Capítulo 10.

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-JEFF! - gritei para o alertar da polícia que nos seguia. Ele dirigiu mais rápido e desviava de inúmeros carros, os movimentos bruscos da moto me faziam pensar que íamos cair a qualquer momento, mas parecia que Jeff sabia o que estava fazendo.

Ele estralou a língua.

-Se segure mais forte, Lilian - eu tinha certeza que se eu segurasse ele com mais força ele partiria ao meio.
Mas segurei.

Ele virou em uma esquina que era quase deserta, desviava nas ruas em zigue-zague, acelerava e andava em círculos para confundir a polícia bem atrás de nós, eles jamais conseguiriam acompanhar o ritmo desvairado de Jeff, pois ele era um louco, era um louco e acelerava aquela moto como se não tivesse medo de morrer.

Eu podia ouvir ele rindo a cada movimento, aquela perseguição era apenas uma diversão para os demônios na sua cabeça, não era nada demais. Eu ficava cada vez mais tensa a medida que escutava a sirene mais próxima de nós.

Jeff se cansa de brincar e dirige na direção de uma floresta. Viro-me para trás e vejo cinco policiais direcionando armas em nós. Um atira. Direto no ombro de Jeff... e por pouco não acerta minha cabeça.

Jeff grita, desequilibra a moto mas não a deixa cair. Depois tudo acontece muito rápido... Jeff para a moto e a joga no chão, ele pega em minha mão e corre. Nos escondendo atrás de uma árvore ele me prendia contra ela e contra seu peitoral me pressionando, pondo a mão na minha boca, Jeff não iria permitir que eu gritasse.

Os policiais vieram atrás de nós, entraram na floresta. Talvez eles conseguissem...Talvez eles matassem Jeff, eram cinco homens e Jeff era apenas um. Fechei os olhos cheia de esperança.

-Sabemos que você está com a jovem Lilian Harper. Solte-a agora e ninguém sairá ferido - diz um homem, policial, sua voz era firme e não tremia.

Olhei para cima e pude ter a visão do rosto de Jeff. Seus olhos brilhavam, gritavam, tinham sede de morte. Ele sorria sinistramente enquanto espiava os policiais que não podiam vê-lo.

-SAIA JÁ DAI - a mesma voz do policial.

-Fique aqui quietinha, Lilian - ele sussurrou no meu ouvido, beijo o topo da minha cabeça e saiu de trás da árvore, se mostrando para os policiais.

-Mas.. O que é você?...- agora a voz firme do policial era hesitante - Onde está a jovem?

Jeff não respondia, mas eu podia o ver sorrindo. Ele se aproximava lentamente do policial e saia do meu campo de visão.

-NÃO SE APROXIME OU EU ATIRAREI.

-Vá dormir - Jeff falou baixo com a voz rouca.

-ABAIXE A FACA. IREMOS ATIRAR. - ouvi gritos.
Não sabiam quantos homens haviam entrado na floresta, mas eram muitos gritos. Ouvi tiros, barulho de ossos quebrando, choros, implorações, alguns socos, era como se eu tivesse ouvindo o inferno.

-PARE POR FAVOR - um homem escandaliza e agora Jeff ria escandalosamente.

Eu não queria ver, estava com os olhos fechados, e a boca tapada, assustada.

Os gritos cessaram e a única coisa que eu ouvia era a risada de Jeff, me arrisquei a olhar. Sai do meu esconderijo atrás da árvore e devagar e hesitante espiei a cena...

5 ou ate 6 homens mortos. Esquartejados, desfigurados, pintando o verde da floresta de vermelho escarlate, a cena me dava nojo tive vontade de vomitar.
Podia-se ver pedaços de pele, carne, até mesmo um olho espalhados pela grama. Suspirei. Agora eu sabia que ninguém teria chance com um maníaco como Jeff the Killer.

Meus olhos buscaram ele, que estava sentado em cima de um corpo morto de algum dos policiais transferindo socos consecutivo em sua face. Ele ria friamente da situação, se satisfazendo com a sensação da morte em suas mãos. O rosto do homem era irreconhecível a esse ponto. A cena era traumatizante.

-Ei... - eu disse baixo.

Ele virou-se para mim com um olhar demoníaco e uma expressão de felicidade genuína. Ele é um monstro.

-Lilian - ele disse meu nome se deliciando com a pronuncia.

Ele levantou-se mas eu não me afastei, sua roupa que antes era branca tinha se transformado em vermelho vibrante, até parecia que ele usava luvas vermelhas por conta que o sangue em suas mãos subia até seus cotovelos, seu rosto foi socado, ele foi machucado. Tinham respingos de sangue em seu rosto, sangue que eram desses homens mortos, que a pouco segundos atrás estavam vivos e respirando, eles tinham a intenção de me salvar... A medida que ele se aproximava de mim eu podia ver que ele estava ferido...baleado.

Ele parou na minha frente com seu sorriso macabro, e eu abracei isso... abracei Jeff the Killer. Eu queria um abraço, eu acho que sempre precisei de um abraço... Mesmo que fosse dele, mesmo que fosse nessas condições.

Ele retribuiu o abraço e fez carinho em meu cabelo.

Eu queria ser abraçada, eu queria ser confortada.

-Está tudo bem agora, não vão te tirar de mim - eu ainda encarava a cena de terror que tinha acabado de acontecer, enquanto o responsável por isso me afagava.

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora