Cap 15

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Luisa narrando

Depois que Poliana chega da escola, a gente almoça e ela pede pra ir na casa da kessia, sua amiga da escola.

Otto: Tudo bem, pode ir, mas não chega muito tarde, o segurança vai te acompanhar.

Poli: E precisa mesmo?

Otto: Sim, você sabe que a comunidade é um lugar perigoso, ele vai e fica lá até você voltar.

Poli: Tá bom, se não tem outro jeito.

Luisa: É pro seu bem meu amor.

Poli: Eu sei tia, é só que esse negócio de ter segurança o tempo todo atrás de mim fica bem chato. Falo chateada.

Otto: Chato seria se eu não deixasse você sair. Falo sério.

Poli: Tudo bem, já entendi. Vou indo então. Beijos

Luisa: Beijos.

Luisa: Otto, você precisa ter mais paciência com ela, é só uma criança.

Otto: Por isso mesmo, é só uma criança, ela precisa entender que não está mais naquela vida de viajar o mundo sem se preocupar com mais nada.

Luisa: Também não é assim e depois você sabe que toda essa segurança tem motivos que ela desconhece.

Otto: E vai continuar desconhecendo. Você me prometeu.

Luisa: Eu sei, mas não falo só disso, você precisa estar mais presente pra ela, mais carinhoso, ser mais do que um pai autoritário.

Otto narrando

Olho pra ela que me encara nos olhos.

Otto: Eu faço o que posso, você conhece meu jeito, não sei lidar com esse tipo de aproximação, até pouco tempo nem imaginava que ela era minha filha.

Luisa: Mais ela é, e você não era assim quando se casou com Alice.

Otto: Não era, mas a morte da Estela mexeu demais comigo. Agora chega desse assunto. Falo num tom seco.

Luisa: E vai fazer o que? Continuar fugindo a vida toda? Você precisa deixar o passado pra trás. O que mais aconteceu que eu talvez não saiba?

Otto: Nada além do que já conhece. Levanto da cadeira e pego as chaves do carro.

Luisa: onde você vai?

Otto: Pra qualquer lugar, preciso ficar sozinho.

Luisa narrando

Impressionante como ele muda de humor repentinamente, onde será que ele vai? Penso e resolvo seguir seu carro.

Otto narrando

Meia hora depois, chego ao cemitério onde minha filha está interrada.

Desço do carro e vou até o local, tudo continua do mesmo jeito, sua foto (Estela D'avila Monteiro 8 meses) com esse sorriso lindo, quanta falta você me faz. Pego o retrato dela e beijo como se pudesse tê-la comigo de volta.

Luisa narrando

De longe, vejo que ele estacionou o carro no pátio do cemitério, é nítido que tenha vindo ver a Estela... Sabendo que pode me ver, volto pra casa com o coração apertado e pensando o que pode ter feito ele se transformar assim.

Otto narrando

Enquanto choro a morte dela, que por anos não tenha me conformado, relembro alguns momentos que passamos juntos.

Flashback anos antes

Alice: Otto, meu amor! A Estela começou a engatinhar, acredita?

Otto: Sério? Quero ver! Onde ela está?

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