CAPÍTULO 8

38 5 0
                                    

Seu cheiro invade minha narinas, não é preciso nem virar o rosto para saber que ele está vindo. Seu cheiro se tornou familiar agora.

— O que quer?

— Eu queria te assustar.

— Não irá conseguir. — Finalmente me viro para ele, não estava muito distante cinco passos eu diria, ele se aproximou.

— Percebi. — ele põe as mãos no bolso e me encara sem dizer coisa alguma, sacudi a cabeça a espera de alguma coisa vindo dele.

Isso pareceu o trazer de volta a realidade.

— O que quer? — questiono novamente.

— Nada.

— Então pode ir embora.

Chego mais próximo de meu armário e retiro a chave do cadeado do meu bolso, abro-o e deixo dois cadernos lá e retiro uma capa onde continha dois trabalhos que estava por entregar.

Como secretária acho que me daria bem.

Coloco a capa do volta e pego oa trabalhos plastificados, apenas com o nome restante para a pessoa colocar.

— Vai mesmo agir como se eu não estivesse aqui?

— O que quer que eu diga? Eu ajo assim com todo mundo, está incomodado se retire. — aponto atrás dele. — não está incomodado, retire-se de qualquer forma.

— Sabe, a solidão ela corrói qualquer tipo de sentimento que tenha a ver com felicidade e deixa apenas a tristeza... Ela te possui por dentro e te deixa depressivo.... se você não souber domina-la.

— O está querendo dizer?

— Que se você se fechasse menos sorriria mais.

— Hm. — abro um sorriso falso para ele. — Está bom assim?

— Não é isso que estou dizendo.

Eu sei que não é.
Eu quero ser assim, eu prefiro ser assim. Estou solitária por conta própria, e eu não sou assim tão sozinha.

Eu tenho Dean, minha prima que está fora do país e  meus pais.

— Sabia que a pior solidão é daquela pessoa que não ama? — dou um sorriso irónico.

— O que te faz pensar que não amo?

— Então você ama?

— É claro que eu amo. — sibilo frustrada. — o que eu mostro aqui na escola não diz nada sobre a minha vida social fora daqui. Você não me conhece para opinar sobre isso.

— Não te conheço porque você não deixa.

— E não irei.

— Então vou continuar pensando que você é uma garota solitária porque já foi muito machucada.

Não é totalmente mentira.

— Que seja. — dou as costas para ele e sigo meu caminho

Encontro o garoto ruivo que estava no meio do corredor conquistando uma garota ele me vê e abre um sorriso perverso, me esforço para não revirar os olhos.

Ele mexe em seu bolso e separo seu trabalho, passo por ele entregando a folha e embaixo dela recebo o dinheiro. O mesmo acontece com outra pessoa, dessa vez uma garota.

Ela me olha com um sorriso falso e remexe sua bolsa, me aproximo dela e entrego o trabalho a espera do dinheiro.

— Olha, só estou com o cartão aqui. — Finge tristeza — amanha mesmo te dou, está bem?

Suposto Coração De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora