25- Tempo para pensar

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Ai como eu odeio a ressaca.

Tomei remédio não faz muito tempo, mas infelizmente, o efeito não é de imediato.

Estou sentada em um dos assentos super confortáveis de uma cafeteria famosa, Lucas me convidou para vir aqui, de acordo com ele, não passamos mais tempo juntos. Eu concordo, nunca mais saímos juntos ou até mesmo conversamos, a última vez que eu queria ter contato com Lucas, foi quando eu fui dormir em seu quarto, que na verdade era de Richarlison.

–Como está sendo sua vida aqui? Está gostando? –Parecíamos que não nos víamos há meses com ele fazendo uma pergunta dessa.

–Estou curtindo bastante. –Podemos trocar o "curtindo" por "bebendo".

Realmente, é uma boa troca.

–Como vai seu namoradinho?

Ah fala sério.

–Está bem.

–Então estão namorando mesmo?? –Pergunta surpreso.

–É complicado. –Bebo um pouco mais do café. Esse café daqui é bom, não tem tanto gosto de café. –Mas não, não temos nada.

Nada... é o que temos.

O pior de tudo, é saber que eu posso mudar isso, mas não saber se quero. Tipo, eu quero, mas por que eu mudo de pensamento às vezes? Por que eu fico me questionando se quero mesmo?

–Sinceramente, acho que vocês dois combinam.

–Não é só você que acha isso. –Murmuro baixinho lembrando de quando Pedri me falou isto.

–Hã?

Lucas não havia me escutado.

–Não era você o irmão ciumento?

–Eu sou, mas só estou falando, aliás, eu e Duda somos a favor do namoro de vocês. –Ele fala me fazendo sorrir involuntariamente. –Mas isso não quer dizer que parei de ser ciumento. –Realça apontando o dedo indicador em minha direção, como uma ameaça.

–Claro, entendido. –Falo com as mãos a mostra, em sinal de rendição.

Eu sinceramente não entendo o porquê do assunto "Gavi" ser tão difícil na minha cabeça. Era para ser tudo simples, era para eu ter certeza que gostava dele, chegar nele e dizer isto. Mas não, minha mente diz uma hora que sim e outra diz não sei, eu chego nele bêbada e digo que o amo, sendo que nem tenho certeza disso.

"Normalmente bêbados são sinceros, não mentirosos."

Se for para ser assim, eu só consigo falar sobre meus verdadeiros sentimentos quando estou bêbada? Então o problema sou eu?

Claro que sou, Gavi já tem certeza do que sente.

"Suas decisões e o tempo que vai levar para tomá-las, pode magoar alguém, e sabemos muito bem quem é."

Se eu não fosse uma idiota indecisa, não teria chances de magoar ninguém. Pois é, o problema sou eu.

Por que eu tinha que ser assim?

–Terra chamando Lara! –Lucas fala estralando os dedos perto do meu rosto, me dando um susto. –Nossa, Lara, já faz cinco minutos que você está olhando para um ponto fixo e quase nem está piscando. Você está bem?

–Não. –Resmungo com um tom manhoso e deito a cabeça sobre meus braços em cima da mesa. –Descobri que eu sou o problema.

Ele fica sem entender nada, mas tenta me acolher.

𝗔 𝗩𝗶𝗮𝗴𝗲𝗺 𝗗𝗲 𝗨𝗺𝗮 𝗡ã𝗼 𝗖𝗼𝗽𝗮 - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora