Capítulo XXXIV

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(Narração)

Tom esperava impacientemente no hospital, ainda não havia recebido nenhuma notícia de Cora. Bill estava tão desesperado quanto ele, mas fazia te tudo para tentar acalmar o seu irmão.

Tom fazia o que podia para não desabar ali. Seu coração estava acelerado como nunca esteve na vida e seu corpo inteiro tremia de nervoso. O rapaz suava frio e sentia a pele gélida de suas mãos. Ele sentia como se fosse desmaiar a qualquer momento toda vez que pensava no pior acontecendo com a sua namorada.

Ele a amava mais do que qualquer coisa e trocaria de lugar com ela sem pensar duas vezes. A coisa que mais odiava era ver a sua garota sofrer, isso doía mais do que qualquer dor existente.

Mesmo com todo medo que sentia, ainda tentava se manter positivo. Sabia que Cora era e sempre foi uma mulher forte, afinal ela passou por tanta coisa na vida e ainda assim continuou de pé. Não seria algo assim que a derrubaria e no fundo, Tom sabia disso.

Os segundos pareciam horas e as horas pareciam dias dentro daquela sala de espera. Emily chorava sem parar enquanto Georg e Gustav estavam nervosos também.

Após algum tempo, um médico foi até eles com uma prancheta em suas mãos.

— Acompanhante de Cora Diaz? — O homem chamou.

— Aqui! — Tom se levantou esperançoso. — Como ela está?

— Instável, mas não corre mais perigo.  — O doutor respondeu. — Ela teve uma overdose por conta de algum tipo de medicamento que não conseguimos identificar. Fizemos uma lavagem estomacal e até o momento tudo ocorreu bem, mas...

— Mas o quê? — Tom olhava apreensivo.

— Mas precisávamos descobrir o tipo de medicamento que ela ingeriu, nenhum de vocês sabe o que é?

— Eu vi o frasco do remédio jogado no chão, está no quarto de vocês. — Emily vai para perto. — Nós podemos buscar.

— Isso seria ótimo, assim podemos ser mais precisos no tratamento da Cora. — O médico concorda. — Ela ainda não acordou, mas em breve volto.

O doutor saiu dali, deixando todos um pouco mais aliviados. Tom se sentou na cadeira do hospital mais uma vez, caindo no choro e agradecendo aos deuses pela vida da sua namorada.

Ele se permitiu respirar com mais calma, mas só iria ficar tranquilo mesmo quando pudesse entrar para ver Cora. Olhar no rosto dela, sentir seu coração e ver com os seus próprios olhos que ela realmente estava bem.

— Bill, vamos ao hotel buscar o frasco do remédio. — Emily chamava.

— Certo, vamos. — O garoto foi até o seu irmão. — Vou buscar algumas roupas para você, a recepcionista disse que só pode ter até um acompanhante.

— Valeu. — Tom agradeceu.

Georg e Gustav sentaram perto de seu amigo quando o casal saiu e ofereceram todo o apoio emocional que ele precisava no momento.

Mesmo com tudo isso, não bastava. Tom só ficaria satisfeito quando Cora estivesse cem por cento bem e chamando ele de amor outra vez.

Passou mais um tempo quando Bill e Emily chegaram. Eles procuraram pelo médico para poder entregar o frasco dos tais remédios que Cora havia ingerido. Bill foi até o seu irmão e entregou uma bolsa com algumas roupas dele. O garoto parecia querer dizer alguma coisa para Tom, mas hesitava o tempo inteiro enquanto Emily o incentivava pelo olhar.

Alguns minutos se passaram e o médico voltou até a recepção, para dar mais notícias.

— Ficamos surpresos, o medicamento que ela ingeriu é proibido aqui no país. É um remédio usado para emagrecer, mas é extremamente perigoso pois mal foi estudado e todos os resultados que tiveram com ele, foram negativos. É um milagre ela ter sobrevivido, pessoas que ingeriram menos comprimidos que ela morreram em questão de horas. — O homem lia algo em sua prancheta. — Bom, logo poderão visitá-la, mas só um de vocês poderá ficar para o acompanhamento.

O médico saiu dali novamente e todos ficaram em choque com as palavras dele. Por pouco, Cora não estava morta e eles estavam aliviados, pois as coisas ficariam bem em algum momento.

— Que cara é essa? — Tom perguntou.

— Tem algo que precisa ver. — Bill se sentou ao seu lado, abrindo o notebook de Cora. — Eu não sei se o que ela fez foi proposital, mas simplesmente estão a atacando em todos os lugares da internet.

Tom pegou o notebook da garota e começou a olhar cada comentário das páginas que estavam abertas. Simplesmente subiram uma hashtag chamada Kill Cora e fizeram até uma página para isso. Diversos comentários a chamando de coisas terríveis e mandando ela se suicidar das formas mais cruéis possíveis.

Os comentários também estavam associados a Tom, pois o tempo inteiro diziam que ela deveria morrer pelo fato de apenas ser sua namorada. As garotas eram extremamente cruéis e tudo isso por causa do relacionamento dos dois.

Tom sentiu a sua garganta dar um nó e a repulsa vir a cada vez que lia mais alguma coisa. Ele não aguentou mais e fechou a tela do notebook, entregando de volta ao seu irmão. A culpa o consumiu, estava se sentindo a pior pessoa do mundo por ter deixado aquilo acontecer com uma das pessoas que mais amava na vida.

Como não percebeu que as coisas tinham chegado naquele ponto? Pensava que não
existia outro culpado se não fosse ele mesmo. Afinal, era para manter o relacionamento dos dois em segredo, quando ele vacilou a todo momento em público.

Tom não aguentaria mais ver a sua namorada sofrer e ser atacada daquela forma, ela não merecia nada disso e alguma coisa precisava ser feita urgentemente. Milhares de coisas passavam por sua cabeça, tudo o que queria era acordar daquele pesadelo e voltar para os primeiros dias de namoro dos dois, quando tudo era extremamente perfeito. Quando ninguém tentava fazer mal a sua garota, quando ninguém sabia sobre eles e principalmente quando Cora amava a si mesma, amava o seu corpo e o seu maior sonho ainda não tinha virado o seu maior pesadelo.

Finalmente puderam entrar no quarto de hospital de Cora e todos foram com calma e paciência, evitando fazer qualquer barulho sequer. Quando viram o estado da garota, ficaram com o coração na mão. Ela estava nitidamente fraca e pálida como uma folha de papel. Tom andou até ela e beijou seu rosto enquanto ainda chorava. Tocou a pele da garota e segurou em sua mão, fazendo carinho com os seus dedos.

— Eu tô aqui. — Sussurrou perto do ouvido dela.

Emily observava a sua melhor amiga sem acreditar que aquilo aconteceu. Tudo nela doía por dentro pois Cora não merecia absolutamente nada daquelas coisas. Se sentiu culpada por não estar lá antes e por nem sequer saber que ela estava tendo problemas com sua própria aparência e com a alimentação. A partir de agora, não sairia mais de perto de Cora num momento tão delicado quanto esse.

— Vamos fazer uma pausa na turnê. — Bill disse e todos concordaram sem hesitar. — Cora precisa de um tipo de ajuda que não podemos dar e sem ela, não existe Tokio Hotel.

*notinha da autora*

oi besties!
sei que vcs quase me matam por ontem, mas tudo pelo enredo hihi

(jaja vou atualizar intoxicação e revisar o cap)

amo vocês!

Na melodia dos corpos - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora