031| flores

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s/n chalamet | los angeles

Acordei na manhã seguinte com a maior ressaca do mundo. Minha cabeça doía, tinha flashs da noite anterior e nada parava no meu estômago. Quando tomei café e corri para o banheiro para por tudo para fora, escutei a campainha tocando.

Voltei para a sala de jantar depois de escovar os dentes, e vi minha mãe se sentando na cadeira da cabeceira da mesa, já que meu pai estava viajando.

— Quem era? — perguntei sentindo meus olhos doerem por causa da luz do sol que entrava no cômodo pelas janelas enormes

— Entregador da floricultura... — ela murmurou com um sorrisinho nos lábios — Não acha que anda arrasando corações demais, meu amor?

Ela apontou para o buquê no balcão entre as duas cristaleiras, me fazendo ficar confusa. Era um buquê enorme de rosas vermelhas, a coisa mais brega do mundo.

— Seja quem for, não me conhece nada bem! — fui até lá e comecei a procurar por algum cartão no meio das flores

— Admirador secreto, talvez — ela riu e deu um gole em seu café

Achei o pequeno envelope em meio aos caules e tirei de dentro um bilhete com uma letra que eu não conhecia.

— O que diz aí?

— "Me desculpe"? — a olhei confusa — Quem é o idiota que manda um buquê pedindo desculpas? Meu Deus!

Parei para pensar por alguns segundos e me lembrei da merda que Vinnie havia feito ontem. Mas 'morde e assopra' não era o estilo de Vincent. E nem era a letra dele, mas também podia ser a letra de alguém da tal floricultura.

— Algum ex-ficante, talvez?

Fui até a mesa e me sentei na cadeira ao lado da dela, deixando o bilhete ali. Ela o leu e voltou a me olhar.

— Não sei... E não ligo — fiz uma pausa, pegando a minha xícara de café — Não só porquê é um buquê terrivelmente feio e só de pensar em algo minha cabeça dói!

Minha mãe riu fraco e se levantou, deixando uma mão em meu ombro e um selar demorado em minha testa.

— Sobe e fica deitada no escuro, vou levar um remédio para você — apenas assenti com a cabeça e senti ela alisar meu ombro — E aprende a beber, garota!

Ri quando ela falou em tom de bronca, antes de sair dali.

Fiquei praticamente todo o dia na cama e só consegui sair de lá no final da tarde. Saí para jantar com a minha mãe e quando voltamos, a casa estava apagada.

— Onde seu irmão foi parar? — ela tirou o cardigã e abriu o armário de casado do hall de entrada

— Deve estar com Rudy e Vinnie por aí... — dei de ombros, tirando minha jaqueta — Já vai dormir?

— Vou até a biblioteca, quero terminar o livro que estou lendo — ela se aproximou de mim — Você já vai?

— Vou, tô caindo de sono!

— Boa noite então, querida, durma bem — ela passou a mão pelo meu cabelo e beijou minha bochecha, sorrindo para mim em seguida — Te amo!

— Te amo!

A vi ir para o corredor e sumir no escuro que estava ali, até a Alex da biblioteca ser ligada. Fui para a cozinha e peguei um pedaço de bolo que havia deixado ali, e subi para o quarto comendo.

Tomei um susto do caralho quando abri a merda da porta e vi Vinnie jogando na minha cama, com meu exemplar de Corrupt em mãos. Ele estava jogado na minha cama, como se fosse dele.

𝐌𝐎𝐍𝐄𝐘 𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐄𝐗, 𝘃𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗵𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora