Temporada 2 - Capítulo VIII

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(Pov Cora)

— Como? — Tentei raciocinar. — Meu... pai?

— Podemos conversar? — O homem parecia tentar encontrar palavras.

— Quem é, amor? — Tom parou atrás de mim.

— Eu... eu não sei. — Respondi.

Depois de alguns segundos tentando me estabilizar, eu saio para o lado de fora enquanto Tom ainda não entendia nada. O homem a minha frente tentava explicar as coisas e ao mesmo tempo me acalmar, mas eu simplesmente não conseguia raciocinar nada.

O restante do pessoal saiu para fora tentando entender o que estava acontecendo. Diante daquela situação, eu não sabia o que sentir ou falar, só estava paralisada escutando o senhor dizer várias coisas que não faziam o mínimo de sentido para mim.

Ele pediu para irmos a um lugar mais calmo e eu acabei aceitando, ignorando o perigo que talvez eu estivesse me expondo. Tom insistiu para vir comigo e eu obviamente deixei.

Eu tremia sem parar enquanto caminhávamos até uma cafeteria do outro lado da rua. O homem realmente tinha traços parecidos com os meus, o que me deixou ainda mais nervosa ou até com raiva.

Pedimos uma mesa e meu suposto pai se sentou a minha frente, Tom ao meu lado enquanto segurava a minha mão para me acalmar.

— Não sei por onde começar. — O homem respirou fundo, olhando em meus olhos.

— Primeiro o seu nome. — Falei rapidamente. — Quero saber desde quando conheceu a minha mãe até o dia que sumiu sem dar explicações... se realmente for o meu pai.

— Meu nome é Oscar. — Mexeu em algo no bolso. — Tudo que vou te contar, vai fazer você acreditar... mas quero te dar uma prova. — Ele colocou uma pulseira prata em cima da mesa. — A Blanca tinha uma igual.


No momento em que vi a pulseira, meus olhos encheram de lágrimas. Minha mãe tinha uma pulseira idêntica, que nunca tirava do pulso. Eu guardei quando ela faleceu e sempre mantive perto de mim, mesmo que não usasse no meu braço. Sempre achei que fosse só uma joia qualquer, mas acabei de descobrir que tinha um significado. Meu coração apertou e eu deixei as lágrimas rolarem pelo rosto, quando Oscar viu eu tirar a pulseira idêntica da minha bolsa e começou a chorar também.

— Conta tudo. — Eu disse. — Tudo.

— Conheci a sua mãe quando nós dois tínhamos quinze anos de idade. Nós namorávamos escondidos, pois seu avô não me suportava. — Oscar limpou as lágrimas. — Assim foi até os nossos dezoito anos, quando eu quis entrar para o exército.

— E aí foi embora, abandonando ela grávida de mim.

— Eu não sabia que a Blanca estava grávida, Cora.

— Minha mãe disse que você foi embora assim que soube.

— Ela escondeu a gravidez. — Ele pegou papéis e colocou em cima da mesa. — Blanca foi embora para Seattle enquanto eu estava no exército. A gente conversou por cartas e ela terminou comigo sem me contar que tinha tido você.

— Mentira. — Meu coração apertou ainda mais. — Para.

O homem me mostrou as cartas e eu vi a letra da minha mãe, não tinha a menor dúvida de que ela quem tinha escrito tudo.

O que eu estava sentindo era indescritível.

Minha mãe aparentemente mentiu para mim a vida toda enquanto eu me senti rejeitada pelo meu pai durante todos os anos da minha existência.

Tom observava tudo e vendo minha situação, me abraçou fazendo o possível para que eu me acalmasse. Ele beijou minha testa e sussurrava coisas positivas tentando me tranquilizar. As coisas eram mais fáceis de suportar quando ele estava comigo.

— Eu não sabia de absolutamente nada. — Oscar continuou. — Sempre vi você na televisão, e achava que você e a Blanca tinham uma semelhança enorme. Vi entrevistas que você dizia ser colombiana mas achei que era só coincidência... até eu voltar para casa. 

— E? — Perguntei já nem sabendo se ainda queria escutar.

— Falei com uma amiga da sua mãe e ela me contou sobre você... me disse que a Blanca escondeu o bebê de mim pois não queria atrapalhar a minha carreira sendo pai tão novo. — Ele limpa as lágrimas novamente. — Eu fiquei maluco... queria saber aonde vocês estavam e o maior choque foi descobrir que a sua mãe nem viva está mais.

— Por que não vejo atrás de mim antes?

— Fiquei sabendo pela mesma amiga dela que vocês moraram aqui na cidade, não pensei duas vezes antes de vir para cá. Você é famosa, não é tão fácil... Procurei muito, até um dia te ver pelas ruas, andando até o seu apartamento. Tão bonita e tão parecida com a Blanca jovem... — Oscar sorriu. — Não conseguir chegar perto por falta de coragem... Hoje eu ia tentar contato com você, mas te vi saindo de carro com o seu namorado e acabei seguindo os dois. Fiquei nessa cafeteria por horas até ter coragem de bater naquela porta.

— Não. — Tentei sentir o ar entrar pelas minhas narinas. — Não dá, é muita informação.

Já nem conseguia prestar atenção em nada que ele dizia. Minha pressão estava mais baixa do que nunca e eu suava frio a ponto de sentir as minhas mãos ficarem geladas. Oscar e Tom se preocuparam e eu pedi para sair da cafeteria e respirar sozinha lá fora, com os dois respeitando a minha vontade.

Como minha mãe poderia ter feito isso comigo? Será que ela tinha pretensão de me contar a verdade um dia se não tivesse
morrido naquele acidente?

Sempre achei que meu pai não me queria por perto e que minha existência para ele era completamente irrelevante. Minha mãe me fez pensar todas essas coisas mentindo para mim durante a minha vida toda... e tudo isso para que? Para não destruir o sonho de carreira dele?

Eu merecia a verdade, claro que eu precisava saber de tudo. Estava com muita raiva mas também muito triste. Não odiava a minha mãe,  pois ela sempre fez de tudo por mim, mas isso me deixou chateada de uma maneira que nem consigo explicar.

Todavia não tinha dúvidas, as cartas com a letra dela, a pulseira e as semelhanças que eu e Oscar temos... Era visível que era o meu pai. Independente de todos os fatos, eu ainda iria querer fazer um teste, porque a minha ficha parecia não cair de jeito nenhum. Meu corpo tremia em pensar nessa verdade.

— Meu amor? — Tom parou ao meu lado. — Desculpa, sei que que pediu para respirar.

— Tudo bem.

— Oscar disse que se quiser ir embora, vocês podem conversar outro dia se você sentir vontade, lógico.

— Não, eu quero encarar. — Falei determinada. — Já estou melhor.

— Minha garota forte. — Tom me abraçou. — Quer dizer, minha mulher forte... nós crescemos.

— Sim. — Eu disse baixinho. — Crescemos.

— Eu te amo, Cora. — Ele beijou o topo da minha cabeça. — Tudo vai se ajeitar, não
vou te deixar... nunca mais.

— Promete? — Olhei para cima, vendo o rosto dele.

— Até juro. — Tom me deu um selinho. — Vamos voltar então?

— Vamos. — Inspirei mais uma vez.




*notinha da autora*

oi besties, como cês tão?
peço mil perdões por não ter atualizado ontem. passei por um problema gravíssimo com aquele ex namorado meu que simplesmente começou a me perseguir de uns dias para cá. ele passou dos limites e até tive que correr atrás de uma medida protetiva por causa disso, ontem não tinha condições para nada.

espero que me perdoem, odeio ficar sem atualizar vocês.

já vou postar o cap de intoxicação, tá?
amo vcs, bom restinho de domingo 💖

Na melodia dos corpos - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora