Capítulo XVII

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(Pov Cora)

Dias depois...

Eu estava me despedindo de Emily, enquanto nós duas chorávamos sem parar. Passaríamos muito tempo longe uma da outra e aquilo me dava uma agonia imensa. Ela é a minha melhor amiga, praticamente minha irmã. Estávamos sempre juntas e eu confiava nela para absolutamente qualquer coisa.

Eu iria viajar com pessoas que não conhecia até um tempinho atrás e aquilo era loucura. Desde que minha mãe se foi, eu nunca ficava muito tempo longe de Emily... ela era a minha família. Por mais que fosse uma coisa boba, era difícil ter que dar tchau.

De toda forma, também estava feliz por poder realizar meu sonho. Uma turnê mundial não era pouca coisa, a animação me contagiava por inteira.

— Vou sentir a tua falta. — Ela me abraça. — Mas eu tô feliz, é seu sonho.

— Vou sentir saudades, muitas saudades.

— O mundo é seu. — Emily desfaz o abraço e olha pra mim. — Vai lá e me enche mais ainda de orgulho.

— Eu te amo, Em. — Limpo as lágrimas.

— Eu te amo! — Ela ri e chora.

— Bem, não precisam chorar. — Bill abraça a minha amiga pela cintura. — Não quero demorar para voltar. Uma pena você não ir com a gente.

— Não posso. — Emily diz. — Tenho a minha vida aqui.

Nesses últimos dias os dois haviam se aproximado bastante. Eles estavam ficando e Emily tentava manter os pés no chão, pois sabia que sairíamos em turnê logo. Bill pediu diversas vezes para que ela fosse, mas ela precisava cuidar da sua mãe e de suas próprias coisas.

Os dois ficavam lindos juntos, pareciam até um casal de adolescentes com quinze anos de tão leve que era a relação. Emily já tinha um crush nele, por ser fã da banda, mas agora parecia que as coisas estavam passando disso.

— Prontos? — Georg aparece com suas malas.

— É, sim. — Digo. — Cadê o Tom?

— Ele ainda não terminou de arrumar as coisas, tá no quarto dele. — Gustav responde. — Deveria apressá-lo.

— Vou fazer isso. Volto já.

Deixo meus amigos esperando enquanto pego o elevador pra ir atrás de Tom. Mandei um sms pra ele, mas não tive nenhuma resposta. O elevador abriu no andar que estávamos hospedados e eu fui andando até a porta do quarto dele.

Estava silencioso lá dentro e eu me perguntei se deveria bater na porta ou não. Fechei o punho para bater, mas a porta não estava fechada, apenas escorada.

Ele já tinha ido?

Abri a porta devagar e o quarto estava totalmente escuro, a única coisa que iluminava era um feixe de luz que vinha do banheiro.

— Você fica mais bonito assim... — Uma voz feminina fala.

Que porra é essa?

Chego mais perto e vejo Tom em pé de costas, enquanto uma garota estava sentada na cama.

Meu coração acelera e a minha garganta dá um nó. Sinto as minhas pernas bambearem e eu podia jurar que até perdi o meu equilíbrio. Eu sentia como se aquela cena que estava acontecendo na minha frente não fosse real... ou eu simplesmente não queria acreditar.

Logo senti a raiva me consumir e senti vontade de arrancar a cabeça de Tom, mas não faria isso.

— Foi mal atrapalhar. — Acendo a luz.

— Cora! — Tom se vira pra mim. — Não é isso, d-d-deixa eu explicar...

— Estamos atrasados. Caso ela tenha te feito esquecer, temos que viajar. — Respondo olhando pra garota, que cruzava os braços e me olhava com raiva. — Se apresse.

— Cora, espera! Por favor! — Ele vem atrás de mim, mas ignoro completamente. — Ei, pelo amor de Deus! Me escuta!

Saio do quarto praticamente correndo. Entro no elevador rapidamente e sinto meus olhos inundarem em lágrimas.

Como eu pude pensar que Tom esperaria por mim? Só pelo motivo dele ter me dito que esperaria? Por favor, como pude ser tão burra. Burra de pensar que um cara do tipo dele teria paciência e seria fiel a algo que nem tínhamos.

Voltando pra perto dos meus amigos, Emily enxerga que não estou bem de longe. Ela corre até mim e me abraça, fazendo com que eu desabe no choro ali mesmo.

— Cora! — Ouço a voz de Tom mais uma vez.

— Não. — Digo pra Emily. — Não quero falar com ele.

— Tom, agora não. — Minha melhor amiga segura minha mão e me puxa pra perto
dos meninos.

Logo, todos começam a olhar confusos sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo.

— Ele estava com outra garota no quarto. — Digo baixo o suficiente apenas pra minha amiga escutar. — Droga, eu sou tão estúpida.

— O que houve? — Bill se aproxima.

— Pergunta pro seu irmão. — Respondo.

— Pessoal, precisamos mesmo ir. — Georg interrompe com um olhar de preocupação.

— Ei. — Emily segura meu rosto com as duas mãos. — Me liga. Me perdoa por não poder ir junto, eu...

— Tá tudo bem. — Limpo os olhos. — Eu te ligo,  conversamos depois.

— Eu te amo, tudo vai passar. — Ela me abraça pela última vez. — Pensa no teu sonho, é isso que importa.

— Te amo. — Desfaço o abraço. — Até logo.

Pego minhas coisas enquanto Bill dá um selinho em Emily, se despedindo. Caminho até o ônibus com o coração quase pulando pra fora do meu peito. Tudo que eu queria era ficar sozinha em algum lugar e chorar até não dar mais.

Nós subimos no ônibus e logo eu procuro o último lugar pra poder me sentar. Tom vem andando em minha direção, mas Bill puxa ele e o faz sentar do seu lado.

Já era noite e o ônibus estava escuro. Coloquei meus fones de ouvido e encostei a minha cabeça na janela.

Uma garota no quarto dele, no escuro... sinceramente, que explicação tinha? Mas não é sua culpa. É culpa minha de ter sido enganada e acreditar no cara mais mulherengo que eu já conheci em toda a minha vida. Desde quando ele aguentaria ficar sem sexo tanto tempo assim?

Por mais que nós dois não estivéssemos em um relacionamento, a gente tinha alguma coisa. Ele me dizia que eu não era só mais uma. Era como se os últimos dias que passamos juntos, como um casal, não tivessem valido de absolutamente nada.

E realmente, Tom, eu não vou ser mais uma das suas. Não quero ser enganada com mentiras.

Me sinto uma imbecil.

Respiro fundo e limpo as lágrimas teimosas que insistiam em escorrer pelo meu rosto sem parar.

Idiota.

*notinha da autora*

oi besties, calmem 🖐️🖐️
abaixem a faca, não precisa me matar!!

adm está morta de ressaca e viu o ex beijar umas três só ontem. que depressão!!!! mas pra que sofrer por ele se posso sofrer pelo tom ne

enfim, perdoem o atraso!! amo muito vocês <3

Na melodia dos corpos - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora