33- Beira do campo

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Eu estava praticamente dormindo no aeroporto, Filippo e Matteo contribuíram para isso. Se eu tivesse levado as minhas malas, se eu tivesse feito o check in e se eu tivesse andado com as minhas pernas, eu já teria perdido o sono.

Matteo pegou algumas rosquinhas na lanchonete. A gente comia enquanto não dava o horário do vôo.

–Ela fica tão bonitinha com cara de sono. –Filippo comenta com Matteo ao mesmo tempo que eu estava paralisada encarando a minha rosquinha, minhas pálpebras pesadas, meus olhos quase se fechando e eu quase caindo da cadeira.

–Sorellina. –Matteo me chama, me fazendo voltar pro mundo real. –Que horas você foi dormir?

Paro para pensar um pouco. Ontem chegamos antes da meia noite, não demorei muito para dormir já que não fiquei muito tempo com o gelo no pé. Falando no meu pé, não melhorou quase nada! Matteo sempre está fazendo questão de me levar para os lugares no colo ou nas costas, por isso eu não levei minhas malas – eu não estou conseguindo nem levar minhas pernas, vou levar mala?

Tá aí o motivo de eu ainda não ter acordado: não estou fazendo absolutamente nada para ajudar a despertar.

Me assusto com um estralo de dedos perto da minha cara. Percebo que ainda não respondi sua pergunta, estava perdida nos meus pensamentos.

–Ehhh, acredito que antes das dez eu já estava dormindo.

–Que horas você dormiu eu não sei, mas sei que está dormindo até agora. –Matteo zomba da minha cara. –Sorellina, dez horas você estava voltando para casa com o Filippo.

Ah, é mesmo.

–Como sabe que saí com ele? –A gente conversava como se Filippo nem estivesse do nosso lado.

–Ele me avisou, aliás, por que acha que pedi a ele para entregar a camiseta da Itália?

–Sei lá, Matteo, para de falar coisa difícil, tô tentando acordar ainda.

**

Foi bom eu estar quase caindo de sono, pois passei o vôo inteiro dormindo. Tivemos que pegar dois aviões, mas nem lembro direito quando foi essa troca.

Estávamos num carro, acho que Filippo alugou um, já que ele estava dirigindo.

Queria muito fazer uma ligação por vídeo com Richarlison. Nesse tempo que fiquei fora, nós conversamos muito pouco e, mesmo que eu esteja perto agora, não vou voltar ainda, só no final do dia, depois do jogo.

Oi morena, que saudade! –Richarlison fala sorrindo.

–Não faz nem uma semana que fui para Londres. –Sorrio de volta.

Mas já é bastante tempo. –Ele repara no fundo da vídeo chamada. –Tá indo para onde?

–Vou assistir um jogo com meus amigos.

–Então você está aqui no Qatar?? –Pergunta animado, afirmo com a cabeça. –Jogo de quem?

Itália contra Espanha. –Respondo e ele dá um sorrisinho.

Só para ver o seu namoradinho espanhol né?

–Não, sai fora! Se fosse para ver alguém da seleção espanhola, seria o Pedri.

, desde quando você pega o amigo do seu namorado?

–Eu não tô pegando ninguém! E para de chamar ele de meu namorado. –Falo um pouco estressada.

Agradeço por essa conversa ser em português e por eu estar sozinha no banco de trás, Filippo e Matteo estavam no banco da frente, sem entender uma palavra do que estávamos falando, pelo menos espero.

𝗔 𝗩𝗶𝗮𝗴𝗲𝗺 𝗗𝗲 𝗨𝗺𝗮 𝗡ã𝗼 𝗖𝗼𝗽𝗮 - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora