𝐌𝐎𝐍𝐄𝐘 𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐄𝐗, 𝘃𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗵𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿

029| tribunal

s/n chalamet • los angeles

Estacionei o carro no final da rua do Tribunal da Suprema Corte de Los Angeles e tive que correr até as escadarias que davam para a porta principal do tribunal a pé, já que não tinha um mísero lugar para estacionar ali por perto. Estava levando uma pasta de documentos que meu pai havia esquecido em casa, já que hoje iria ser o começo do julgamento de um cara que tentou assassinar a própria esposa. E óbvio que o babaca do meu pai estava defendendo ele.

Quase tropecei nos saltos das botas que eu estava usando enquanto subia as diversas escadas que davam para o andar que séria o julgamento, já que os elevadores demoravam séculos para retornar ao térreo, vendo meu pai sentado em um banco no meio do corredor. Ele se levantou quando me viu, apontando para o relógio de pulso.

— Aonde é que você estava? — Brad perguntou irritado quando me viu, pegando a pasta das minhas mãos

— O trânsito tá um merda, e ainda estacionei longe pra caralho! — falei ajeitando a saia que estava usando

— Olha a boca! — ele me repreendeu enquanto abria a pasta para ver se tudo estava ali

— De nada, papai! — forcei um sorriso, revirando os olhos em seguida

— Muito obrigado, S/n — ele me olhou irônico, indo até o banco para pegar sua pasta

Passei a mão pelo meu cabelo, vendo alguém esbarrar no meu pai quando ele voltava a ficar na minha frente. Sabia que ele iria praticamente ameaçar a pessoa, já que ele ficava ainda mais insuportável quando estava perto de julgamentos importantes.

— Olha por onde anda, caralho — ele falou irritada, olhando para trás

Quase engasguei com a própria saliva quando vi quem havia esbarrado em Brad. Óbvio que tinha que ser Nate Hacker, o universo conspirava contra a paz mesmo. Porém, esse não era o maior problema. E sim quem estava do lado de Nate.
Porra, Vinnie era, como dizia Celine, um pedaço de mal caminho de qualquer forma. Mas de terno? Caralho, ficava mil vezes mais gostoso. Ele estava usando um terno preto, gravata preta e camisa social branca; impossível um homem usar algo mais comum é simples do que isso, mas mesmo assim ele conseguia ficar terrivelmente bonito.

Vincent inicialmente desviou o olhar entre o pai e Brad, mas logo depois o desviou para mim. E nem ao menos fez questão de disfarçar o quanto ele me comia com os olhos.

— Já teve mais educação, Brad — Nate falou andando até meu pai, me fazendo suspirar

— Só pode ser brincadeira mesmo... — meu pai soltou um suspiro longo enquanto abaixava a cabeça por alguns segundos, antes de voltar a encarar o pai de Vinnie —  O que é que tá fazendo aqui?!

— Trabalhando, o que você acha? Ou melhor falando, defendendo a vítima do babaca que é o seu cliente! — ele disse apenas para provocar meu pai

O tal cliente do meu pai era um amigo de infância dele, então era óbvio que ele iria defender o cara. Independentemente do que ele fez.

Brad tentou ir pra cima de Nate, porém Vinnie entrou no meio dos dois enquanto eu puxava meu pai pelo ombro, que logo se soltou de mim.

— Por favor, não comecem com esse showzinho de vocês! Não é nem meio-dia — o loiro falou empurrando o pai pelo peitoral, olhando para os dois

— Podem não se matar por tipo assim... dez minutos? — disse séria olhando para os dois

Eles se olharam com a raiva estampada nos olhos por alguns segundos antes do telefone do meu pai começar a tocar. Brad pegou o telefone no bolso interno do blaser antes de se afastar de nós.