Capítulo 34.

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Entrei na casa, com calma, e Jeff me jogou na parede pelo pescoço.

-Por que você estava andando com ele? - ele falou entredentes no meu rosto.

O empurrei.

-Por que você não sossega uma vez? - falei com raiva.

Ele apertou meu rosto com uma mão me fazendo morder as bochechas, então ele gritou:

-EU VOU QUEBRAR A SUA CARA.

-Duvido - respondi.

Jeff ergueu a mão para me socar no rosto, me fazendo encolher, mas acertou a parede. Ele me puxou para um beijo e sua língua estava dentro da minha boca. Era violento. Ele segurou meu pescoço e o apertou me fazendo perdendo o ar, ele parou o beijo apenas para me ver sufocar. Minha garganta fechou e eu desmaiei.

Última coisa que vi foi Jeff sorrindo para mim.

Acordei caída no chão e ele estava sentado ao meu lado. Virando uma garrafa de Whiskey em sua boca, ao seu lado tinha uma de vodka vazia.

-Que bom que acordou - ele alisou meu cabelo - Não terminamos ainda.

Ele me levantou no colo e senti seu cheiro de álcool, vi que ele estava completamente bêbado quando cambaleou ao se erguer e mas eu resisti quando ele tentou me por no colo então ele me deixou no chão. Senti a queimação em minha garganta e podia ter certeza que estava com hematoma por causa da força com que ele apertou.

-Porra mulher, você não consegue se comportar uma vez na vida? - ele veio na minha direção para me puxar de novo.

Bati em seu rosto. Fazendo-o virar por causa do impacto.

-Você vai morrer - ele disse baixinho.

-EU VIM AQUI PRA FICAR COM VOCÊ, É MELHOR VOCÊ APRENDER A SER MAIS DESCENTE.

Ele já segurava a faca em sua mão.

-Você não consegue mesmo, não é? - dei meia volta e abri a porta pronta para sair.

Senti Jeff segurar meu braço.

-Não vá... - os olhos dele tremiam como se tivesse lágrimas...

Meu coração doeu. O abracei e ele jogou o peso do corpo no meu, acabamos sentando no chão e ele se acolheu junto a meu corpo.

Acariciei seu cabelo, sentindo sua respiração em meu peito ele soltou a faca.

-Desculpa - ele disse... Primeira vez que eu o ouvi dizer "desculpa" e foi a primeira vez que ele falou em um tom suave.

O confortei, eu fui a agredida, eu fui a vítima mas eu vou o confortar.

-Está tudo bem agora - eu disse.

Ele se levantou rapidamente e me olhou sentada no chão, sem falar nada ele foi até a porta atrás de mim e saiu batendo-a com força. Levantei e olhei para fora para ver onde ele foi... e ele não estava em lugar nenhum. Havia sumido de novo.

Estava sozinha novamente... Odiava isso, odiava cada segundo sozinha.

Lágrimas escorreram pelo meu rosto. Sozinha.

Uma batida na porta. Levanto rápido. Era Liu.

-O que está fazendo aqui? Melhor ir embora agora.

-Me deixe entrar - tinha algo em sua voz, uma confiança.

Sai da frente da porta pois não conseguia negar.

-Uau. Essa casa está ainda mais destruída do que eu me lembro - ele disse entrando e olhando as madeiras, as teias de aranha, os tapetes...

-Se lembra?

-Eu morava aqui com Jeff e meus pais... - ele suspirou. Jeff tinha dito que era só uma casa abandonada... Então ele mentiu, quase - Vi que ele te deixou sozinha, não é seguro... Estão rondando a casa, ele deveria saber.

Estavam rondando a porra da casa.

Ele sentou-se no sofá e parecia perdido em memórias.

-Jeff nunca foi uma criança feliz sabe?... Sofria bullying... Até o dia que surtou e você sabe o resto da história.

-Ele sofreu bullying?

-Ele era um garotinho atípico, só queria atenção eu acho que é isso - ele suspirou - Nunca vou perdoa-lo pelo que fez, mas eu ainda me preocupo com ele, talvez eu seja um idiota.

-Acho que é normal um irmão se preocupar com o outro - sentei em seu lado - independentemente da situação.

Ele me olhou e seus olhos era penetrantes.

-Minha irmã cometeu suicídio depois que Jeff me pegou - ele bufou.

-Sempre o Jeff...

-Você disse de algumas outras pessoas lá no cemitério... Jane? Nina?

-Jane ela... - mais um suspiro - foi mais uma vítima da loucura de Jeff, ele queimou seu rosto e matou sua familia. Ele fez a cabeça de Nina e por isso ela é... perturbada desse jeito... É isso que eu temo, que você seja a próxima - ele acariciou meu rosto - Não chore por causa dele.

Ele me olhava com uma doçura inexplicável.

Liu se aproximou e lentamente colou os lábios nos meus. O empurrei.

-O que você está fazendo? - levantei e me afastei, ele cobriu a boca com vergonha.

-Me desculpa... Eu agi por impulso - ele parecia extremamente arrependido.

O clima ficou estranho o resto do dia e ele se negava a me deixar sozinha... Temia que Jeff aparecesse... Era melhor que Liu fosse embora agora, mas Jeff não chegava. O tempo demorava a passar mas quando me dei conta já era tarde da noite, era normal Jeff voltar apenas no outro dia mas eu estava com um mau pressentimento.

-Liu... - ele estava na cozinha parado encarando a floresta através da janela, ele virou para mim quando falei seu nome - Não é melhor... Procurarmos por Jeff?

-Você acha?

-Tenho um mau pressentimento... - então ele considerou.

-Você sabe onde ele possa estar?

-...Talvez.

Então nos apressamos, subi as escadas, peguei um casaco e... acabei olhando a faca que Jeff havia me dado... Era brilhante e tinha seu charme, a peguei por precaução. Abri a porta de fora, pronta para buscar Jeff.

Por sorte vi que Jeff deixou sua moto aqui... Eu não sabia dirigir e esperava que Liu soubesse... Quando ele apareceu do meu lado encarando a moto preta disse:

-Você sabe dirigir isso? - perguntou Liu para minha desgraça.

-...Deve ser como andar de bicicleta. E eu sei andar de bicicleta.

Subi na moto, era extremamente pesada de manter em pé.

-Venha, suba.

Liu subiu e botamos o capacete para não quebrarmos o crânio porque eu acho provável cairmos... Ele segurou na parte traseira do banco e eu torci para conseguir chegar onde queria...

Consegui ligar a moto, acelerei um pouco e vi que não caímos, logo minha confiança aumentou, acelerei mais, dessa vez estávamos andando, acelerei e agora estávamos indo depressa. Estava frio e era difícil ver por conta do escuro, mesmo com o farol eu me desequilibrava e deixava de ver buracos no caminho de terra.

Fiz algumas curvas que lembrava, tentei chegar onde queria. Iria conseguir. Tentei lembrar dos passos de Jeff.

Suspirei de alívio quando finalmente vi a fazenda que eu estava procurando. Sabia que Jeff havia saído para matar, ele precisava disso assim como precisávamos de água. Mas enrijeci quando vi inúmeros carros de polícia no lugar...

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora