Capítulo 3.

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Tinha decidido dormir cedo mas não conseguia pegar no sono pois eu sabia que embaixo do mesmo teto que eu tinha um psicopata fazendo coisas de psicopata. E minha mente estava rodeada de pensamentos, precisava sair daqui, não podia ficar com ele, como eu vou sair.

A janela não tinha espaço para que eu pudesse passar e a porta estava constantemente trancada. Teria que ficar aqui até pensar em algo.
Eu estava deitada na cama, ainda com as minhas próprias roupas, observando o teto de telhas e vigas, se chover vai molhar esse quarto e provavelmente vai encher a casa de goteira.

Ouvi a porta destrancar e abrir, me sentei na cama assustada, e ele riu com a minha reação.

-Parece um ratinho assustado - eu o olhei séria.

Ele jogou em meu colo algo gelado e percebi que era uma bolsa de gelo.

-Pra desinchar essa sua cara feia - ele disse se sentando na cama e notei que as mangas do seu casaco cinza estavam sujas de sangue. Meu sangue.

Eu a coloquei no meu rosto sentindo a queimação do gelo.

-Amanhã eu quero a sua ajuda - ele se aproximou e eu me afastei - Entendeu? - apenas concordei com a cabeça, o que mais eu podia fazer?

Ele se afastou mas continuou sentado em silêncio apenas me olhando pôr gelo nas maças do meu rosto.

-Quem é você? - perguntei firme.

Ele riu.

-Eu sou a sua morte - ele sorria cinicamente.

Eu encarava aquele homem macabro, seus olhos eram negros e não havia brilho algum... parecia como se ele andasse morto por aí.

-Vamos nos divertir, Lilian - ok... ele sabia meu nome...

-...O seu nome? - eu queria saber.

-Pra que quer saber? Se vingar de mim no futuro? Acha mesmo que eu vou te dizer, Lilian - como ele sabe meu nome? Provavelmente fuçou na minha mochila da faculdade que eu levei pro estágio no dia que ele me abordou.

-Aparentemente você sabe o meu, queria saber o seu.

-Jeff.

Jeff...

Ele se levantou rapidamente antes que eu concluísse meu pensamento.

-Amanhã você vai me ajudar. - ele me lembrou, saiu do quarto e trancou a porta, me deixando na escuridão novamente.

Eu pensava no que eu teria que o ajudar amanhã, e nada que passava pela minha cabeça era coisa boa. Mas eu tinha que me preparar, talvez eu consiga fugir amanhã dependendo do que for essa "ajuda".

De manhã, acordo com o barulho estrondoso de Jeff abrindo a porta com um chute. Seu rosto irradia uma felicidade desprezível.

-Vamos nos divertir - ele entra no quarto, com seu casaco sujo de sangue por inteiro, e eu sei...que aquele já não era meu sangue.
Ele abre o guarda roupa e joga uma muda de roupa em mim, era completamente preta, combinando com o meu cabelo.. e o dele.

Quando eu saio do quarto vejo que a casa está num estado mais deplorável do que eu imaginava. Como ele vivia aqui? Haviam móveis com lençóis branco, poeiras e teias de aranha por toda parte. A casa tinha cheiro de sangue e morte.

Eu não sei se a casa é mais feia dentro ou fora. Ela era de madeira e as janelas estavam todas cobertas por tábuas, e... ela ficava no meia da floresta. Estávamos no meio do nada, eu só enxergava árvore ao redor, eu não escutava nenhum barulho de carros ou pessoas, apenas floresta, densa.. não tem chance de eu conseguir fugir daqui, pelo menos por agora.

-Venha logo, você está admirando o que ai? - Falou Jeff. De longe ele parecia uma pessoa normal, mas cade vez que eu me aproximava eu via seu rosto pálido, seu sorriso cortado, os olhos profundos e os cabelos preto lisos cada vez com mais detalhes e era assustador, mas ele já se aproximou do meu rosto tantas vezes que eu não estava mais com tanto medo do rosto dele, apenas dele em si.

Ele estava ao lado de uma caminhonete surrada, e na parte de trás dela havia uns 5 ou 6 sacos pretos.

-O que é tudo isso? - me arrependi de perguntar, sabia que não gostaria da resposta.

-Pessoas. - ele falou sério me olhando de cima - Carregue estes até aquele lago - ele me deu 2 sacos e apontou para um lago escuro e enorme mesmo durante o dia.

Eu não iria questionar, eu iria obedecer, já estou vendo do que esse homem é capaz. Me assustei assim que encostei em um dos sacos e senti o conteúdo molenga de dentro, ele me olhava sério ainda, ele queria me aprovar, então eu ignorei o conteúdo dentro, fingi que era outra coisa.

Era pesado e colocar dentro daquele bote foi difícil mas eu consegui, sozinha. Fui até o meio do lago, levantei um dos sacos e o vi afundar, fiz a mesma coisa com o outro, imaginei que num futuro distante eu acabe me juntando a eles.
Meu olhos buscaram Jeff ao lembrar que eu seria possivelmente morta. Ele estava do lado de uma fogueira enorme, com outros 3 sacos queimando nela, e Jeff me vigiava, cuidando para que eu não pegue esse bote e fuja... volto para a margem.

-Foi legal? - ele pergunta.

A pergunta parecia irreal.

-Por que faz isso?

-Elas estavam gritando. - ele me olha com um olhar doentio.

-Elas?

-Elas. - apontando pra própria cabeça.

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora