Capítulo 31.

3.6K 286 176
                                    

Chegamos em um ponto que estávamos exaustos. E sujos.

Enchemos a banheira e entramos, ele ficou de frente para mim. A água da banheira era rosa por conta do nosso sangue. Eu olhava seu cabelo molhado pingando... Mas não podia me distrair.

-Por que você veio? - perguntei, quebrando o silêncio.

-Para te levar comigo - o olhei, suspeita.

-Não acredito em você.

-Eu já te falei que errei quando pensei que conseguia viver sem você.

Suspirei, queria ficar com ele. Mesmo sabendo que seria errado.

-Meu pai vem me buscar amanhã - eu disse.

-Não vou deixar você ir - sabia que se ele quisesse ele realmente não me deixaria ir, isso me deu uma sensação de segurança.

-O que você quer comigo, Jeff?

-Que você seja minha, Lilian. Eu desejo você. Preciso de você - ele acariciou meu rosto - Me aceite de volta - Jeff alcançou minha cintura e me puxou para si, me sentando em seu colo.

-Não tem como darmos certo - eu disse.

-Não tem - ele concordou.

Suspirei.

-Me leve com você - eu disse por fim. Ele sorriu em aprovação e nos beijamos, sua mão descia das minhas costas até minha bunda que ele apertou com força.

Ele beijava meu corpo agora, meu pescoço, meus seios. Até nos unirmos novamente. Estava impossível nos controlar.

Mas precisávamos mesmo daquele banho, então Jeff me limpou. Lavou meus cabelos, meu corpo, e por fim me secou. Foi até meu guarda roupa, pisando nos cacos, pisando na destruição, e escolheu uma roupa para mim. Ele me vestiu em um vestido preto com alças e detalhes de renda, era quase chique demais.

-Querem te conhecer - ele disse, ocupado fechando o zíper do vestido.

-Me conhecer? Por que?

-Porque são uns intrometidos - conhecer. Eu sei bem quem eu iria conhecer. Seriam aquelas pessoas...

-Então está tudo bem entre vocês?

-Nunca esteve, mas eu não sosseguei até eles me deixarem ver você - ele tirou meu cabelo da frente e beijou meu pescoço me fazendo arrepiar. Sua mão descia e subia na minha cintura. Eu era dele - Mas nós não vamos até eles.

-Não?- era melhor assim. Ele continuou beijando meu pescoço e eu esqueci de tudo, de pai, mãe e quarto bagunçado.

Abrimos a porta do quarto, não tinha realmente ninguém em casa. Saímos pela porta da frente e pude ver um carro familiar...

-O que foi? - perguntou Jeff atrás de mim.

Encarei o carro vermelho.

-Nada - a porta abriu e vi o barista vindo em minha direção, era meio da madrugada... O que ele fazia aqui?

Jeff o encarou, mas o... qual era nome dele mesmo?... ele veio apenas na minha direção, me olhando.

-Opa - ele disse cumprimentando... "opa?"

-O que foi? - perguntei. Jeff estava logo atrás de mim, e... Peter? Era Peter? Peter. Ele olhou para Jeff e sua expressão não mudou nem um pouco, mesmo vendo a cicatriz em seu rosto... Ou ele estava tentando ser educado ou tinha algo suspeito entre eles.

-Vi você saindo de casa essa hora, não sabia que estava acompanhada.

-O que está fazendo na frente da casa dela de madrugada? - Jeff perguntou, agora parecia irritado.

-Ah... Eu apenas... Estava passando e pensei em parar... conversar... - eu e Jeff não éramos idiotas, nos olhamos como se soubéssemos que tinha uma gota de mentira nas palavras de Peter.

-Olha, Peter, eu vou sair agora, conversamos depois.

-Meu nome não é Peter - ???. Mas eu tinha certeza que era Peter.

-...Foi o nome que você disse para minha tia - ele pareceu surpreso e ansioso.

-AH!! Peter! Achei que você tinha tido outro nome - ele riu ansioso.

Jeff percebeu e segurou-me pelo braço, me puxando para perto de si.

-Por que você não vai embora? - Jeff perguntou.

O "não é Peter" pareceu irritado.

-Eu vou - ele deu as costas, e Jeff esperou ele entrar no carro para deixar de encara-lo.

Apenas depois que o Barista virou na esquina, Jeff me levou até uma moto preta.

-Onde conheceu aquele cara? - Jeff perguntou me passando um capacete, desde quando Jeff se preocupa com capacete?

-Ele era o barista de um bar.

-Ah, aquele bar... Eu vi o que você fez - ele virou para mim e seus olhos desceram até minha boca que ele beijou suavemente e sussurrou - que orgulho - ele subiu na moto e me ajudou em seguida, me segurei forte em seu corpo porque eu sabia que ele era louco quando se tratava de dirigir.

Jeff ligou a moto e disparamos em uma velocidade impressionante. E lá estava eu, com ele novamente, só que dessa vez eu não tinha nada a que abandonar. Então me sentia leve.

Me segurei forte em sua cintura fina. Jeff dirigiu por muito muito tempo, e quando começou a amanhecer ele entrou em uma floresta densa... ela era linda, eu já não sabia onde estávamos. A floresta iluminada pelo sol da manhã era impecável, Jeff desacelera a moto por conta das pedrinhas da pequena trilha de terra. Eu me senti em um conto de fadas. Senti saudades de me sentir livre...

Não fizemos nenhuma parada, eu admirava de longe a beleza da floresta, até eu avistar o mesmo casarão de antes... Uma parte de mim me sentia pertencente àquele lugar.

Descemos da moto, eu sentia uma brisa confortável agora... Assim que Jeff abriu a porta, vi Ben correndo em minha direção ele me deu um abraço apertado.

-Eu achei que você tinha se matado - ele disse segurando umas lágrimas.

-O que você está fazendo aqui - Jeff perguntou.

-...Err - enquanto ele gaguejava, eu vejo uma mulher de cabelos negros, um vestido negro... e os olhos... completamente negros eu havia visto ela aquele dia... Ela se aproxima. E vejo os olhos de Jeff encherem de raiva.

-Nossa! - ela disse me olhando de cima abaixo - Se eu fosse você largava ele e ficava comigo.

Jeff ficou em silêncio em desaprovação e nojo, não falei nada porque estava surpresa demais. Ela abriu a porta da frente, saindo de casa mas antes virou-se e disse para Jeff:

-Estaremos observando, parece que Slender se interessou - ela saiu desfilando pela varanda - Venha, Ben.

Os dois saíram me deixando sozinha com Jeff.

-Quem é ela? - perguntei encarando a porta, essa mulher tinha uma energia surreal.

-Uma desgraça na vida de qualquer um - ele estava claramente com raiva - Ah, tem uma coisa que quero te dar.

Jeff me puxou pelo pulso até o outro andar e entrou em seu quarto, estava mais bagunçado que o normal, suas colchas estavam sujas de sangue, assim como as paredes. Ele abriu o guarda roupa e puxou de lá uma caixa.

Ele virou para mim sorrindo, me entregando, a peguei em minhas mãos, era uma caixa comprida e um pouco larga mas não era grossa, ele a enlaçou em uma fita vermelha. O olhei curiosa, e lentamente puxei a fita para desfazer o laço, quando abri a caixinha senti um arrepio.

Uma faca comprida e extremamente afiada brilhou na minha direção. O cabo era amadeirado e tinha meu nome marcado... Jeff tirou uma mexa de cabelo que caia sobre meu ombro e beijou meu pescoço.

-Quero fazer uma coisa com você mais tarde - ele sussurrou e pude sentir seu sorriso contra minha pele.

Jeff beijou o topo da minha cabeça e me deixou no quarto, olhando a faca... que agora era tentadora e parece que gritava meu nome.

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora