Capítulo 21.

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Jeff não saiu de casa o dia inteiro... Como se ele se escondesse.

De noite ele ficou em seu quarto, nem saiu para comer. Eu bati na porta algumas vezes mas ele não queria visitas. Então eu fui dormir e demorou muito para que eu conseguisse, já que... se tinha alguma coisa que deixava Jeff aflito então certamente eu deveria me preocupar.

Acordei quando o sol não tinha saído e Jeff estava na beira da minha cama me olhando dormir com seu sorriso. Ele jogou umas roupas volumosas na minha cama.

-Pra sua festinha - e sorriu.

Que merda?

Ele estava agindo como se nada tivesse acontecido. Pensei que com o drama que ele fez ontem nós não iríamos mais a festa. Mas Jeff é extremamente imprevisível.

Quando a noite caiu novamente, era hora de ir a cidade, comer doces e olhar o movimento. Vesti a roupa que Jeff trouxe para mim e me olhei no espelho do quarto (era o único espelho na casa inteira).

Eu estava com um vestido fino e curto branco aberto nas costas que revelava a enorme cicatriz escrita "JEFF" em mim, isso chamaria muita atenção, o vestido estava manchado de vermelho como se fosse sangue, eu espero que não seja sangue de verdade. Enfim, o vestido era decotado e levemente rasgado na saia, talvez um pouco curto demais. Era uma roupa simples que Jeff provavelmente pegou no meu armário e sujou de sangue, mas isso deixou a roupa macabra.

Meu cabelo preto com a franjinha me deixou com um ar mais sombrio com essa roupa, perfeito pro Halloween. Desci a escada com meu all star que já estava surrado e Jeff me esperava com a porta aberta pronto para sair.

Ele não usava fantasia nenhuma, sua roupa estava coberta de sangue e eu tenho certeza que o sangue da roupa dele é de verdade, e parece que ele não usaria máscara hoje... Entendi... Ele não precisa usar máscara de dia das bruxas...

-Vamos? - ele segurou minha mão - Você esta linda.

-Obrigada, senhor - ele sorriu para mim.

-Vamos voltar cedo, entendeu? - ele me lembrou e fomos para o carro.

-Entendi.

No carro a sensação era estranha, parecia que estávamos sendo observados e eu tenho certeza que Jeff sentiu também.

Quando chegamos na praça, tinham centenas de pessoas, crianças e luzes... O museu da cidade estava aberto e parecia que estava acontecendo a maior festa ali dentro.

Jeff parou o carro em uma rua estranha e olhou para mim.

-Tem certeza? - ele parecia incomodado, mas eu queria muito.

-Tenho, vamos! Vai ser rápido - o encorajei e sai do carro antes de o ouvir suspirar.

Ele saiu do carro meio receoso por mostrar seu rosto normalmente.

Já havia passado um tempo desde que minha cara estava na televisão, então espero que tenham esquecido. Não era uma certeza, mas se qualquer coisa acontecesse nós podíamos só fugir de novo...

A praça estava lotada e tinha uma banda tocando, estava muito escuro ali. Era fácil se perder por isso eu segurava a mão de Jeff. Paramos ao lado de uma mesa cheia de comida perto da entrada do museu

-Olha, Jeff! Come isso!! - eu gritei para que fosse possível me ouvir em meio a tanto barulho e estiquei meu braço com uma minhoca de jujuba na sua direção.

-Eu não como coisas com procedências duvidosas, obrigado - ele respondeu botando a mão na frente do rosto.

Eu não pude deixar de notar a sensação de observação ali, os olhos das pessoas em nós dois... Era perigoso demais.

Jeff não estava interessado na festa, seus olhos iam para além das árvores que estavam visíveis, ele procurava alguma coisa.

Sinto alguém puxar meu vestido. Olho para baixo e vejo aquela mesma criança que falou comigo na frente do mercado.

-Moça, você quer ir pegar doce com a gente? - meus olhos brilharam e olhei para Jeff em busca de afirmação. Ele apenas sorriu e me puxou para perto pelo braço.

-Cuidado - ele disse.

Sorri. O menininho pegou minha mão e me levou até seu grupo de amigos. Olhei para trás e vi Jeff vigiando e depois saindo do meu campo de visão.

-Seu namorado é assustador - disse uma garotinha.

Eu ri tristemente lembrando como Jeff era..

A noite passava e tocávamos inúmeras campainhas. Eu não pedi doce, apenas às acompanhei pelo quarteirão, mas no final elas me deram uma sacola com algumas balas.

Voltei ao lugar que Jeff tinha me deixado e ele estava sentado de um jeito preguiçoso em uma cadeira me esperando.

-Voltei! - meus olhos procuravam o dele.

O garotinho me acompanhava. Jeff olhou para ele e depois olhou para mim curioso.

-Que máscara legal - a garoto disse se referindo ao rosto de Jeff, ele virou e correu quando sua mãe o chamou. Algo brilhou em Jeff, mas foi muito rápido para minha percepção.

Jeff me olhava, ele parecia feliz em me ver.

-Gostou? - ele perguntou.

Concordei com a cabeça.

Ele se levantou, tocou no ombro lentamente como se receasse me encostar e aproximou-se...

-A música daqui é horrível - ele sussurrou no meu ouvido me fazendo arrepiar e ficar vermelha pois achei que ele queria me beijar... - Vamos para outro lugar.

Jeff e eu agora andávamos por algumas ruas escuras, era escuro e o movimento era esquisito... Mas parecia que se eu estivesse com Jeff eu estaria bem.

-Você me confunde tanto - eu disse.

-Eu? Eu sou a pessoa mais compreensível desse mundo - ele disse sarcástico rindo.

-Você as vezes age como se gostasse de mim e depois age como se me odiasse e não se importasse - eu olhava para o baldinho de doces que eu segurava e agora a música já tinha ficado distante.

-...As vezes você não deve pensar muito nessas coisas. Imagina sua cabeça explode - ele sorriu, talvez com a cena que surgiu na sua cabeça ou talvez para quebrar o clima que eu deixei pesado.

-Talvez eu não devesse - Ele era um assassino e eu queria que ele tivesse sentimentos por mim? Me sinto patética.

Jeff virou-se para mim e me empurrou quase bruscamente na parede de tijolos, com seu corpo ele me prensou contra ela e deixou seu rosto a centímetros do meu.

-Eu gosto de você, Lilian - ele sussurrou em meu pescoço o beijando - Você me atrai.

Eu me segurei em seu corpo e ele levantou o rosto. Eu ansiava por aquilo, e ele também... Jeff impaciente grudou os lábios nos meus, suas mãos me puxavam para mais perto dele. Ele forçou minha boca a abrir e agora nossas línguas se encostavam, sua mão contornava a curva da minha cintura, do meu seio, até parar no meu pescoço, ele o segurou e o apertou, com a língua na minha boca, se deliciando com a minha dor e prazer.

Ele me prensava cada vez mais contra a parede, enquanto apertava meu pescoço.

-Jeff... - falei enquanto ele beijava meu pescoço, meu rosto, como se tivesse fome de mim e fosse me devorar.

-Vamos para casa, Lilian - ele disse quase ofegante.

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora