Maratona 4/6
— Onde você e o garoto foram?
— Ele me trouxe para casa.
— Somente isso?
— Sim. — coloco um garfo de comida na boca.
— Posso verificar nas câmaras? — pouso os talheres e encaro minha mãe, baixo a cabeça e nego lentamente.
— E depois se eu disser que a senhora não acredita nas minhas palavras, irá dizer totalmente o contrário. — Bebo o líquido em meu copo. — Faça o que a mamãe achar certo, confiar na palavra da filha ou verificar as câmaras comprovando meus dizeres. Com licença.
Passo um olhar para o meu pai, ele nunca se mete nas nossas desavenças. Ele tem medo da mamãe, nego com a cabeça.
Me levanto da mesa e vou até meu banheiro, lavo minhas mãos e boca. Ao olhar para a banheira lembranças aterram em minha mente, o mesmo acontece quando olho para cama
Calço meu ténis e visto meu moletom azul cinzentado, bolsa e meu celular.
— Vou ter com Dean, pode me rastrear se quiser ou ligar para ele. — digo aoa passar pela sala de jantar.
Adentro no Mercedes cinzento e o motorista me leva até o apartamento de Dean, ele está no terraço.
Subo o elevador e aperto no número do último andar, apoio minha cabeça da parede encarando as paredes cinzentas, a voz tecnológica soa avisando avisando cheguei no andar certo e espero as portas se abrirem novamente.
Saio de lá e vejo o Hall onde há apartamentos e uma porta vermelha, entro nela, subo a pequena escada que há e vejo Dean apoiado ao parapeito com um cigarro em suas mãos.
Dou passos lentos e quando chego mais perto coço a garganta chamando sua atenção, ele deixa rapidamente o objeto cair em direção aos carros que passavam lá embaixo.
— Aproxime-se. — dou passos curtos até ficar atrás dele. — me desculpe. — me aproximo mais ficando ao seu lado. — Eu não queria ter explodido com você... eu estava cheio.
— Eu entendo.
— Você não entende.. — ele não consegue olhar para mim. — você gosta dele?
— Eu achei que me chamou para se desculpar e não para isso...
— Você sempre esquiva essa pergunta.
— Não, eu não gosto dele. — sinto um incómodo, como se meu corpo estivesse discordando de mim.
Olho para os carros passando em alta velocidade.
— Você não acredita no que diz.
— Eu não entendo porque você continua primando essa tecla. — Olho para ele que se mantém concentrado na estrada. — se eu tivesse eu te diria, eu conto tudo para você
— Talvez não tudo...
— Quando você tiver mais calmo e sem neuroses por favor venha ter comigo. — me afasto do parapeito pronta a ir embora.
— Você não é impossibilitada de gostar de alguém além da sua família. Eu não quero ser seu irmão porque... porque eu gosto de você, Any, essa é a verdade. — ele coça a garganta. — Eu tive medo de contar a você e receber um gelo, ou você afastar de mim por não saber o que fazer com esta informação. Você sabe de muita coisa mas ao mesmo tempo de nada.
— Desde sempre você foi ensinada a se proteger dos garotos e a não se relacionar com eles, mas agora mudou. Por algum motivo mudou, ele mudou você.
— Eu mudei sozinha...
— Ele mudou você, se ele não tivesse aparecido você não teria feito o que fez.
— Fala como se eu tivesse feito algo errado... eu só queria viver um pouco mais antes de me enfiar em uma quase prisão condicional.
Abraço meu corpo após uma rajada de vento bater contra mim balançando meus cabelos.
— Nem eu mesmo consegui convencer você a ir em uma festa.
— Eu meio que pedi por isso.
— Você nunca dançou com um outro garoto, nunca usou a roupa de qualquer outro garoto senão as minhas, nunca nem falou mais de dez palavras com um garoto... Quando ele tocou suas costas e você não se incomodou eu vi que perdi você.
— Você não me perdeu, Dean.
— Mas você me perdeu, Windsor. — meu coração saltita. Dean se vira para mim e se aproxima.
— Eu não vou conseguir ver você apaixonada por outro garoto se não eu. — Toca meu rosto. — eu não conseguirei ver você ser tocada por outro garoto... de qualquer jeito a gente não está destinado ficar juntos, Mila nunca deixaria. — com o seu dedo maior ele acaricia minha bochecha. — Não deixe ela saber o que se passa entre vocês dois, ela fará os possíveis para vocês se manterem distantes se isso significa você continuar pura.
— Por favor não se afaste de mim, eu preciso de você.
— Eu também preciso de você, mas você ainda me vê como um irmão e isso machuca meu coração. — nego levemente com a cabeça — a não ser que queira me ver sofrer por você.
— Não, nunca.
Ele enconsta mais em mim, um abraço praticamente só que sem me tocar.
— Não se apegue demais, a decepção pode ser grande. — ele sussurra próximo ao meu ouvido, afasta-se e beija o canto da minha boca. — esse é o máximo que posso fazer.
Então ele começa a andar até fora do terraço, eu nunca cheguei a pensar em Dean de outra maneira senão irmão. Talvez ele tenha se percepitado ou talvez eu que fui tão ignorante ao ponto de não notar.
Não costumo sentir emoções fortes quando se trata de pessoa de fora, Dean não é uma pessoa de fora. Meu coração também está despedeçado, mas mais o dele do que o meu.
Desço as escadas rapidamente na expectativa de ainda encontra-lo no caminho. O vejo esperando pelo elevador de braços cruzados e perdido em seus pensamentos.
— Dean. — ele olha para mim e muda sua postura.
— o quê? — mordo meu lábio inferior o encarando ainda nervosa e ofegante, o elevador chega e ele bufa caminhando a entrada.
— Espera. — vou até ele. — Você pode fazer o que quiser comigo antes de se afastar de mim.
— Anisha isso é doido.
— Então seja doido, a não ser que queira ficar se torturado no meu casamento por me ver beijando outra pessoa, quando um dia já teve essa oportunidade... eu não quero me gabar ou algo do tipo, eu ainda vejo você como um irmão, mas eu estou fazendo isso por você. — vejo ele me ignorar e entrar no elevador. — Dean.
Dean suspira e estende o braço, eu seguro sua mão e sou puxada, na hora as portas do elevador se fecham.
— Me desculpe por isso. — Dean me puxa pela cintura, me assusto com o seu acto e seguro seus ombros.
Ele olha meus lábios e ataca-os, fico meia perdida mas depois cedo e fico normal. Ele faz aquilo com a língua que nem James fez, ele está desesperado quase não consigo acompanhar seu ritmo.
Ele morde meu lábio e eu arfo. Quando ouvimos o elevador ameaçar abrir ele para de me beijar, aperta minha cintura e baixa a cabeça no meu ombro controlando sua respiração.
Ele sai do elevador me deixando lá sozinha. Respiro fundo, passo as mãos pelos cabelos e toco na minha boca.
As portas se fecham e então desço até o rés do chão. Caminho nervosa ainda ofegante até o carro.
— Me leve de volta para casa. — o motorista assente e arranca com o carro.
Me enfio novamente na banheira com água fria.
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Suposto Coração De Gelo
RomanceNo lugar do coração dela, havia gelo. E ele tinha somente um sorriso caloroso, será este suficiente para derreter o coração de Anisha Windsor? Uma estória onde segredos serão revelados e passados desvendados. PLÁGIO É CRIME !! Iniciei : 17 De Maio d...