu e eles ficávamos próximos demais. Ele estava observando do canto, com os braços cruzados e uma cara que entregava a raiva dele.

Com Bill foi demais. Nós estávamos em uma sincronia incrível enquanto cantávamos a música e dançávamos juntos.

— Estão indo muito bem, pessoal! — O produtor elogia.

— Agora, Cora e Tom... podemos fazer algo diferente? — O diretor sugere e nós concordamos. — Tom ficará sentado nessa poltrona e Cora vai meio que seduzi-lo. Não precisa de muita coisa, só alguns jogos de olhares e toques.

— Por mim tudo bem. — Tom sorri.

— Por mim também. — Concordo.

Tom se senta na poltrona e as luzes são apagadas. Logo os flashes começam a aparecer e eu me aproximo dele por trás. Passo as minhas mãos pelo seu peito, nos ombros e mordo a orelha arrancando um risinho dele. Existia uma tensão muito grande ali e eu acreditava que todos haviam percebido.

Fui para frente e me sentei no braço da poltrona enquanto senti a sua mão na minha coxa exposta. Quando os flashes iluminavam o cenário, eu conseguia ver o rosto com uma expressão safada. Deixo minha boca perto da boca dele e ameaço beija-lo, mas afasto quando ele se aproxima. Tom brincava com seu piercing enquanto me comia com os olhos.

Ele estava muito sexy.

A tensão estava cada vez pior. Eu fervia de desejo e tudo que eu queria era senti-lo outra vez. O mundo parecia ter parado e tudo que eu enxergava era só nós dois.

Depois de levantar dali e começar a caminhar para fora do cenário, Tom vinha atrás de mim e me procurava por todos os lugares após eu ter "sumido".

— E... corta! — O diretor para a gravação. — Isso foi incrível! Vocês dois exalam química! Foi muito natural, não parecia atuação mesmo.

Da minha parte não era.

— Tem certeza? Não vamos precisar refazer? — Tom pergunta com uma ponta de decepção.

— Não ouviu? Somos bons atores. — Respondo.

— É isso aí pessoal, encerramos por hoje. — O produtor diz.

Respiro de alívio e volto para o camarim para poder trocar de roupa. Não sabia que gravar clipes era tão cansativo, minhas pernas doíam e meus olhos ardiam de cansaço.

Tiro os sapatos e a minha saia enquanto prendo os meus cabelos. Tento soltar o corselet atrás para poder tirar, mas eu não conseguia de jeito nenhum.

Ótimo.

— Bill? — Pergunto ao outro lado da porta. — Tem alguém aí?

— Rolou algo? — Ouço a voz de Tom.

— Pode chamar o seu irmão, por favor? Tô precisando de ajuda para tirar essa roupa.

— Eu não posso ajudar?

— Se você for realmente me ajudar, pode. — Abro a porta e ele me olha com um sorriso ladino. — Sem malícia.

— Tá legal. — Ele entra.

— Precisa desabotoar e desamarrar aí atrás, tá muito apertado. — Viro de costas para ele.

— Como você tava respirando? — Ele pergunta.

— Também tô me perguntando isso.


Quando a mão dele toca em minha pele, sinto um arrepio gostoso percorrer o meu corpo. Tom solta os botões do meu corselet um a um, mais devagar do que o normal. Quando ele desfaz o laço que ainda segurava a roupa, o tecido cai no chão. Sinto o vento gelado bater em minhas costas e tapo os seios com as mãos ainda virada para ele.

— Obrigada. — Digo. — Agora vai, preciso me vestir.

Tom não diz nada, mas eu tinha certeza de que ele estava me olhando enquanto estou usando apenas uma calcinha. Sinto a mão dele no meu pescoço e meu corpo treme com o toque. O dedo indicador dele passa por cima da minha garganta enquanto o dedão acariciava a minha nuca. Em instantes, sinto a boca quente de Tom em contraste com o gelado do piercing encostar no meu ombro. Ele beija, chupa a minha pele e minha respiração começa a ficar falha. A mão livre dele vai para minha cintura e ele me puxa para trás, encostando minha bunda em seu membro fazendo com que minhas pernas fraquejem. Ele sobe a mão até a minha, que ainda tapava meus peitos.

— Mostra para mim? — Ele sussurra no meu ouvido.

A voz rouca dele me fez perder todos os sentidos e a noção de tudo. Tirei as minhas mãos e me deixei exposta. Tom me virou de frente e deu um sorriso safado.

— São lindos. — Ele diz. — Você é toda linda.

— Que vergonha. — Minha noção parece voltar ao meu corpo, então pego o roupão e me visto enquanto ele ainda me olha sorrindo. — Precisamos parar.

— Com o que?

— Com isso... isso que acabou de rolar. — Procuro pelas minhas roupas.

— Nós dois, você quer dizer?

— Não existe nós dois, Tom.

— Você é muito bipolar, sabia disso? — Ele se aproxima de mim novamente.

— Mas agora já chega, vou por um ponto final nessa história. — Respiro fundo. — Não podemos continuar.

— Quem você pensa que é? — Tom me olha sem expressão.

— Como?

— Quem você pensa que é para brincar assim com meus sentimentos, porra! — Ele me prensa na parede. — Você sabe que eu te quero para caralho e fica nesse joguinho de me dispensar o tempo todo!

— Tom...

— O que eu tenho que fazer para você entender que eu preciso te ter, Cora?

— Não fode. — Olho para cima, vendo o rosto dele. — Você só quer me comer.

— Não é só isso.

— Então o que é?

— Eu... eu não sei, merda.

— Quando você souber, você me procura. — O empurro de leve, para sair da parede. — Agora se me der licença, eu preciso me vestir.

— Vai se foder! — Tom sai do camarim.

— Babaca!

Na melodia dos corpos - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora