CAPÍTULO 1

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O sinal toca e todos os alunos, como se estivessem sendo comandados levantam-se ao mesmo tempo uns saem e outros guardam os seus materiais, sendo eu uma delas.

Deixo todo mundo sair e então eu vou em seguida, me sinto sufocada no meio deles e é capaz de eu ser esmagada no meio deles, apesar de ser ligeiramente alta sou magra e quase um fantasma aqui na escola, então eles não se importaria em fazer isso.

Pego meu livro de psicologia e sento no banco livre.

Meu corpo fica inquieto por sentir vários olhares direcionados a mim, não é preciso olhar para saber. É sempre assim, sempre foi assim.

Não me dou bem com ninguém e não faço questão de forçar a barra com alguém, tanto tempo sozinha que já me habituei.

Amo a minha solitude.

Os murmúrios aumentam e isso chama minha atenção, tem um garoto que nunca vi aqui.

Quem raios se muda no meio do ano? Deve ser mais um transferido, volto minha atenção para o livro.

Mais um garoto para o grupo dos fodões e ser idolatrado pelas garotas.

Novamente sinto olhares sobre mim, mas dessa vez era apenas um. Levanto a cabeça e o garoto novo está me encarando com a expressão séria, continuo olhando para ele até o mesmo desistir de olhar.

Ele não desistiu.

Uma garota passa interrompendo nossos olhares, volto minha atenção às folhas brancas e agradeço mentalmente por ter sido interrompida.

Estranho eu diria.

[...]

— Oi querida, como  foi a escola? —  minha mãe pergunta assim que ouve a porta bater.

—  Boa. — avanço até ela e deposito um beijo em sua bochecha.

Ela reclama quando somente chego e vou diretamente para meu quarto, então faço isso todos os dias que já virou um hábito.

— Dean está vindo.

— Eu já disse que não preciso mais da ajuda dele! Eu já sei de tudo.

— É sempre bom melhorar. — lança um sorriso simpático.

Ela deixa sua revista e caminha até mim.

— Lembre-se: você tem de ser perfeita. —  toca em meu rosto. — um erro, um simples erro e está tudo acabado... não é isso que queremos, é? —  passa meu cabelo atrás da minha orelha.

Minha mãe beija meu rosto e sobe as escadas atrás de mim, eu não tenho outra opção senão obedecer sua orientação.

Prefiro fazer algo que não goste do que ouvir palavras que irão me ferir.

Amo a minha mãe, mas as vezes ela não sabe controlar a língua e acaba falando coisas que me machucam.

Assim que acabo de trocar de roupa, alguém bate em minha porta. Autorizo a entrada e uma das funcionárias coloca somente metade do corpo para dentro e sorri para mim avisando que Dean chegou.

— Obrigada, Gretta, Já irei descer. — Ela sorri simpática e ausenta-se.

[...]

Arrumo meu cabelo em um rabo de cavalo bem feito e desço carregando minha mochila junto à mim.

— Bom dia, papai.

—  Oi querida. - ele sorri e seus olhos rasgados tais como os meus se fecham. —  dormiu bem?

— Sim, papai. — sento-me no seu lado a esquerda. — onde está mãe?

— Se arrumando, hoje temos negócios importantes a tratar.

— Isso é bom. - murmuro pegando a manteiga de amendoim.

— Demais. — toma seu café e olha para o tablet em suas mãos.

Como , calmamente e minha atenção vai para minha mãe, ela ainda não estava na sala de jantar mas o barulho de seus sapatos contra o chão ecoavam por toda casa agradavelmente silenciosa.

Meu pai olha para ela também e abre um sorriso malicioso, provavelmente mente agradecendo por ela ser dele.

Ela está a realmente linda.

— Está uma gata. — meu pai elogia erguendo sua mão para ela que é segurada e ele faz Mila dar uma volta.

— Eu sei, obrigada. — faço um barulho de vómito chamando atenção deles quando o casal dá um beijo que quase foi aprofundado.

— Eu vou para escola, tchau mamãe e papai. —  eles vêm até mim e beijam meus rosto.

Fecho os olhos me sentindo agoniada, eles sabem que eu odeio isso, mas insistem em fazer.

Pego minha mochila e vou até o carro cinzento onde o motorista estava a minha espera. Assim que adentrei, sentei no lado do passageiro ele cumprimentou-me e seguiu o caminho para a escola.

Ajeito a minha saia assim que saio do carro e vou para dentro da escola.

Meu celular toca e olho ao redor vendo se ninguém está olhando, é proibido mexer no celular aqui dentro. Vou para uma área mais afastada e atendo o celular.

— Alô?

Anisha?

— D-Dean? Porque está me ligando de quem é este número? Sabe que não pode ligar para mim a estas horas. - dou um suspiro.

A chamada fica silenciosa, como se ele estivesse ganhando coragem para me pedir alguma coisa. Não tem motivos para isso.

Estava prestes a chamar por ele, mas no mesmo minuto ele fala também: - Eu preciso que você faça uma coisa por mim.

— Hm. Depende, o que é?

— Preciso que compre e faça algumas coisinhas, é melhor falar pessoalmente.

— Como quiser... é tudo?

— É.

— Então a gente se vê mais tarde em minha casa. - Não o deixo responder, desligo o celular.

Dean é como o irmão mais velho para mim, minha mãe não teve ninguém além de mim. Antes me sentia muito sozinha por não ter ninguém para brincar, dizem que ser filho único é bom porque você tem as coisas só para você.

Mas as vezes a gente não quer as coisas somente para nós, a gente as vezes quer uma companhia. E eu tinha minha prima, até ela se casar.

Agora é indiferente, se tem pessoas ou não.

De preferência não ter alguém.

Mais paz e menos sofrimento.

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Suposto Coração De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora