— Ah, menina Windsor, poderia me ajudar aqui? — o professor me chama assim que estou prestes a avançar a porta de sua sala.
— Claro. — sorrio simpática.
Entro na sala e ele me pede ajuda para segurar sua pasta e seus cadernos, enquanto ele levava o projetor. Provavelmente era a sua última aula.
— Precisa de ajuda? — ouço a voz masculina atrás de mim.
— Não. — nego sem para de andar atrás do professor.
— Deve estar pesado para você.
— Não está.
— Eu insisto.
— Por favor, se der para parar de forçar alguma coisa e praticamente me obrigar a falar eu agradeceria. — acelero os passos, estava quase perdendo o professor de vista.
Chegamos finalmente na sala dos professores o de tinha duas professoras, ambas me cumprimentam com um sorriso e eu retribuo, a maioria dos professores me conhecem e lembram facilmente de mim, supostamente por ser muito focada.
O professor agradece e vou me embora.
— Porque acha que eu estou forçando alguma coisa? — assusto ao ouvir a sua voz.
— Preciso dizer alguma coisa? — fecho a cara encarando-o.
Vejo um grupo de rapazes com os uniformes todos mal postos vindo da direção contrária da nossa, acelero meus passos até estar mais afastada de James.
Ouço o nome "Einstein" ser mencionada e reviro os olhos, vou começar a levar isso como um elogio. Me sinto lisonjeada em ser comparada com alguém que eu tenho quase o mesmo QI.
Vou até a porta de saída da escola e encontro o carro do meu motorista parado, ando até à porta do passageiro e a janela desce. Meu motorista pega a sacola castanha em cima do banco e entrega a mim.
— Bom apetite, senhora Windsor.
— Obrigada, boa viagem. — dou um curto sorriso e dou as costas ouvindo o carro afastar-se.
Vou até o refeitório e sento em uma mesa um pouco afastada, retiro a marmita de dentro e abro-a. Arroz integral com peito de frango, salada... e suco verde.
Eu odeio esse.
Caminho em direção a máquina automática e clico no número e letra do suco de uva. Volto para mesa, não acho minha comida...
— Está procurando isso? — aquela voz já estava se tornando familiarmente irritante.
— Me devolva.
— Só irei se sentar com a gente lá na mesa. — aponta para trás, inclino meu corpo para ver onde ele dizia, e está aquele grupo.
— Definitivamente não.
— Então fica sem sua comida.
— Prefiro. — dou um suspiro. — Não vai entregar?
— Não.
— Se for para deitar a comida de preferência que coma, faça bom proveito. Me contento com o sumo. — volto a sentar onde estava e tiro o livro que não havia terminado de ler, bebendo o sumo enquanto isso.
— Você sempre foi assim? — o ignoro. — Eu estou falando com você.
— Sim, sempre fui assim. Te incomoda? - não tiro os olhos da letras.
— Sim?!
— Ótimo, não irei mudar... Mais alguma coisa? — por não obter resposta olho para cima e vejo ele fazendo um sinal para os rapazes.
Começo a arrumar as minhas coisas rapidamente e quando estou quase levantando, James segura meus ombros e me faz ficar sentada novamente.
A maneira como os rapazes levantaram-se simultâneamente chamou a atenção de todos presentes no refeitório, consequentemente a atenção caiu até mim. Eles se sentaram como se tivessem sido convidados por mim.
Todos os pares de olho vão na minha direção e quase me senti intimidada. É muito testosterona aqui.
Os encarei com a cara de tédio.
— O que estão fazendo aqui? — eles começam a falar todos ao mesmo tempo.
— Você não quis sentar com a gente então decidimos sentar com você. — ele puxa uma cadeira da mesa ao lado e se senta devolvendo minha comida, já havia perdido a fome.
—Você só está aqui faz três semanas e já manda neles?! — afirmo mais do que pergunto.
— Eu não mando neles, nós só nos ajudamos entre nós.
— É... — c oncorda um deles.
— E eles estão ajudando você com o quê?
— A ficar mais próximo de você.
— Por favor... — murmuro. — quero distância de todos vocês, muito obrigada pela solidariedade, mas estou bem sozinha.
— Ninguém fica bem sozinho. — outro diz. — eu até hoje durmo com a minha minhoca que eu ganhei quando tinha cinco anos.
— Isso só é falta de mulher, arranja uma e vai ver se precisa de uma minhoca de algodão. — o grupo ri.
— Isso não faz sentindo algum. — digo baixo, mas eles ouvem. — se me dêem licença.
— Não damos. — James diz mostrando seus dentes brancos e alinhados.
— Como queiram, vou sair daqui. Estou me sentindo desconfortável e eu não gosto disso. — pego meu suco. — e pode ficar com a comida.
— Ah, qual é? — um deles reclama. — Vai aceitar isso James?
— Senta aí e coma, não seja tão má. — James pede.
O olho de cima para baixo três vezes e me levanta.
Saio da mesa dessa vez não sou impedida, ele acha que me colocando no meio daqueles matulões eu vou dar atenção a ele?
— Pelo menos a gente tentou.
De todo mundo só quero distância. Principalmente... homens.
Mamãe diz que não devo me envolver com eles e cada dia que passa vou concordando com os seus dizeres. Mas eu sei bem o porquê disso, eu poderia simplesmente ignorar seu mandato e fazer totalmente o contrário, porém, prefiro estar do jeito que estou:
Fazendo o que quero como se estivesse a obedecendo. De certa forma estou, mas isso não vem ao caso agora.
[...]
— A gente vai ao ginecologista.
— Eu ainda acho desnecessário. Deveria confiar mais na minha palavra.
— E eu confio.
— Não parece. — ataco. — Eu literalmente odeio a maioria dos homens daquele colégio e jamais me envolveria com um deles...
— Não existe apenas homens na escola.
Bufo e olho em seu rosto.
— Eu saio da escola e vou para casa, saio de cada e vou para missões. Saio de missões e vou para escola, saio da escola e vou para casa. — gesticulo. — Parece que eu tenho interesse em transar com algum homem, mamãe?
Ela nega com a cabeça, mas não respondendo a minha pergunta.
— Apenas se arrume, a gente sai às cinco. — vou até meu quarto.
Comprimo um grito mordendo a minha mão assim que entro no meu quarto. Isso é totalmente ridículo, meu futuro não pode estar nas mãos de um simples desconhecido que deseja ter uma mulher e fazê-la de máquina de fazer bebés.
Afundou meu rosto no travesseiro e dou um grito histérico que sai abafado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Suposto Coração De Gelo
RomantizmNo lugar do coração dela, havia gelo. E ele tinha somente um sorriso caloroso, será este suficiente para derreter o coração de Anisha Windsor? Uma estória onde segredos serão revelados e passados desvendados. PLÁGIO É CRIME !! Iniciei : 17 De Maio d...