Capítulo 1.

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Não importa quantos filmes de terror eu assista, o caminho para minha casa sempre será mais assustador que qualquer coisa que já vi. A má iluminação, as árvores balançando com o vento e o silêncio daquelas ruas eram de assustar até a alma mais corajosa.

Eu caminhava atenta, só queria chegar logo em casa pois estava muito cansada do meu turno de estagiária no hospital, isso estava realmente me esgotando e tirando todo meu tempo livre. Queria chegar em casa e contar para minha irmãzinha sobre os bebês que levei até a maternidade até mesmo sobre o senhor que voltara a andar que eu o ajudei na sua fisioterapia.

Me sentia seguida, observada... Mas sempre que passava aqui eu sentia isso, então considerava "normal".

Comecei a ouvir passos, cada vez mais altos, andei mais rápido apenas para me assustar com o toque do meu celular. Era Josh, meu namorado, mais ou menos...era complicado. Atendi e quando fui falar ele me interrompeu:

-Lilian....- tinha raiva na sua voz - Eu preciso falar com você.

-Josh. Aconteceu alguma coisa? - minha voz tremia por conta do vento forte batendo no meu rosto.

-Eu liguei pra sua mãe e ela me disse que você não estava em casa. Onde você está?

-Estou indo para casa, eu estava no hospital trabalhando, você sabe disso.

-Lilian não minta para mim. Onde você está? - ele se irritou.

-Pare de gritar. Eu já disse para você que eu estava no hospital.

-Olha...- ele suspirou - eu não quero saber de você até que me conte a verdade.

-Que merda é essa?

-Está tarde Lilian, sua vagabunda, com quem você estava? - quando Josh tinha alguma paranoia ele não descansava mais, e eu estava de saco cheio de ficar sendo acusada de ser uma puta por esse homem que um dia eu tinha pensado que me amava.

-Vai se fuder Josh. - desliguei o telefone e senti a imensa solidão das ruas novamente.

Eu senti um peso por desligar o telefone, ele era meu namorado apesar de tudo. Não é? Comecei a me sentir culpada mas quando senti uma presença atrás de mim o sentimento de culpa virou uma bola de medo.

Virei o rosto para trás para poder ver de relance e não tinha ninguém, mas eu podia sentir alguém, até que uma mão fria toca meu ombro e eu me encolho, com uma voz grave aquele homem alto diz:

- O que uma princesa como você está fazendo nessa rua escura? Não sabe que é perigoso? - eu sentia o perigo em sua voz.

Que homem suspeito. Me esquivei do toque e tentei murmurar um "com licença" mas faltou palavras na minha boca, andei mais rápido, mas o homem ainda me seguia.

-Você estava brigando com seu namorado? Tão bonita desse jeito.. ele nao te merece sabia - ele falava com um tom provocador, cheio de malícia, me dava nojo.

Eu me esquivava dele, andava cada vez mais rápido e tentava não falar com esse homem que provavelmente era só algum bêbado local.

- Sabe.. você tentando fugir de mim desse jeito... - houve uma pausa e ele se abaixou um pouco para que ficasse da minha altura então pude ver seu rosto pálido e mutilado - ...me excita muito.

Corri.

Meus pulmões estavam fracos por conta da quantidade de ar gelado que eu estava respirando, eu estava ofegante, não conseguia respirar direito e o pavor tomou conta de mim, procurei gritar por ajuda mas não tinha ninguém além de nós dois na rua. Corri e não queria olhar para trás, entrei em um pequeno beco entre dois apartamentos e tirei um tempo para respirar achando que o homem havia ficado para trás. Mas ele estava lá.

Encostado no muro ele me olhava e seu olhar me assustava. O medo que eu tinha da rua da minha casa não se comparava com o medo que eu senti desse homem.

- Foi ótimo correr atrás de você - ele se aproximava enquanto eu paralisava - Eu quero te levar comigo. - ele dizia com uma voz provocativa.

Lágrimas silenciosos escorriam do meu rosto, nunca fui uma garota de demonstrar muito... eu nem conseguia expressar medo com aquela situação.

- Venha comigo, estou tão solitário - ele abriu um sorriso macabro que eu pude ver todos seus dentes, sua carne, sua gengiva. Então, o brilho da faca que ele ergueu chamou a atenção dos meus olhos, já que aquele beco era extremamente escuro. Poucas pessoas que passavam não podiam ver o que estava acontecendo, a cidade era muito pequena e tinha poucos habitantes, e eu estava paralisada que não conseguia gritar.

Balancei minha cabeça em negação. Não conseguia fazer muita coisa agora...

Ele apenas levantou sua outra mão e tocou em meu rosto levemente, com o rosto próximo ao meu e com uma voz rouca ele disse:

-Vá dormir - com sua mão grande ele segurou minha cabeça e bateu com força contra a parede, eu apaguei.

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora