𝐌𝐎𝐍𝐄𝐘 𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐄𝐗, 𝘃𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗵𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿

010| mil e um

s/n chalamet's pov

Acordei com o barulho de passos no meu quarto, e assim que a alma "voltou" para o meu corpo, vi Vinnie pegando a jaqueta que estava nos pés da minha cama. Ele me olhou e soltou um sorrisinho, vindo até mim.

— Que horas são? — perguntei baixo, confusa por causa do sono

— Falta uma hora pro colégio, volta a dormir... — o loiro segurou meu rosto com cuidado e deixou um selinho nos meus lábios

Estava com tanto sono que não lembro o que falei com Vinnie antes dele sair pela minha varanda.

Acordei pela segunda vez com o despertador e fui direto para o banho. Coloquei uma calça jeans folgadinha, uma regata curtinha preta, um tênis qualquer e um moletom pra cobrir alguns chupões. O restante eu escondi com base e corretivo antes de descer as escadas. Trombei com meu pai na base da escada e passei por ele, indo direto para a cozinha sem falar nada. Sorri fraco para minha mãe quando a vi falando com alguém no celular, e ela apenas acenou para mim com um sorriso no rosto.
Tim estava enchendo dois copos com café e me deu um quando passei por ele.

— Quer parar no starbucks? Não tem nada doce nessa casa! — ele sussurrou, e então soube que minha mãe havia entrado em outra daquelas dietas restritivas

— Você paga! — pisquei para o garoto

Me despedi de Angelina e esperei Tim do lado de fora de casa. Me apoiei na porta de passageiro do carro dele, escutando uma discussão vindo da mansão ao lado. Nate e Vinnie sempre discutiam, então eu já estava acostumada ao ouvir os gritos, mesmo com a distância entre as casas. Logo vi o loiro sair da casa, com a raiva estampada no rosto. Ele entrou no carro e bateu a porta do carro com tanta força que me fez voltar ao mundo real.

— S/n, saí do mundo da lua! — escutei a voz de Tim ao meu lado, me fazendo pular de susto

— Caralho, vai se fuder — mandei, deixando a mão sobre o peito e sentindo meu coração acelerar

Meu irmão riu e destravou o carro, dando a volta para entrar em seguida. Joguei minhas coisas no assoalho do carro, apoiando a cabeça na janela. Paramos no Drive-True do Starbucks próximo ao colégio e fomos para o inferno particular logo em seguida.

Passei todas as minhas aulas pensando no que havia acontecido com Vinnie, porém só o o vi quando cheguei em casa. Maddie parou o carro do outro lado da rua de casa, e pude ver Vincent dentro do seu carro, que estava parado na porta da garagem de sua casa.

Me despedi da loira e esperei ela dar partida novamente. Andei até o outro lado da rua enquanto Vin saía de seu carro, andando até mim.

— Olha só, apareceu a margarida — ironizei sem o olhar, parando na calçada

— Não enche, tá legal? — ele bagunçou o cabelo, se apoiando no seu carro

— O que foi aqui de manhã?

— Meu pai encheu o saco porquê eu cheguei cinco da manhã em casa... — ele murmurou brincando com as chaves

— O que você falou? — tive que segurar a risada, cruzando os braços

— Que eu cheguei tarde porquê tava comendo a  filha do cara que ele mais odeia na face da Terra — ele piscou para mim, fazendo o sorrisinho sumir dos meus lábios

— Vai se fuder — dei o dedo do meio para ele

Ia andar até em casa, porém o loiro me puxou pelo braço e me fez ficar de frente para ele. Vinnie puxou meu rosto para o lado com cuidado, olhando para o meu pescoço em busca das marcas que ele havia deixado.

— Você é tão sem graça! — ele me soltou, enfiando as mãos no bolso da jaqueta

— Disse o garoto usando gola alta... — ironizei, ajeitando meu moletom

Vinnie riu negando com a cabeça e voltou a me olhar nos olhos, com um sorrisinho nos lábios. Tive que me segurar para não atacar-los ali mesmo, no meio da rua e na frente de casa. Saí do que meu transe quando um carro parou na garagem de casa. Meu coração voltou a bater normalmente quando vi que era o carro de minha mãe. Ela nos entreolhou e pigarreou, me olhando séria antes de entrar em casa.

— Acho que não sou o único a me fuder hoje — ele olhou para o outro lado da rua, se desencostando do carro

— Nada que eu não possa lidar — pisquei para ele, o vendo sorrir

Andei até em casa esperando o sermão vir, já sabendo o que eu teria que ouvir. Fui até o quarto dos meus pais, vendo as luzes acesas.

— O que estava fazendo com Vincent? — minha mãe perguntou me olhando séria enquanto tirava os colares

— Conversando — disse simples, dando de ombros — Precisava de umas anotações de uma aula que eu perdi

— Devia ter pedido a outra pessoa! — ela tirou os anéis e começou a tirar os tênis

— Mamãe, não começa — pedi, soltando um suspiro

— Sabe que seu, pai odeia esse garoto e toda a família dele! Se ele tivesse visto você a um passo de distância de Vinnie, ele iria surtar! — ela disse vindo até mim — Sei que essa briga não é sua, mas isso é algo que seu pai não entende ir?

Ela alisou meu braço com cuidado, ajeitando meu cabelo que estava ao lado do rosto. Antes que aquela briga de tornasse algo ainda maior, resolvi apenas ceder e pedir para ela me contar as novidades.

— Mas eu nem falo com aquela mulher! — brinquei com o cadarço do meu moletom, vendo minha mãe retirar a maquiagem

— Ela é minha amiga e até o seu pai vai fazer o esforço de ir, então porque a senhorita não pode ir? — a morena deixou uma mão na cintura e me olhou esperando uma resposta

— Porquê os livros daquela mulher são terríveis!

Uma das amigas de Angelina era metida a escritora, enquanto era sustentada pelo marido. Então fomos convidados para a festa de lançamento de uma novo romance dela, do qual eu tinha certeza que, como os demais que fui forçada a ler, seria terrível. Por fim, minha mãe me forçou a ir e teria até que comprar um vestido novo. Ficamos conversando por algum bom tempo até ela ir tomar banho e eu para o meu quarto.
Assim que me joguei na cama, senti o cheiro de Vinnie impregnado na roupa de cama, me fazendo ter mil e um flashbacks.