Capítulo IV

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(POV CORA)

Tom abriu a porta e se certificou de que não havia mais ninguém no corredor. Ele me deu passagem para sair e eu fui o mais rápido que pude.

  Voltei para mesa e os meninos ainda conversavam como se não tivessem percebido que eu e Tom saímos quase ao mesmo tempo. Me sento e dou mais um gole no meu refrigerante que já estava quente.

— Eai? — Georg olha para mim. — Gostou do restaurante?

— Sim, a comida é maravilhosa. — Sorrio. — E aqui é mais reservado, né? Não apareceu nenhuma fã de vocês sequer.

— Exatamente por isso que gostamos tanto daqui. E lembre-se, logo serão seus fãs também! — Bill responde. — Bom, vamos pedir a conta? Precisamos voltar ao estúdio para vermos a papelada pois agora nós cinco temos diversos compromissos nesses próximos dias.

— Compromissos? — Pergunto. — Quais?

— Bom, temos uma música nova para gravar na próxima semana. — O Kaulitz se empolga. — E claro, o clipe dela.

— Uau, acho que tô vivendo um sonho. — Me empolgo também.

— E o seu irmão? — Gustav olha em volta. — Deve ter ido beber todo o whisky do restaurante para demorar tanto assim.

— Mas já está com saudades? — Tom aparece, se sentando ao meu lado. — Já pedi a conta.


...

De volta ao estúdio, eu via Bill, os meninos e mais alguns funcionários separando o contrato que eu iria assinar. Era extenso, mas eu faria questão de ler para não cometer nenhum erro.

Eles me explicaram algumas coisas do contrato e tirei algumas dúvidas. Eu teria que guardar segredo até o primeiro show da turnê, que seria a minha grande estreia junto com os meninos.

No contrato não dizia nada sobre relações pessoais entre os membros da banda, mas Bill advertiu sobre isso sem tirar os olhos de Tom, pois ele sabia o que estava rolando ali entre nós dois.

Depois de uma hora e mais alguns minutos naquela reunião, finalmente me entregaram uma caneta numa caixinha vermelha muito bonita para que eu assinasse.

— Sua assinatura é só seu nome e sobrenome? — Tom dá risada.

— Ainda não tive tempo para ver isso! — Dou um tapa de leve nele.

— Espere só até começar a dar autógrafos. — Bill diz, fazendo eu sentir um frio na barriga.


E estava feito, eu era integrante de Tokio Hotel oficialmente. Eu sentia um misto de emoções que nem eu sabia explicar. As coisas aconteceram rápido demais e do dia para noite minha vida mudou completamente.

Eu estava mais feliz do que nunca e mal podia esperar para contar a Emily. Ela é a única pessoa que tenho e ter que manter a coisa mais incrível que já me aconteceu em segredo dela era torturante.

Mal podia esperar para o primeiro show. O nervosismo existia, claro, mas sei que sou boa no que faço pois não é atoa que Bill e Tom me fizeram esse convite. Acho que o meu maior medo era só como os fãs da banda iriam reagir, mas pretendia não pensar muito nisso.

Tom e eu não poderíamos nos relacionar, e eu preciso seguir essa regra pois eu estou realizando o meu sonho e não quero por tudo a perder por sua causa. Tirei uma casquinha dele enquanto estávamos no restaurante, mas não vai acontecer outra vez. É estranho eu ter beijado o guitarrista de uma banda famosa, as fãs dele com certeza iriam querer meu pescoço.

Sim, o Tom é um puta gato e atraente para caralho. É diferente de qualquer outro cara que eu já tenha me interessado, ele realmente é magnético. Senti nossa química exalar durante aquele beijo e fiquei louca para descobrir mais, mas tive que me acalmar. Obviamente, as coisas perderiam o controle se nós dois tivéssemos ido mais a fundo naquilo. Jamais vou negar para mim mesma que as encaradas e as investidas dele me deixam com muita vontade de beija-lo outra vez, mas agora nossa relação seria profissional... quem sabe nós dois poderíamos virar amigos. 

Depois de abrirmos um champanhe para comemorar, Bill precisou sair para um compromisso enquanto Georg e Gustav estavam conversando. Me levantei e decidi explorar a estúdio, que era grande e tinha várias coisas interessantes ao redor.

— É sua. — Escuto a voz de Tom.

— O quê? — Pergunto.

— Uma cópia da chave do estúdio. — Ele entrega na minha mão.

— Ah, valeu. — Sorrio para ele. — Aqui é bem legal.

— Gosto de vir para cá as vezes, quando está vazio, para pensar, sabe?

— Acho que todo mundo tem um escape.

— Cora. — O jeito que ele me chama me faz estremecer. — Eu preciso de mais... mais de você.

— Nós não podemos fazer isso e sabe bem. Não deveríamos ter feito antes e não vai rolar outra vez. Eu sei que disse que não ligava, mas é melhor esquecermos isso.

— Ninguém precisa saber de nada. — Ele se aproxima. — Só eu e você... — Sua boca fica próxima demais da minha.

— Tom, não. — Me afasto. — Vamos evitar conflitos.

— Você sabe que me quer. — Ele chega perto outra vez, tentando me beijar. — Não vai conseguir lidar com isso.

— Engano seu. — Me desvio do beijo. — Já esqueci o que rolou, deveria fazer a mesma coisa.

— Uma hora você vai ceder para mim.

— Desiste.

Tom olha para mim com uma expressão indecifrável. Eu não sabia o que estava se passando pela mente maluca dele. Ele me olhava de cima abaixo sem esboçar nenhum tipo de reação e aquilo me deixava confusa e nervosa.

Era difícil negar para mim mesma a tensão que existia entre nós dois, mas o que eu poderia fazer? Como colocar tudo em risco por um lance idiota que não passa de pegação? A única coisa que eu precisava fazer era manter a distância dele até a turnê começar e nós dois começarmos a viajar... assim ele veria pessoas diferentes e desencanaria de mim.

Não, eu não quero isso. Não quero que ele desencane de mim e só de pensar nisso me deu raiva... mas é um mal necessário, não vou por tudo a perder por causa de nenhum homem, e isso eu garanto a mim mesma.

— Vai ficar me olhando até quando? — Pergunto, quebrando o silêncio.

Ele não me responde. Me encara por mais alguns segundos e mais uma vez, caminha até mim, nos deixando a pouquíssimos centímetros de distância.

— Até você entender que eu não desisto, Cora. — Tom diz sem tirar os olhos dos meus. — Você vai ceder, uma hora ou outra.

— Não vou.

— Sabe... — Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Quanto mais você nega, mais eu quero você... Isso só me dá mais vontade de te ter para mim.

— Kaulitz. — Me afasto pela milésima vez. — Já chega.

Na melodia dos corpos - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora