My killer lover - Jeff the Killer

Capítulo 17.

Jeff me sentou na cama do quarto e ajoelhou-se na minha frente.

-Você tem que ficar quieta, Lilian - ele disse alisando meu cabelo.

-O que você vai fazer?

-Lilian, ele é apenas um fardo... - ele estava querendo me preparar para o pior?

-...Mesmo assim, Jeff - eu não sentia verdade nas minhas palavras.

Ele me encarou sério e se levantou.

-Bem... - ele disse esticando as pernas e andando para fora do quarto - Vai acontecer você queira ou não.

Ele estava fechando a porta e eu fui atrás dele que ficasse sozinha novamente.

Desci as escadas com ele e antes que eu chegasse no final dela, ele disse:

-Eu vou sair. Por que você não vai no meu quarto e mexe nas minhas coisas de novo? - ele me olhou com um olhar frio querendo que eu mantivesse distância.

As palavras dele me congelaram. Voltei para cima e fui para o meu quarto, eu sabia que ele tinha dito isso porque não queria que eu fosse com ele, seja lá para onde ele estava indo.

Do quarto eu pude ouvir diversos barulhos lá embaixo que me preocupavam tremendamente. Eu sabia que me arrependeria do que veria lá e eu também sabia que eu jamais conseguiria impedir a natureza assassina de Jeff the Killer por mais que eu tentasse.

Eu não conseguia dormir, e os barulhos cessaram até Jeff abrir a porta do meu quarto no meio da madrugada.

-O que estava fazendo acordada? - ele não estava com manchas de sangue em seu casaco...

-Não consigo dormir - ele ficou me observando na cama, eu estava com uma camisola surrada que tinha no armário. Até que ele entrou e se sentou na cama.

-O que você fez? - eu perguntei, me referi aos barulhos que corriam loucos por essas paredes. Mas ele parecia não ouvir, ou não se importar.

-Quer que eu faça você dormir? - o encarei perplexa com a pergunta, acho que jamais conseguiria dormir ao lado dele apesar de tudo.

Antes que eu pudesse responder ele deitou-se ao meu lado, a cama não era grande então ficamos colados um no outro, encarando o teto.

-Jeff... - eu ia perguntar mais uma vez - o que você fez com Josh?

Ele não iria responder.

-Eu matei meus pais, em um surto que eu tive. Eu sou um monstro, Lilian - ele olhou para mim - Mas eu gosto de você... do meu jeito... e isso não faz bem para você.

Os olho dele brilhavam e me passava a impressão de que ele iria chorar mas eu sei que isso é impossível. Então ele continuou:

-Você é tão diferente de mim. Você é humana, e eu preciso de você, preciso sentir que algo que pertence a mim ainda é humano... - ele chegou mais perto e eu me virei para ele - Então eu não pretendo te deixar ir embora.

Apesar de suas palavras frias, eu pude o entender... mesmo que um pouquinho. As vezes eu o via como uma criança, apenas querendo atenção. Eu não conseguia responder, não sabia o que dizer nessa situação... apenas o olhei em silêncio.

Jeff chegou mais perto e se aconchegou em meu corpo, e eu senti seu calor. Ele se aninhou a mim, me segurando como se implorasse para que eu não saísse. Eu o segurei de volta... senti seus cabelos negros devorarem meus dedos a medida que eu passava minha mão nele. Senti sua respiração em meu peito. Eu afagava seus cabelos e ele me segurava cada vez mais forte.

Dormi sem perceber, e acordei pela manhã sem a presença de Jeff.

Quando desci as escadas vi que o sol mau nascera e Jeff surge da cozinha com um sorriso imenso no rosto.

-Bom dia! - ele diz.

-Bom dia...?

-Fiz café da manhã para você.

A mesa estava farta, pães, bolos, suco, panquecas, queijos... o que é tudo isso?

-Eu comprei - ele sorriu inocentemente.

-Obrigada, não precisava.

Sentei na mesa para comer, fazia tempo que não comia uma coisa tão boa... Jeff me olhava feliz e sorridente o tempo todo e eu estava começando a suspeitar, mas eu não perguntaria.

-Vamos brincar depois? - ele perguntou com uma felicidade macabra.

-Jeff você precisa me dizer agora... O que você fez com Josh? - perguntei com firmeza e não iria recuar.

-Por que você quer saber tanto desse cara? Ele é seu passado, Lilian.

-Jeff. O que você fez com Josh?

-Ele que se matou - ele jogou essa informação com indiferença... eu o encarei chocada... Josh se mataria? Não. Ele não faria isso independente da situação - eu diria assim... "ele mesmo" se matou - e Jeff deu uma piscadinha para mim.

-Você matou ele? - falei bruscamente mas Jeff permaneceu calmo.

-Foi preciso. E ele mesmo pediu.

Eu falei com a voz trêmula, mas eu acho que não estava enganando muita gente...

-O que VOCÊ fez, Jeff?

-Quer que eu conte para voce? - ele sorriu...

Afirmei com a cabeça. E ele se levantou e veio na minha direção, suas mãos pegaram meu rosto e ele me explicou como se eu fosse uma criança bobinha:

-Eu precisei fazer isso por nós dois.

-Jeff, mas isso não é certo - agora era eu quem tocava em seu rosto.

-Mas ele que cortou a própria garganta... - ele falou com olhinhos de cachorro perdido - ele estava pedindo para morrer da última vez que eu fui. Eu queria o torturar, arrancar suas unhas e olhos e depois o esfaquear até meu braço doer. Mas isso chamaria atenção demais para nós.

-Eu já estou morta para eles - apesar de ser sua natureza... ele não machucou Josh para não me perder...

-Sim, mas se encontrassem ele morto isso poderia reviver o caso.

-...O que aconteceu depois que ele pediu para morrer?

-Eu o dei uma faca. Depois eu dirigi até a casa dele e o larguei lá, por isso eu demorei. Ele até escreveu uma carta de suicídio antes! - eu o olhei angustiada - Esse filha da puta estava aqui em Salem "te procurando" por conta própria.

-Como assim "me procurando"?

-Ele estava bêbado rodeado de prostituta, gritando, xingando e chamando atenção. Ele foi muito idiota, veio direto até mim e eu nem mesmo me esforcei para procurá-lo...o que foi meio triste. - ele parou - Agora você tem a mim, Lilian.