30- Noite na boate

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Esse capítulo vai ser inteiramente narrado por Gavi!

Pablo Gavira~

Agora são mais ou menos oito e meia da manhã. Eu e os jogadores da seleção espanhola estamos treinando faz quase meia hora, paramos só para descansar e daqui a pouco temos que voltar a treinar de novo. O treino de hoje vai ser meio puxado, já que o próximo amistoso da Espanha será em breve.

Eu estava sentado em um cooler, dividindo o mínimo espaço com Pedri – ele me obrigou a deixá-lo sentar ali.

–Cara. –Ele fala, sinal que quer puxar assunto.

Não fica calado um minuto, meu Deus do céu.

Hum. –Murmuro sem paciência.

–Você ainda está sofrendo pela Mavi, não é?

–Não. –Respondo simples, não tem o porquê eu sofrer, pois não acho que ela tenha esquecido de mim quando foi para Londres, pelo menos espero.

–Não?? –Ele pergunta confuso, provavelmente já criou um roteiro inteiro caso eu dissesse que sim.

–Não. Vou esperar ela voltar e conversar com ela, vai dar tudo certo. –Falo otimista.

–Mas e se não der? E se esse tempo que você for esperar é muito e ela acabar encontrando outro cara ou outro jogador? E se ela está com muita raiva e não quer mais ver sua cara? E se...

–E se eu te desse um soco agora bem no centro do seu olho, será que o roxo iria sair até o dia do jogo? –Pergunto irônico.

–Mas eu estou falando sério. Nada disso que eu falei te deixa um pouco nervoso ou com medo de perdê-la? –Passo a mão na cara impaciente, estava procurando forças para me segurar e não socar a cara dele.

–Não.

–Nem um pouquinho de incômodo? –Ele insiste nessa.

–Pedri, o que você quer?

–Te ajudar, cara. –Algo me diz que ele está mentindo.

–Okk, sim, me incomoda um pouco. –Falo após suspirar derrotado, ou eu falo, ou Pedri vai ficar me enchendo o saco por isso o dia todo. –Estou com saudade dela, estou com medo de ela não sentir nada por mim, medo de que se ela sentir é raiva, e pior, eu não posso fazer nada, só esperar. Odeio quando algo depende do tempo para acontecer.

–Isso é desabafo de quem está sofrendo.

E isso é comentário de quem quer alguma coisa, se ele queria que eu falasse, ele já tem a solução que de solução não tem nada, com certeza ele...

–Você tem que beber um pouco, Gavira. –Olho para ele desacreditado, eu sabia! Sabia que tinha algo por trás. –Às vezes a bebida ajuda você a colocar a cabeça nas nuvens, afastar seus pensamentos que te corroem, é temporário o efeito mas pelo menos você vai ter um tempinho de boa, sem esses pensamentos sofridos.

–Sai fora, da última vez que você me levou para beber não deu muito certo não, ou você não lembra? –Pedri faz cara de pensativo e depois de segundos levanta as sobrancelhas, sinal de que havia lembrado.

–Ah é. –Ele coça a nuca, possivelmente pensando em outro argumento. –Mas a culpa não foi minha, a atitude foi sua.

–Que eu só tive por causa da bebida, aliás, você é má influência, também levou a Lara para beber e ela caiu de cabeça no chão.

𝗔 𝗩𝗶𝗮𝗴𝗲𝗺 𝗗𝗲 𝗨𝗺𝗮 𝗡ã𝗼 𝗖𝗼𝗽𝗮 - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora