My killer lover - Jeff the Killer

Capítulo 18.

Eu encarei a comida na mesa ao invés de olhar nos olhos de Jeff.

-Sinto muito sobre seu namorado - ele puxou meu rosto me forçando a olha-lo - toda aquela marra não o ajudou muito.

Jeff agora sorria. Eu tinha tantas perguntas, tinha tantas dúvidas mas Jeff jamais responderia.

Eu me sentia um ser humano horrível porque a morte de Josh... não me afetou. Ele nunca foi bom para mim, nunca fez o mínimo. Josh era um homem desprezível e agia de tal forma por ser um mimado, porque ele não podia escutar um "não".

Jeff me olhava com um olhar de criança feliz...

-Está tudo bem, Jeff - Seu brilho sumiu, levantei da cadeira e estava prestes a sair da cozinha.

-Tudo....? Tudo bem? - ele segurou meu braço - Seu namorado está morto.

-Você destrói tudo que toca. Ele estava morto assim que entrou por essa porta - apontei para a porta da frente - Assim como eu provavelmente vou estar.

É questão de tempo até Jeff se cansar de mim e acabar comigo.

Ele avançou em mim e me prensou contra a parede com um baque, colou seu corpo com o meu e disse:

-Tem razão, você vai ser a próxima coisa que eu vou destruir - com um sorriso malicioso

-Eu sei - falei meio distante.

Jeff pareceu triste com minha resposta...

-Quer dar uma voltinha? - ele se afasta.

Sair de casa.

-E ir pra onde?

-Eu queria comprar umas coisas para a casa.

-Tudo bem - eu não queria parecer muito animada... Mas finalmente sair de casa encheu meu coração.

Subi para trocar de roupa, não tinha muitas mas eu acho que dá para o gasto. Eu estava nervosa em sair de casa...faz tempo que eu nem piso fora daqui.

Tentei esquecer tudo que passava pela minha cabeça no momento.

Vesti uma regata preta decotada, uma calça rasgada e meu all star que me acompanhou desde encontrei Jeff... uma sensação de deslocamento me preencheu, mas ultimamente eu ignorava todos meus sentimentos, então logo me forcei a esquecer. Josh veio a mente. Quando descobrirão corpo dele? Como Jeff fez isso tão rápido? Josh só queria me salvar... Minha vida realmente é um caos.

Jeff estava no final da escada me esperando, ele sorriu assim que me viu. Abriu a porta de fora e senti uma brisa agradável, estávamos em outono afinal.

Entrei em um carro que surgiu ali fora. Nunca vi esse carro antes. Jeff provavelmente o conseguiu (roubou) e eu não vi...

Era menor que a caminhonete mas tinha seu charme. Ele deu ré no carro antes de se adentrar na floresta para chegar na cidade. Eu admirava as folhas caídas no chão e provavelmente estava com a expressão toda boba porque Jeff disse:

-Se acalme, a gente só vai no mercado, não é uma festa.

-Pode ser um mercado muito elegante.

Ele riu, e seguiu caminho. Nem se passaram 40 minutos e já estávamos em Salem.

A cidade era velha e pequena, as construções eram antigas, haviam igrejas para todo lado mas de certa forma era muito aconchegante...

Jeff estaciona na frente de um mercadinho, ele ergue uma máscara para mim e diz que é para eu não ser facilmente reconhecida. Jeff me encoraja a entrar e eu olho tudo admirada.

Pessoas. Eu vejo pessoas agora. Dei "oi" para uma idosa e fiquei extremamente feliz com isso. Eu seguia Jeff que estava sério escolhendo nossas compras, eu acenava para todas as pessoas que via.

-Parece que você nunca viu gente - disse Jeff, eu não sabia muito bem sua expressão porque ele usava aquela máscara como se estivesse doente para impedir que as pessoas vissem seu rosto mutilado.

-Faz muito tempo - eu disse por baixo da máscara que "escondia" minha identidade.

-Não se faça muito de miss simpatia - havia certa preocupação na voz dele, talvez porque estávamos sendo descuidados já que eu fui dada como morta e estou dando as caras por aqui... que ideia ruim.

Ele estava entre as prateleiras escolhendo algumas coisas e eu ficava perto dele a todo momento.

Ele pagou no caixa enquanto o atendente encarava bruscamente nós dois. Jeff não ligou. Quando saímos e eu olhei a praça na frente do mercadinho percebi que haviam algumas preparações para o Halloween da cidade. Umas crianças passavam e eu as chamei

-Vocês sabem me dizer o que é aquilo? - apontei para a preparações.

-Vai ser a festividade de Halloween da cidade. Dura quase uma semana inteira... Você é turista moça? - um menino respondeu, ele parecia o Jeff criança.

-Sou, nunca vi festa de Halloween tão grande!

-Todo mundo se fantasia e... - o menino olhava para o carro - Moça, eu acho que seu namorado está te esperando.

Olhei para trás para encontrar Jeff com a porta do carro aberta nos encarando, ele tinha um ar amedrontador. Me despedi das crianças o mais rápido que pude com medo de que ele pudesse fazer mal à elas.

-O que vocês estavam conversando? - ele perguntou quando nós dois entramos no carro.

-Halloween.

Ele riu debochadamente acendeu um cigarro. Ele deu partida no carro com um solavanco. Ele começou a dirigir rápido demais pela cidade.

-Halloween... - ele repetiu o que eu disse.

-Não sabia que fumava - nunca vi Jeff fumar mas já senti o cheiro de cigarro enquanto eu dormia.

-Você só falou de Halloween? - ele parecia mais preocupado do que bravo.

-Só...

Na velocidade que estávamos, ou iríamos morrer, ou iríamos chegar em casa em 20 segundos.

Chegamos na floresta em poucos minutos e ele estava visivelmente estressado por eu ter socializado demais hoje.

Paramos na frente de casa. E ficamos um tempo no carro em silêncio, até que eu disse:

-Eu apenas acenei para algumas pessoas e falei sobre Halloween, por que você está com tanta raiva?

-Eu não consigo confiar em você, Lilian - ele virou para mim, o cigarro acabando - Porra - ele cobriu o rosto com a outra mão como se não soubesse o que fazer comigo.

-Vamos entrar, Jeff

-Vamos - ele pegou o resto do cigarro e a apagou na minha coxa, em uma parte que a calça era rasgada. Eu gritei um pouco com a queimadura. Ele só tirou quando estava completamente apagada sobrando apenas a bituca, saiu do carro sem falar nada enquanto eu encarava minha pele queimada.