Casamento por Contrato

Cap 67

Meses depois...
Otto narrando
Nos Estados Unidos não tem sido fácil, estamos a um mês aqui, a saudade de São Paulo é grande, mesmo falando todos os dias com Luísa e a Bela, nada se compara estar perto das duas, a despedida foi difícil, Bela não queria sair do meu colo no aeroporto, Poliana chorou se sentindo culpada e Luísa como sempre me apoiou tentando ao máximo amenizar a situação.
Apesar de não concordar com a viagem, Vitor vive me ligando pra saber do Pedro e eu acho graça, visto que ele pareceu demonstrar total tranquilidade ao se despedir do filho em São Paulo.
Poliana está se adaptando melhor do que eu esperava, atualmente trabalha em um clube junto com os amigos, não quis ficar no hotel comigo, preferiu se juntar às amigas na república feminina, já Pedro e Luigi estão fixados em uma empresa de exportação.
No clube, apareço algumas vezes pra acompanhar o trabalho da minha filha que fica visivelmente incomodada, mas é uma menina esperta e inteligente, além de calma pra agir naturalmente na minha presença.

São Paulo
Luisa narrando
Por aqui tudo corre perfeitamente bem, sinto muita falta do Otto, assim como a Bela que volta e meia pergunta por ele, me parte o coração, mesmo com as chamadas de vídeo, sinto que ela precisa dele por perto.
Tenho uma viagem a trabalho esse mês e vou levá-la comigo, Marta deve ir junto, Otto havia me pedido pra deixar as viagens pra quando ele voltar, mas não abri mão, assim como ele tem suas prioridades, eu tenho as minhas.
Antônio passou a trabalhar aqui em casa, Sérgio está por conta de tudo que se diz respeito ao Otto na 0110.

Antônio: Bom dia Dona Luísa!
Luisa: Bom dia Antônio! Falo enquanto tomo meu café.
Antônio: A senhora precisa de mais alguma coisa? Pretendo dar uma passada na casa da senhora, preciso regar o jardim...
Luisa: Preciso não meu amigo, pode ir sim. Sorriso.
Antônio: Certo.
Luisa narrando
Assim que ele sai, vou até o quarto da Bela que está brincando com a Marta.
Luisa: Oi minha princesa! Ela corre me abraçar.
Bela: Mamãe! Empolgada.
Luisa: Tudo bem, Marta ?
Marta: Tudo sim Senhora Monteiro!
Bela: Mamãe, cadê o papai?
Luisa: O meu amor, ele está trabalhando muito, por isso não aparece esse dias.... Mas logo logo ele vem pra casa, tá? Acaricio os cabelos dela com o coração apertado.
Bela: Tá bom...
Luisa narrando
Sinto o tom triste que sai de seus lábios, volta e meia ela pergunta do pai, não foi a primeira vez. Brinco um pouco com ela, depois vou pra empresa.
************

Estados Unidos
Otto narrando
Chego ao clube e vejo Poliana de longe trabalhando junto com a Kesia, ao me notar, ela acena com a mão, retribuo o gesto e vou até a  área externa do local sondar algumas informações.
Otto: Olá! Aperto a mão do segurança.
Segurança: Olá, precisa de alguma coisa?
Otto: há quanto tempo trabalha aqui?
Segurança: O suficiente pra responder qualquer pergunta referente ao estabelecimento.
Otto: Porque acha que estou interessado nisso?
Segurança: Pelos dias que vem supervisionar a sua filha?
Otto: Somos do Brasil, Poliana não conhece nada aqui.
Segurança: Nem o senhor...
Otto: Ela é uma menina ingênua, não tem maldade no coração, fiquei preocupado em deixá-la vir sozinha...
Segurança: E porque me acha a pessoa ideal pra te ajudar com isso?
Otto: Digamos que seja o cara certo no momento. Respondo, sabendo da ficha completa dele, que procurei me informar através da minha vasta experiência em tecnologia.
Segurança: Muito bem, vamos lá, o que deseja saber?
Otto: Esse local é seguro? Age conforme as leis? O encaro nos olhos.
Segurança: Sim, com exceção aos eventos...
Otto: Como assim? Pergunto preocupado.
Segurança: Digamos que acontecem algumas coisas "ilegais" não posso falar muito, tenho um compromisso nessa empresa. No próximo fim de semana acontece o primeiro deles que sua filha vai participar.
Otto: Ela não comentou nada comigo...
Segurança: Pelo que sei o senhor não veio acompanhado, provavelmente ela não disse por causa disso.
Otto: E o que tem haver ?
Segurança: Algumas festas em específico os convidados precisam estar acompanhados pra entrar.
Otto: É sério Isso? Pergunto indignado.
Segurança: Faz parte do regulamento.
Otto: Sei... Porque não me conta de uma vez do que se trata? Coloco a mão no bolso e retiro a carteira.
Segurança: Não se incomode meu caro. Faço sinal para que guarde a carteira de volta.
Já disse o suficiente, em todo caso posso te ajudar de outra forma.
Otto: Como?
Segurança: Sabe a Jéssica?
Otto: Sim, a supervisora dos funcionários...
Segurança: Ela não se incomodaria se quisesse acompanhá-la no evento...
Otto: Mas você disse que só pode entrar com acompanhante, ela deve ter alguém, presumo.
Segurança: É solteira. Quem trabalha aqui não precisa seguir as regras.
Otto: Entendi. Mas ela pode desconfiar de algo.
Segurança: Seja esperto, ela é a fim de você.
Otto: Sou casado! Mostro minha aliança no dedo.
Segurança: Aí vai depender do que está disposto a fazer pra abrir os olhos da sua filha.
Otto: Você poderia falar com ela! Sou direto.
Segurança: E arriscar meu emprego? Acha que ela não iria investigar? Querer tirar a história a limpo? Ou até mesmo se meter em uma bela encrenca apenas pra te provar que é capaz? Sua filha está disposta a morar aqui, cursar a faculdade dos sonhos, não vai abrir mão disso tão facilmente.
Otto: Tem razão! Falo, depois de constatar a veracidade de suas palavras.
Eu já vou, obrigado pela informação.
Segurança: Boa sorte nas investigações!
Otto narrando
Apertamos as mãos, depois fico alguns horas no ambiente com a Poliana e posso notar o quão empolgada ela está com o trabalho, seu primeiro emprego.

Poli: Pai? O pai? Estalo meus dedos frente a seu rosto, após perceber sua distração.
Otto: O filha! Desculpe. Digo sentado a borda de uma das piscinas.
Poli: Percebi. No que tava pensando?
Otto: Nada demais. Vou deixar você trabalhar. Dou um beijo em sua testa.
Poli: Tá bom. Sorriso. Nos vemos hoje à noite?
Otto: Claro que sim.
Poli: Ok. Pedro me leva até o hotel assim que eu sair daqui.
Otto: Tudo bem filha. Te amo.
Poli: Te amo pai.

Otto narrando
No hotel, começo a pensar em um plano pra desvendar o que de errado acontece nesse lugar.