024| noite das garotas

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s/n chalamet • los angeles

Vi todas as imagines da noite passada como se fosse um filme de terror em minha cabeça. O pior de todos os filmes de terror que já havia sido produzido. Sentei na cama rapidamente, respirando fundo enquanto implorava a Deus que tudo o que havia acontecido fosse apenas um pesadelo. Mas quando olhei ao redor, vendo que estava no meu quarto e com a mesma roupa de ontem, manchada de sangue de quando Timmy me abraçou, vi que realmente havia acontecido.

Vi meu irmão jogão no tapete que ficava ao redor da minha cama, dormindo com uma almofada embaixo da cabeça. O acordei, alisando seu ombro com a mão e vendo ele se sentar no chão assustado.

— O que foi? O que houve? — ele olhou ao redor desnorteado, me fazendo rir mesmo com aquelas circunstâncias — Tá tudo bem?!

— Melhor impossível, Timmy — murmurei irônica, soltando um suspiro

Meu irmão me olhou de cima a baixo e suspirou, se apoiando na cama para se levantar. O moreno sentou do meu lado e deixou a mão em meu ombro esquerdo, me puxando para perto. Abracei sua cintura, apoiando minha cabeça contra seu peito e pensando em toda a merda que havia acontecido ontem.

— Quer conversar sobre isso? — ele perguntou baixinho enquanto fazia cafuné no meu cabelo

— Não sei nem o que dizer, Timmy — o soltei e deixei os cotovelos apoiados nas pernas, enfiando o rosto no meio das mãos

Ele me abraçou enquanto tentava segurar o choro e me puxou para mais perto, me fazendo voltar a chorar mais uma vez. Não sabia nem que podia chorar tanto quando estava chorando nas últimas semanas.

— Tá tudo desmoronando e eu não tenho a menor ideia do que fazer, Tim — falei entre o choro, o olhando

— Tá tudo bem, S/a, eu tô aqui com você pra te ajudar — ele limpou minhas lágrimas enquanto falava — Vai ficar tudo bem, porquê você não tá sozinha!

— Eu não posso mais fazer isso, fingir que tá tudo bem — passei a mão pelo cabelo, sentindo todo o meu corpo tremer — Eu não acredito que fui burra de confiar tanto em Evans, tudo isso porquê eu queria esquecer o quando eu sou apaixonada por Vinnie! E não adianta o quanto eu queira isso, nunca vai dar certo porquê é impossível existir uma realidade em que ficamos juntos! E eu simplesmente não suporto a ideia de ter que ver ele sequer mais um único segundo ao lado daquela vadia da Celine, porquê é como se enfiassem uma faca no fundo da minha alma! E eu só quero que isso acabe porquê eu não aguento mais!

Soltei tudo o que eu estava segurando há semanas de uma só vez, e meu choro só aumentou. Minha respiração estava pesada, meu corpo inteiro tremia e sentia que o mundo inteiro ao meu redor iria acabar a qualquer momento.

Meu irmão me abraçou com força, afagando meu cabelo enquanto tentava me acalmar dizendo que tudo ficaria bem. Perdi a noção de quanto tempo ficamos grudados, até minha mãe gritar do andar de baixo que o café da manhã estava pronto. Timothée deixou um beijo na minha testa antes de sair do quarto, pedindo para eu ir tomar um banho.

Fiquei parada na cama por algum tempo, olhando para o nada e pensando no quanto sentia falta de Vinnie e todos os momentos que tinha com ele. Me senti ainda mais burra, sabendo que era impossível e nem um pouco recíproco, e sacudi a cabeça para espantar as coisas da minha cabeça.

Me livrei daquela roupa e só então senti o perfume insuportável de Evans, empesteando meu corpo e as peças que eu havia acabado de jogar no lixo do banheiro. Liguei o chuveiro na água gelada e entrei em baixo de uma vez, sentindo um nó se formar na minha garganta.

Desci para o café depois de mais de meia hora de banho, enquanto tentava colocar as ideias em ordem na minha cabeça. Me sentei na mesa de frente para a Timmy e nos comunicamos por olhares durante todo o café da manhã.

[...]

Estava cochilando quando acordei com alguém entrando no meu quarto, me deixando irritada. Vi Maddie e Zendaya arrumar a zona de que estava meu quarto, e sacolas de mercado jogadas no pé da minha cama.

— Oi pra vocês também — me ajeitei na cama, as olhando confusa — O que estão fazendo aqui?

— Noite das garotas — Daya sorriu para mim enquanto tirava os tênis e deitava do meu lado

— Não quero uma noite das garotas, quero dormir! — a olhei séria enquanto Maddie deixava a sacola em nosso meio antes de se sentar na cama e apoiar as costas na cabeceira, assim como eu

— Não tem opção, meu amor – a loira piscou para mim, me fazendo rir fraco

Depois de alguns minutos, Mean Girls começou a passar na televisão que ficava de frente para minha cama enquanto comíamos todas as porcarias que elas haviam comprado. Eu semanas, aquela foi a noite em que eu mais ri e me diverti.







Só fui para o colégio na quarta, já que precisava de muito mais tempo para tentar esquecer o que havia acontecido, mesmo que fosse impossível. Quando contei para minha mãe, ela surtou e quis por tudo que era mais sagrado no mundo acabar com a raça de Evans Johnson. Não havia falado com ele desde então, e era a última coisa que eu queria fazer.

Passei a maior parte do dia na escola com as meninas, e tentei fingir ao máximo que podia que tudo estava bem. Minha última aula do dia era biologia, e eu sabia que teria que ver com Vinnie. Quando cheguei na classe, vi o loiro olhando para o celular. Ele levantou a cabeça quando me viu entrar na sala e me acompanhou com o olhar até eu me sentar do seu lado. Joguei minha bolsa ao lado da mesa, cruzando os braços contra meu corpo tentando não demonstrar nada.

O loiro virou para frente sério, e durante a aula, enquanto ele escrevia, vi o quão machucados seus pulsos ainda estavam. Não vou me mentir que seria satisfatório ver o estrago que eles haviam feito no rosto de Evans, mas só de me imaginar no mesmo local que ele já sentia meu corpo tremer de medo. Quando me virei para o lado para ver pela janela chuva que caía lá fora, peguei Hacker me olhando antes de virar para frente rapidamente. Senti uma dorzinha no coração quando vi os falsos pontos nos cortes do garoto, que estavam arroxeados em volta.
Me virei para frente rapidamente, me ajudando na cadeira.

— Finalmente, não aguentava mais esperar vocês duas! — falei quando vi Maddie e Daya se aproximarem do meu carro, depois da aula

— Que mal humor! — Daya fez uma careta enquanto falava

— Meu aniversário é em duas semanas, não pode me tratar mal! — a loira disse séria enquanto caminhava para o lado do passageiro do meu carro

— Cala a boca e para de falar merda!

Entrei no carro, jogando minhas coisas no banco de trás ao lado de Daya. Faltava apenas duas semanas para o aniversário de Maddie e estávamos indo com ela para ajudar a escolher o vestido que ela usaria na festa, assim como várias outras coisas da festa.

𝐌𝐎𝐍𝐄𝐘 𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐄𝐗, 𝘃𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗵𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora