24- Efeito da bebida

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Resmungo por dor de cabeça, abro os olhos com uma certa dificuldade, havia muita luz em meu rosto.

O bar não é tão iluminado assim.

Deve ser porque eu não estava mais no bar. Era uma espécie de quarto, mas nada confortável, pela decoração e objetos, acredito estar num hospital.

Mas como cheguei aqui?

Tentando obter uma resposta, passando por minhas últimas lembranças da noite, escuto uma moça de jaleco sair do quarto e falar "ela acordou".

Eu nem tinha visto ela ali.

Após poucos segundos, Pedri e Gavi entram no quarto, Gavi imediatamente me abraça forte.

–Estava preocupado com você. –Ele fala, me deixando com o coração quentinho.

Ele estava preocupado comigo.

Mas preocupado por quê?

–Preocupado?

–Lara, você caiu, desmaiou por volta de vinte minutos e quase teve que levar um ponto na testa.

–Você nem pôde nos levar embora, Mah. –Pedri fala sentado na poltrona do lado da cama, ele ainda estava bastante alterado, e eu também. –Posso te chamar de Mavi?

–Não, Pepi.

–Obrigado, Mavi.

Enquanto discutíamos sobre Pedri me chamar de Mavi, Gavi olhava para um ponto fixo com a feição nitidamente confusa.

–Seu nome não é Lara?

–Deveria ser. –Respondo sorrindo.

–Estou indo embora, menino Gavira. –Pedri fala se levantando e saindo do quarto.

–Eu também vou. –Ia me levantar da cama, mas Gavi me impede.

–Não, você não vai.

–Por que não? Já estou cem porcento bem! –Tento convencê-lo mas ele nega com a cabeça. –Não acredita em mim?

–Acredito, mas a enfermeira não, você tem que ficar aqui por mais um tempinho. –Ele se senta na poltrona onde Pedri estava. –Vou estar aqui com você.

Me aconchego na cama me virando para ele, era bom eu tentar ficar confortável, já que não iria sair dali tão rápido.

–Você não acredita que estou cem porcento bem, né? –Pergunto.

–Não. –Ele sorri.

–Eu também não. –Sorrio de volta.

Se estar bem é estar com dor, eu realmente estou bem.

Fiquei fingindo observar o teto, quando na verdade eu estava reparando em Gavi – pela visão periférica –, e em sua expressão. Ele me olhava pensativo, talvez curioso. Sabe quando você quer perguntar alguma coisa para alguém, mas tem algo que te impede? Pois é, ele estava desse jeitinho, mas agora o que o impede eu não sei.

–Pergunta logo o que quer perguntar. –Falo me virando para encará-lo.

–O que você e o Pedri estavam fazendo em um bar?

–Bebendo? –Afirmo praticamente perguntando. –É isso que se faz em um bar, não é?

–Não dá para te perguntar isso agora né? Ainda está alterada pela bebida.

–Pelas bebidas. –Coloco a frase no plural.

–Achei que você tinha falado que nunca mais iria beber.

𝗔 𝗩𝗶𝗮𝗴𝗲𝗺 𝗗𝗲 𝗨𝗺𝗮 𝗡ã𝗼 𝗖𝗼𝗽𝗮 - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora