Capítulo 9.

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Vesti uma calça moletom e uma camisa branca justa que ele trouxe em uma das malas. E me sento na cama com ele. Ele me olha curioso.

-Corajosa você.

Tive medo de perguntar qualquer coisa e ele se irritar com minha curiosidade.

-Onde estamos? - perguntei por fim.

-Outra sessão de perguntas - ele me olhou entediado. Mas mantive silêncio e ele respondeu -Em Salem.

Estávamos muito longe de casa. Muito longe.

Engoli seco.

-Ninguém vai incomodar a gente aqui. - ele sorriu e desviou o olhar.

Senti arrepios e eu sei que ficarei com ele até quando ele enjoar de mim.

-Jeff... - suspirei - O que aconteceu com você?

Pelo olhar ele parecia irritado. Eu deveria parar de perguntar e apenas aceitar.

-Não é da sua conta, Lilian - ele levantou-se da cama pisando com raiva.

-Eu não sei quanto tempo você pretende me manter nesse inferno, "Jeff the Killer" - falei seu nome como se fosse uma maldição - Mas eu não vou ficar calada até voce me der umas respostas.

Apesar dele ser um monstro, ele parecia não ter disposição de me matar, e eu queria ver até onde isso vai.
Como ele não respondeu minha pergunta eu fiz outra.

-O que aconteceu com seu rosto? - perguntei firme, estava disposta a não desistir.

-LILIAN PORRA - ele grita - NÃO FAÇA PERGUNTAS.

-Jeff. - ele continua gritando - JEFF pare de gritar, tem hóspedes aqui! - eu me levanto e vou até ele tentando o conter.

-COMO VOCÊ CONSEGUE ACHAR QUE EU VOU TE CONTAR ALGUMA COISA SOBRE MIM?? VOCE É TÃO BURRA. - ele estava começando a ficar agressivo. Fazendo barulho e jogando coisas em mim.

-JEFF! - seguro seus ombros. Mas ele me empurra com força no chão.

Ele encara e então ri, aquela risada alta e descontrolada.

-Eu amo meu rosto... - ele diz sorrindo e olhando o espelho do banheiro com a porta aberta - Me lembra como eu sou de verdade. Agora eu estou sempre... - ele pausa e para de sorrir, sua expressão se torna vaga e sombria - feliz.

Com um movimento rápido ele soca o espelho fazendo-o quebrar em seu punho em centenas de pedacinho, que caem na pia e no chão. O som foi alto e me assustou, é impossível ninguém ter ouvido.

Uma batida na porta.

Levanto rápido do chão e olho para Jeff que está em seu mundinho, com a cabeça abaixada. Ele apenas levanta os olhos para me alertar. E entendo o recado.

Abro a porta e vejo a mesma moça da recepção, ela está com um olhar assustado e seus olhos varreram o quarto como se procurasse alguma coisa.

-Com licença, desculpa incomodar, é que os hóspedes ligaram reclamando de barulho e gritos, como se fosse uma briga - ela finalmente olhou para mim e seus olhos me analisaram como se me reconhecesse - Está tudo bem?

-Está sim, foi apenas um prato que.... - ela não olhava para mim. Ela viu Jeff, viu seu rosto, e entendeu a situação sua expressão denunciou seu estado de alerta e seu rosto estava completamente pálido, ela me interrompeu e disse:

-Haha... - ela estava nervosa - Está tudo bem, não foi nada, vou avisar aos hóspedes, boa noite.

Ela saiu apresada e não esperou minha resposta, Jeff surgiu do meu lado para fechar a porta com um baque.

-Ela me reconheceu, vai chamar a polícia, vamos sair daqui. - ele falava sério e rígido.

Em quantos estados esse homem é conhecido?

Ele pegou uma única mochila que tinha comida e colocou nas minhas costas. Mas não tem como sairmos pela porta da frente, o que ele pretende? Seus olhos se fixaram na janela... Ah, não.

-Você vai pular daqui. - ele disse

-Mas... - era consideravelmente alto - Jeff! Não tem como.

-Vai precisar ter como. - ele vem na minha direção me levanta do chão e eu sinto todo o calor de seu corpo por um breve momento, ele é forte.

-Você vai ficar bem.

Jeff me joga da janela. A queda foi rápida mas a sensação de estar sem chão parece que durou uma eternidade. Gritei, não pude evitar, e senti o baque no chão, amortecido por alguns arbustos. Me arrastei para longe porque sabia que Jeff viria atrás, apenas ouvi o barulho feito pelos arbustos quando ele caiu, ele levantou rápido, me pegou no colo, e correu sem fazer nenhum esforço.

Chegamos em um beco mal iluminado e ele me colocou no chão para saquear uma moto preta que estava encostada perto de uma porta que dava entrada para os fundos de uma lanchonete.

-Como você vai ligar isso? - falei preocupada.

-Eu tenho meus segredos - eu o vi mexendo na entrada da chave enquanto eu checava para ninguém estar vindo.

A moto ligou fazendo um estrondo e ele me olha sorrindo orgulhoso do que tinha feito, com um brilho bonito nos olhos, era um brilho tentador.

-Venha - ouvimos barulho da sirenes dos carros de polícia e ele me apressou - Venha, Lilian! - Jeff se tornou sério.

Caminhei até ele, subi na garupa com sua ajuda e me segurei em seu corpo receosa.

-Não precisa ter medo ratinha - ele pisou forte no acelerador fazendo o pneu cantar e logo estávamos na rua numa velocidade anormal. Isso fez com que eu me agarrasse com força no corpo dele.

A polícia estava atrás de nós.

My killer lover - Jeff the KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora