Capítulo 4.

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Quando entramos de volta na casa e deixamos aqueles corpos queimarem lá fora, ele me direciona para um banheiro na casa, estava limpo.

-Por que você não se lava? - me mostrando uma banheira com uma água que estava morna, ele dá um tapinha na minha cabeça e sai deixando a porta entreaberta.

Seria bom mesmo, abro o chuveiro e estava funcionando, a pia também funcionava, tinha até sabonete. Tiro a roupa, cautelosa, e graças aquela caixa de remédios e curativos minha ferida estava limpa e não tinha sinal de infecção.

Percebo... que não tem espelho no banheiro, então não seria hoje que eu conseguiria ver se meu rosto havia desinchado. Entro numa banheira deixando meus músculos relaxarem por alguns segundos.

Lembro de onde eu estou. Lembro do Josh. Lembro da minha irmã. Da minha vida... eu não quero ficar aqui, eu quero ir embora. Tentaria fugir assim que ele dormisse hoje, eu estava disposta a correr pela floresta, a gritar por ajuda, eu me recuso a ser cúmplice e brinquedo de um maníaco.

Quando saio da banheira e visto aquela mesma roupa, percebo que Jeff estava parado na frente da porta aberta olhando para as próprias mãos.

-Como você acha que aqueles corpos que você jogou no lago se sentiram enquanto se afogavam? - ele então me olhou.

-Eles estavam mortos. Não sentiram nada. - tremi ao lembrar que joguei humanos que já tiveram uma vida, uma história, em um lago lago escuro. E tremi por falar aquilo com naturalidade.

-Mas e se eles ainda sentirem dor após a morte? - ele conversava comigo como se fosse uma criança curiosa. E então foi se aproximando.

Seu olhar curioso se virou para a banheira cheia de água, depois para mim.

-Vamos descobrir.

Com toda sua força ele segurou meus ombros e me derrubou dentro da banheira cheia, senti a água ao meu redor, me sufocando dessa vez. Empurrando meu ombro para baixo, Jeff não deixava eu me levantar e eu estava desesperada para um pouco de ar.

Ergui a minha mão para fora da agua e pude sentir que bati em seu rosto, enquanto ele apertava mais forte e eu me debatia, ele fazia menção de soltar apenas para me empurrar mais. Balancei e gritei dentro da água até perder totalmente o ar e a água começar a entrar pela minha boca, e quando eu estava prestes a perder a consciência ele me puxou de volta para cima e eu consigo finalmente respirar fundo.

-Agora eu gostei de ver - ele ainda me segurava e quando eu o olhei, seu rosto estava molhado, seu cabelo pingava, suas roupas também e o banheiro estava encharcado - Você é resistente, não é?

Ele me solta enquanto eu respiro fundo várias vezes pensando que morrer afogada também era um jeito horrível de morrer. Meu nariz ardeu, pude sentir meus olhos encherem de lágrimas e elas descerem silenciosamente pelo meu rosto.

Ele deixou o banheiro encharcado e eu limpei porque não queria sair dali... não queria o ver... limpei o banheiro enquanto chorava... eu não tinha mais nada para fazer e ficar sem fazer nada era horrível na situação que eu estou agora.

Sai do banheiro, já limpo, e o vi sentando em uma poltrona na sala que era na frente da porta do banheiro. Ele exalava dominância, brincando com uma faca despreocupado, a luz da tardezinha que entrava pela janela atrás dele deixava o ambiente meio místico e tornava visível as partículas de poeira daquela casa.

Me aproximei. Eu estava ficando curiosa sobre ele. Mas eu tinha tanta vontade de o matar.

-Lilian....- ele disse para si mesmo a medida que eu me aproximava -Eu gosto desse nome, gosto como soa quando eu falo - ele ficou repetindo meu nome num murmúrio porque ele "gostava" de como soava.

-Você não precisa me manter aqui - ele me olhou, curioso -Eu não posso ficar aqui.

Ele se levantou e eu percebi a diferença de altura, mas não recuei.

-Mas eu quero te manter aqui, eu ainda quero te ouvir gritar e implorar - ele sorri - quero te destruir, Lilian.

Tinha malícia em sua voz, e eu não podia demonstrar fraqueza... se não minha cabeça iria me destruir.

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora