Casamento por Contrato

Cap 5

Ceará - Orfanato.

Otto narrando

Ao chegar na recepção, a moça nos atende.

Moça: Bom dia!

Otto: Bom dia! Viemos falar com a assistente mônica.

Moça: Só um minuto, vou ligar pro escritório dela.

Otto: Claro.

Luisa: Vou ali tomar uma água. Falo pra ele ao ver o bebedouro.

Otto: Vai lá meu amor.

Luisa narrando

Surpresa, olho pra ele que me encara fixamente, dando um leve sorriso. Faz parte do "plano" penso. Ilusão minha achar que ele se comportaria assim, tão amoroso.

Otto narrando

Enquanto Luisa vai tomar água, a moça diz que Mônica está à nossa espera.

Moça: Vou acompanhar vocês até a sala dela.

Otto: Ótimo, obrigado.

Luisa narrando

Otto faz sinal pra mim, volto até ele que pega na minha mão, a moça nos acompanha até a sala da assistente.

Mônica: Bom dia! Que coisa boa conhecê-los.

Otto: Igualmente

Luisa: Digo o mesmo. Sorriso.

Mônica: Sentem-se, podem ficar à vontade.

Luisa narrando

Otto puxa a cadeira pra me sentar e se acomoda na outra do meu lado. Mônica senta à nossa frente, do outro lado da mesa.

Mônica: Devo dizer que estou muito feliz com a vinda de vocês, não disse a Poliana que vinham hoje, ela acha que vai conhecê-los amanhã, achei melhor deixar como uma surpresa pra ela.

Bom, primeiramente quero falar um pouquinho dela, pra uma menina de 11 anos, não é fácil perder os pais de uma hora pra outra, falo pais pois até então assim como vocês ela também não sabia sobre o pai biológico, peço que tenham paciência com ela, desde que chegou aqui, costuma ter pesadelos a noite devido a esse trauma, sempre dormiu junto com os pais, então isso deve continuar agora com vocês, pelo menos até que ela se acostume.

Luisa narrando

Nesse momento eu e Otto nos entreolhamos.

Mônica: Do mais, ela é uma ótima menina, muito contente por sinal, a julgar pela recente perda, admiro muito a capacidade dela em lidar com tudo isso de forma tão madura.

Luisa: Você falando dela, parece que estou ouvindo sobre a minha irmã, pelo jeito são muito parecidas. Risos

Otto: Realmente. Digo concordando com Luísa.

Mônica: Isso é muito bom. Agora vamos falar da parte burocrática, como disse a seu Otto hoje pela manhã por telefone, tenho que preparar uns papéis, levar ao cartório, registrar a paternidade do Senhor... Isso vai levar um dia mais ou menos, mas como vocês estão bem instalados no hotel aqui perto, não será um problema.

Otto: De forma alguma. Aqui nessa pasta tem todos os documentos necessários e assim que tiver o horário certo, só me avisar que vou até o cartório, fazer o registro.

Mônica: Excelente. Estamos conversados então, vou buscar a Poliana, nesse horário provavelmente está no pátio externo.

Luisa: Tudo bem, a gente aguarda aqui.

Otto narrando

Assim que a assistente sai eu e Otto conversamos.

Luisa: Precisamos dar um jeito sobre a questão da Poliana dormir com a gente.

Otto: Prefere deixar que ela durma sozinha só pra não dividir a cama comigo?

Luisa: Claro que não, mas posso dormir no quarto dela, assim não ficará sozinha.

Otto: Generosa você, mas não, isso está fora de cogitação, o que você quer? Que ela desconfie de alguma coisa? Vamos deixar com está, será só por um tempinho até que ela se acostume.

Luisa: Eu odeio você e esse jeito de ditar as regras. Falo brava.

Otto: Acho melhor se controlar, aqui tem câmeras.... Digo calmamente.

Luisa: Idiota. Vou até a janela e fico emocionada ao ver tantas crianças nesse lugar.

POLIANA: Então eles vieram me buscar hoje? Falo empolgada.

Mônica: Sim, meu amor. Hoje você vai conhecer sua nova família.

Poli: Que legal tia Monica.

Luisa narrando

Enquanto aguardamos na sala, mônica chega com Poliana.

Luisa: Poliana, como você é linda e parecida com sua mãe. Meus olhos enchem de água.

Poliana: Você que é muito linda tia Luisa, que bom te conhecer. Sorrindo a gente se abraça.

Mônica: Vou deixar vocês à vontade.

Otto narrando

Mônica sai da sala, e eu continuo parado como uma estátua, sem saber o que dizer ou fazer.

Luisa narrando

Me abaixo a sua altura e enxugo uma lágrima que escorre pelo rosto dela.

Luisa: Eu sinto muito pela perda do seus pais, foi muito difícil pra mim perder uma irmã, mesmo que distantes, a gente se amava muito.

Poli: Eu sei, ela falava muito de você.

Luisa: Alice era uma mulher incrível. Mas olha, agora você não está mais sozinha, nós vamos cuidar de você, vai ser muito feliz com a gente, não é Otto?

Otto: Cla... Claro. Falo guagejando um pouco.

Otto: Você realmente é muito parecida com a sua mãe. Tento não me emocionar.

Poli: Obrigada e muito prazer em te conhecer. Estendo a mão pra ele que abaixa enquanto minha tia levanta e se afasta um pouco.

Otto: Eu sinto muito pelo que você passou e ainda está passando, também sinto por só saber que é minha filha depois de 11 anos...

Poli: Tá tudo bem, você não tem culpa, ninguém teve, a vida é assim mesmo, uma caixinha de surpresas, o lado bom de tudo isso é que ganhei outro pai.

Otto: Positiva como a mãe.

Poli: Sempre. Entre lágrimas e sorrisos, a gente se abraça.

Otto narrando

Um abraço sem jeito, mas foi de coração. Depois de tantos anos, saber que tenho uma filha, é uma reviravolta e tanto na minha vida.

Luisa narrando

Mais alguns minutos conversando, mônica retorna a sala.

Mônica: Vejo que se deram muito bem. Isso é ótimo.

Poliana: Sim. Eu já vou poder ir com eles, tia?

Mônica: Claro que sim. Pode arrumar suas coisas e se despedir dos seus amigos, se quiser pode ajudar ela Senhora Monteiro.

Luisa: Claro, quero sim. Posso te ajudar Poliana?

Poli: Claro que pode. Puxo minha tia pela mão e vamos até o quarto das meninas da minha idade.

Otto narrando

Enquanto isso, eu e mônica acertamos ou últimos detalhes da saída de Poliana do orfanato.

Luisa narrando

Depois da despedida dos amigos, Poliana se despede da Monica e vamos todos pro hotel.